Catarse | As Copas da Copa & A Lenda do Herói

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Podia jurar que já havia escrito aqui no blog sobre o Catarse, mas numa rápida pesquisa por aqui não encontrei nenhuma postagem. Provavelmente foi uma daquelas pautas que ficou apenas na cabeça e nunca teve tempo o suficiente para ser feito. Isso acontece já que há tantos assuntos e tão pouco tempo as vezes. Pelo menos desta vez irei riscar isso da lista eterna de pautas não realizadas.

Para quem não sabe o Catarse é um site de financiamento coletivo, porém totalmente brasileiro. Ele é bem semelhante ao Kickstarter americano, aquele mesmo site que possibilitou que o Keiji Inafune arrecadasse 4 milhões de dólares para desenvolver Mighty No. 9, a única diferença entre ambos é que o Catarse ainda é um tanto quanto embrionário se você comparar com a magnitude na qual o Kickstarter já se tornou lá nos Estados Unidos. Mas países diferentes, povo e cultura diferentes, sendo assim cada um evolui, cresce e se adapta de formas diferentes.

Eu conheci o Catarse já faz um bom tempo, mais precisamente em 2012. É verdade que não tenho o hábito de apoiar crowfunding constantemente, não porque ache ruim, mas porque realmente nem sempre fico sabendo de projetos a tempo de apoia-los ou porque nem sempre eles me interessam. As vezes as notícias de ótimas ideias no Catarse não recebem a devida atenção da impressa brasileira, que meio que ainda não sabe direito como lidar com essa novidade, mas os próprios donos dos projetos muitas vezes também não sabem como divulgar ou criar a devida atenção ao projeto. É como eu disse, financiamento coletivo ainda é algo novo por aqui, o próprio Catarse começou em 2011, não faz tanto tempo assim, e muitas pessoas ainda estão aprendendo como lidar com essa nova situação de conseguir financiar uma ideia.

Como estava dizendo, conheci o Catarse em 2012 quando o Ricardo Tokumoto, o Ryot, lançou um projeto por lá de encadernar as tirinhas do seu site, o ryotiras.com num Omnibus fabuloso. Na época o projeto dele começou pequeninho, mas logo em seguida ele conseguiu turbinar ainda mais a ideia do livro e um resultado ficou animal (link do Catarse da época). O segundo projeto que consegui apoiar, aconteceu quase que um ano depois, quando o Ivan Costa lançou lá a ideia do inacreditável livro “Ícones dos Quadrinhos”. O Ivan fez parte da equipe que organizou o FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte e com isso ele conseguiu reunir 100 ilustradores para retratar 100 personagens clássicos dos quadrinhos sobre a visão única de cada ilustrador. O livro ficou animal, uma das coisas mais bonitas que já vi na minha vida! E esse foi um projeto que descobri ao acaso, sem querer alguém da minha timeline no Facebook colaborou no Catarse e compartilhou e assim que vi o projeto, corri para apoiar (link do Catarse da época). O resultado foram estas duas belezinhas aqui na prateleira de casa:

icones quadrinhos - ryotiras omnibus

Legal, não? Ainda me lembro que em 2013, ainda na sangria por conta do Ícones dos Quadrinhos ainda tentei apoiar um outro projeto, mas perdi o prazo na época porque no dia estava sem o meu cartão de crédito em mãos e depois com o corre corre da vida acabei esquecendo, e o projeto estava para acabar em menos de uma semana, que foi a comics nacional Lost Kist (esse aqui). Que pena. E em 2013 ainda teve um financiamento lá no Catarse que chamou muito a atenção da mídia que foi o projeto do Fabio Yabu de trazer das cinzas os Combo Rangers (veja). Esse foi bem no começo de 2013 e não apoiei porque nunca me interessei pelos Combos, mas sei que são personagens que possuem uma legião de fãs. Algum dia preciso dar uma chance para essa série. Enquanto isso, em 2014, admito que não fiquei sabendo e não vi muitos projetos expressivos no primeiro semestre do ano, só agora é que voltei a ouvir falar de Catarse por conta de dois projetos que ainda estão rolando por lá e que me incentivaram a criar essa postagem: As Copas da Copa e A Lenda do Herói – O Jogo.


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As Copas da Copa

 Se você for na página do projeto e assistir ao vídeo da apresentação do mesmo talvez perceba um nome lá em comum com a minha pessoa: Diego Machuca. Esse maluco é o meu maninho, o irmão do meio de uma família de dois irmãos e uma irmã. É um projeto dele com mais uma equipe de amigos, que estão trabalhando com sangue e suor para sair do papel. Tive a oportunidade de ver eles viajando durante a Copa, correndo para todo lado justamente para conseguir o conteúdo necessário e a inspiração certa para esse tipo de projeto, então posso dizer que houve bastante garra para conseguirem chegar a esse ponto.

