Série | Revolution é mesmo uma revolução? (Opinião)

Uma conversinha sobre as primeiras impressões da série.

Não vou mentir, mas Revolution era uma das séries das quais tinha mais expectativa para esta Fall Season. O trailer cinematográfico revelado meses antes de sua estréia apontava para algo grande. Somado a isso, tinhamos ainda grandes nomes como J.J. Abrams e Jon Favreau (diretor do piloto) que enriqueciam mais ainda o currículo do show.

Depois de Lost, muitas séries vêm tentando se encaixar no vazio deixado pelo programa, sem sucesso. Um exemplo é The Event que inseriu uma trama de conspiração e mistério que tinha um enorme potencial, mas infelizmente acabou sendo cancelada pela audiência. Gostava pacas dessa, até deixava de lado algumas más atuações, mas a história era instigante e as reviravoltas constantes me mantinham preso aos episódios.

Outras ainda tentaram apresentar seus mundos fantásticos como Terra Nova, que fracassou miseravelmente, que por sinal nem aguentei assistir mais que dois ou três episódios desta. Personagens mal construídos, tramas absurdas demais (adolescentes imprudentes, sério? Não cansam de explorar isso?) fizeram com que a série não caísse nos interesses do público. O visual era bom, é verdade! Dinossauros óh! Mas numa série de TV, é necessário mais que isso. Personagens cativantes e situações que realmente busquem o interesse do público. Essa foi a fórmula de sucesso de Lost em seus primeiros anos. Afinal esta não era só sobre a ilha, era sobre as pessoas, sobre os dramas que cada um tinha a contar, os seus problemas, as relações, muitas vezes conturbadas, com os outros habitantes da ilha. Havia química entre os atores, mais que isso, haviam atores.

E Revolution parece quer herdou este pequeno problema de Terra Nova. Temos um ótimo visual, paisagens devastadas do que foi o mundo um dia com energia, e por outro lado, personagens vazios, atuações nada convincentes, que acabam ofuscando o brilho dos outros atores que se esforçam para tentar levar a série nas costas.

Começando pela protagonista… Poxa, não gosto de ter que falar isso, mas em vários anos de séries que assisto, é simplesmente uma das piores que já vi na vida. A atriz abusa das caretas desnecessárias, ora de riso onde não deve, ora uns negócios com a sombrancelha que não sei nem explicar… Sem falar que as entonações que ela dá a Charlie não são nem um pouco convincentes. Não bastasse isso, a personagem ainda, é muito chata, muda de opinião como muda de roupa e choraminga a todo momento… Sério, chega a ser extremamente irritante. Mas nem tudo são pedras, ainda que continue atuando pessimamente, do primeiro pro terceiro episódio ela melhora um pouco, o que dá a esperança que no decorrer de Revolution, ela vá acertando o tom da personagem, como acontece com diversos atores de outras séries, que acabam aprendendo na marra.

Charlie não está sozinha na fornada de personagens artificiais. Não bastasse o clichê de heroína romântica, ainda inventam de criar um casal adolescentezinho super manjado e com um personagem mais vazio ainda, que mais lembra o lobo de Crepúsculo. Isso foi para atrair o público feminino? Precisa apelar dessa forma?

Por outro lado a série possui um bom visual, e alguns atores, que como disse antes, se esforçam para compensar a falta de atuação dos outros. Gosto do Miles, que apesar dos exageros e esteriótipos é um personagem que dadas as reviravoltas do terceiro episódio é interessante de se acompanhar e mostra-se fundamental para a trama. A Nora é outra que adicionou bem à série. Não preciso nem falar do Giancarlo né?

E por falar em trama, é agradável e só. Tem um enorme potencial para crescer conforme os episódios. Pegue o segundo e o terceiro por exemplo, há uma melhora considerável, apesar dos absurdos (cavar para sair dali? What?). Os flashbacks soam como uma tentativa de se aproximar de Lost, tentando dar uma maior profundidade aos personagens e explicar como se encontrava o mundo depois do apagão.

Há esperança para a série, é boa, não é ruim. Mas cumpriu as expectativas? Não, esperava mais. É um bom passatempo assisti-la agora, tento encarar como uma primeira parte de uma história que têm potencial. Só lembrar de Fringe que não era tão atraente na sua primeira temporada, mas melhorou absurdamente em seus outros anos. E é nítido que a cada episódio eles procuram sempre incrementar de pouquinho em pouquinho a mitologia em torno de Revolution. Agora, por exemplo, já nem acho que Monroe seja o principal vilão, mas sim o homem, cujo rosto não foi revelado. Teorias? Vou deixar pra discutir isso em outro post…

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