Parks and Recreation | O orgulho de Pawnee! (Impressões)

Comecei a ver Parks no canal Sony há uns quatro anos.  Era uma comédia interessante em formato de documentário, como The Office, que se focava na vida de Leslie Knope (Amy Poehler), vice-diretora do Departamento de Parques e Recreação da cidade de Pawnee, Indiana. O que mais me chamou a atenção na série foi justamente a temática. Quem esperaria que uma estória sobre o funcionalismo público pudesse ser tão inusitada e divertida?

Com o fim de The Office e 30 Rock, Parks and Recreation assumiu o posto de comédia principal da NBC. Retratando a saga de uma burocrata séria, trabalhadora, ambiciosa (se a série não terminar com Leslie sendo Presidente dos Estados Unidos, eu ficarei muito triste) e apaixonada por sua cidadezinha, a série se revelou um prato cheio no que concerne à sátira política e social, sem precisar apelar para um estilo de humor pesado demais graças ao recurso das censuras do documentário. A história que começa com a missão de transformar uma construção abandonada em um parque comunitário progride continuamente.

Leslie se dedica a seu trabalho de forma quase obsessiva por realmente amá-lo e querer o melhor para Pawnee. De fato, o idealismo da protagonista, que nas mãos de escritores menos aptos poderia ser irritante, é muito bem trabalhado e desperta a empatia do telespectador.  O talento de Amy Poehler – diga-se de passagem, uma das melhores comediantes da atualidade – em trabalhar as idiossincrasias de sua personagem, tanto na vida profissional quanto na particular, é fenomenal. E o elenco de apoio brilha tanto quanto ela.

O chefe de Leslie, Ron Swanson (Nick Offerman), possui uma filosofia completamente contrária à ideia de que um governo seja necessário. Amante de carne, exímio construtor (de cadeiras a alianças de casamento) e detentor de uma razoável quantidade ouro enterrada em sua propriedade, ele sempre se embate com Leslie por sua postura de defender cortes no orçamento e querer poupar o dinheiro dos contribuintes. Ron, apesar de parecer inexpressivo, tem muito respeito por Leslie e se importa com seus colegas.

Tom Haverford (Aziz Ansari) trabalhou no Departamento de Parques antes de tentar a vida como microempresário. Descolado, fashion, moderninho e viciado em redes sociais, o personagem não era muito interessado no trabalho, mas evolui gradualmente no decorrer das temporadas, sem jamais deixar de ser divertido. Ann Perkins (Rashida Jone) é a melhor amiga de Leslie e também uma enfermeira que trabalha em meio-período no Departamento de Saúde Pública. Ann é adorada pela amiga e é, possivelmente, a personagem mais centrada e normal do show, o que a leva a ser um dos principais alvos de provocação dos demais. Ben Wyatt (Adam Scott), que viria a ser o interesse amoroso de Leslie, também é alvo de chacota, mas por causa de sua nerdice (destaque para as ótimas piadas envolvendo Game of Thrones). Ao lado de Ann, Bem é o personagem mais normal; suas cenas cômicas, no entanto, são muito competentes. O maior alvo de gozação, contudo, é o simpático e positivo Jerry (Jim O’Heir), apesar de o mesmo não se importar com as provocações dos colegas e se conservar como uma pessoa essencialmente feliz.

Andy Dwyer (Chris Pratt) e April Ludgate (Aubrey Plaza) são os responsáveis por algumas das melhores piadas da série, sobretudo quando estão juntos. O primeiro é caracterizado por sua infantilidade, falta de inteligência e ingenuidade (que juntas o tornam adorável e engraçado) enquanto a segunda se destaca mais por sua falta de motivação e cinismo, apesar de ser sempre reconhecida como detentora de muito potencial. Eles formam um casal inesperado, mas que cativou os fãs da série. April ajudou Andy a querer algo mais na vida além de ser parte de uma banda; e Andy foi uma força positiva na vida da mulher por ajudá-la a ver que no mundo ainda existem pessoas e coisas que valem a pena.

Parks and Recreation tem cinco temporadas até o momento. O texto e os personagens são muito bem elaborados e o telespectador pode assistir vários episódios em um dia sem se cansar. Uma boa pedida para quem quiser acompanhar uma comédia de qualidade, sobretudo quem for órfão de 30 Rock e The Office.

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4 Comentários

  1. Engraçado que a série dá um salto de qualidade depois da primeira temporada (que é curtíssima). A partir da segunda, os personagens ficam mais caricatos, mais absurdos e mais malucos, além das histórias que ficam mais soltas e inesperadas, com elementos que te pegam de surpresa (como o sentimento deles por bibliotecas ou os caras da divisão de animais e etc). The Office passou por isso também quando começou, mas era muito mais gritante a reforça que veio depois.

    Também acredito que Park é uma das melhores series da atualidade, junto com Cougar Town que depois que mudou de canal lá nos EUA ficou ainda mais absurda e maluca. E Suburgatory também é uma grata surpresa.

    1. O humor nonsense realmente aumenta a partir da segunda temporada. As coisas mais divertidas para mim são as ex-esposas do Ron e a birra que a Leslie tem com aquela cidade vizinha de Pawnee. XD

  2. Eu adoro Parks. Pela terceira e quarta temporada, a série se tornou minha comédia atual favorita, vencendo até a tal falada Community. Entretanto, pelo menos pra mim, a quinta temporada decaiu. Não deu pra rir como na outras temporadas e poucos episódios se salvavam. E pior que o elenco continuava muito bem. O problema era o texto mesmo.

    Só espero que Parks volte a melhorar na sexta temporada porque, até séries como Shameless e o retorno de Arrested Development me fizeram mais feliz do que ela me fez esse ano. Mas de qualquer forma, ótimo texto. Sempre é bom ver o pessoal aqui do blog publicar texto de séries menos conhecidas =)

    1. Parks tem que melhorar na sexta com o plot do bebê e da possível saída da Leslie da câmara. Tem que voltar, pelo menos, à qualidade da quarta temporada (pra mim a melhor de todas). Para falar a verdade, embora eu goste de Community, eu sempre achei outras comédias como Parks e 30 Rock melhores. XD

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