E a ideia do projeto é bacana. Se a gente for pensar que faz basicamente um mês que a Copa do Mundo acabou no Brasil e que já faz um século que isso aconteceu, a ideia de um projeto de ilustrações e textos desse momento único na qual o país passou, como um registro histórico de um evento que não vai acontecer na mesma proporção no país tão cedo assim, me parece um livro que merece ficar guardado para o futuro entender um pouco o sentimento que os brasileiros tiveram durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, independente do fiasco que aconteceu com a atual seleção brasileira de futebol. Talvez a derrota do 7 a 1 seja ainda mais emblemática. Com certeza vale então esse registro histórico fechado num livro feito por uma galera que manda muito bem em ilustração. E o Facebook do projeto já andou soltando muitas artes iradas do que deve estar no livro se ele acontecer.

 Claro que aqui também cabe uma dose de realismo. Há uma boa chance do projeto não acontecer. Afinal o Catarse também não é 100% certeza de sucesso. Existem metas e elas precisam ser cumpridas. Afinal faltam 20 dias para o fim do projeto e ele ainda está longe de chegar a sua meta. Falei com o Diego essa semana e ele me disse que já estão procurando medidas para estender o prazo para mais alguns dias após o fim. Eu nem sabia que o Catarse dava essa opção, mas estendendo ou não, o relógio corre. Se não acontecer agora, com certeza esse material do livro será usado em outra coisa futuramente, nada se perde, estas coisas apenas se adaptam. Mas é bom ainda ter esperança, nunca se sabe. O bom do Catarse é que a gente pode apoiar de qualquer forma e se chegar no prazo final e o projeto não atingir a sua quota, o dinheiro volta para todo mundo, ou seja, ninguém perde nada. E aí cabe aos idealizados do projeto repensar o que não deu certo ao projeto e rever o que precisa ser acertado para mudar esse cenário, então de uma forma ou de outra é totalmente interessante lançar um projeto no Catarse, ainda que sempre haja o risco da meta não ser atingida.

Em todo caso dei lá o meu apoio As Copas da Copa. É o meu irmãozinho afinal das contas, é um projeto que sei que é sim interessante e nunca se sabe. É comum nos últimos dias de um projeto de financiamento as coisas ficarem mais intensas. Tem que rolar uma esperança, nem sempre se acerta de primeira!


A Lenda do Herói – O Jogo

Já no caso desse projeto no Catarse, é muito provável que dispense apresentações, afinal o projeto basicamente foi notícia em todo grande e pequeno site e blog pela internet brasileira ao longo destas duas últimas semanas. O que o torna interessante ao Catarse é que ao contrário do que é habitual ao site em termos de projetos, onde geralmente são de livros ou encadernados de quadrinhos, é que desta vez trata-se de um game. Não é o primeiro game que está sendo financiado por lá (jogos no Catarse), mas certamente é um dos que mais deram o que falar nestes últimos anos. Batendo até mesmo recordes de arrecadação.

É até uma vergonha dizer isso, mas como já disse diversas vezes aqui, sou realmente muito noob em conteúdo nacional no You Tube, e realmente não conhecia o canal do Marcos Castro por lá e nem mesmo os vídeos de A Lenda do Herói. Algo que já estou correndo atrás para me atualizar, inscrevendo no canal e assistindo aos vídeos que estão por lá. E é realmente uma ideia original e ousada de criar um game cantando, totalmente feito com aquela nostalgia dos games de uns tantos e poucos bits.

O mais legal é ver a evolução que o Brasil vem recebendo em termos de desenvolvimento de games nestes últimos anos, então é mais do que histórico um projeto assim, que promova ainda mais a a capacidade nacional de criar games bacanas. Não tinha como não apoiar uma iniciativa assim, porque mais que a meta já tenha sido alcançada e agora todos os envolvidos estejam correndo atrás das metas estendidas. Isso realmente abre uma nova fase para o Catarse e também para os games nacionais. É torcer para o resultado ser algo realmente fodástico.

Minha única lamentação é ver que ainda estamos um pouco longe desse tipo de iniciativa como acontece no Kickstarter, onde um projeto de game por arrecadar mais de um milhão de dólares e ainda oferecer opções em múltiplas plataformas. Talvez algum dia a gente chegue nesse ponto. Seria muito mais emblemático se futuramente A Lenda do Herói conseguisse, por exemplo, alcançar os consoles de mesa do Xbox e do PlayStation, que dão uma visão a nível mundial para qualquer game indie. No Catarse A Lenda do Herói – O Jogo só chega ao PC (e seus sistemas derivados), mas realmente torço para que ele consiga ir ainda mais além. E pra quem quiser apoiar o projeto, o link está aqui.

LendaHeroi


E chego ao final dessa postagem curioso em saber se você já conhecia o Catarse e se já contribuiu alguma vez por lá. Diga aí nos comentários!

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