Life is Strange | A conclusão do Episódio 1! (Decisões e Intromissões)

Tive tempo para terminar esta semana o primeiro episódio de Life is Strange e UAU, que jogo maneiro, não? Digo, no meu caso que gosto muito de um bom seriado de mistério, o game emula muito bem essa sensação de segredos e conspirações dos seriados adolescentes com essa temática.

Porém ao contrário dos seriados que possuem tempo limitado, um game tem tempo e liberdade muito maior para trabalhar personagens e momentos com bastante calma, já que a velocidade na qual o jogador da andamento da história vai realmente de cada um. Alguns podem ir direto ao assunto, outros podem explorar mais os muitos diálogos que o game possui.

A ideia de me deixar tomar decisões e depois altera-las, até mesmo aprender coisas novas ao fazer isso, dá uma boa reviravolta no gênero de point & click e de games interativos. Eu que não sou um grande fã desse tipo de game e fiquei totalmente confortável com sua jogabilidade e imerso na história que aqui está sendo contada.

Life is Strange (8)

Porém ressalto aquilo que já havia mencionado por aqui: é uma tremenda perda o fato do game ter legendas apenas em inglês, restringindo muito o game para somente os jogadores que não enfrentam a barreira da língua e conseguem entender a história. Quem joga Life is Strange apenas pelo puzzles e metas que o game impõem não aproveita quase nada do game. (Update 18 de Janeiro de 2016) Life is Strange recebeu uma atualização e agora tem legendas em português (veja aqui)!

Eu terminei e fiquei maluco para continuar e ir direto para o episódio 2, e só não o fiz porque sabia que primeiro teria que escrever este texto.

ATENÇÃO: a partir deste ponto comento sobre as minhas decisões e ocorridos até o fim do capítulo um. Haverá spoilers então!

Quanto a história, a ultima vez que comentei sobre o game aqui no site, havia terminado o puzzle para entrar no dormitório da Max, que demorou um pouco para que eu resolvesse e entendesse que as vezes não adianta apenas voltar no tempo e fazer somente um ato. É preciso voltar no tempo e fazer o ato certo no momento certo. Parece a mesma coisa, mas não é.

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Dentro do dormitório as borboletas do caos continuam surgindo, às vezes dos atos mais inocentes na nossa cabeça, como apagar um insulto em um pequeno quadro em uma porta do dormitório de uma das garotas de lá e deixar uma mensagem de paz. Aliás isso também ocorre depois no estacionamento. Apenas escrever “me lave” em um trailer empoeirado gera consequências segundo estas benditas borboletas. Que agonia decidir se deixo o evento ou o apago.

Mas voltando ao apartamento, há o dilema da garota grávida. Mexer ou não mexer no teste de gravidez? Novamente segui a ética moral que tenho para Max em minha cabeça. Mexi, a garota se sentiu muito ofendida, então voltei e consertei isso. E induzi a conversa de uma outra maneira, sem que precisasse mexer no teste de gravidez, mas fazendo a personagem me contar o que estava acontecendo.

Então era hora de ir para o estacionamento encontrar o Warren, o garoto na qual Max gosta (mas só um pouco aparentemente e ele está em um risco perigoso de friendzone – cuidado Warren!). Antes preciso novamente elogiar a ótima trilha sonora. A canção que toca no rádio do quarto da Max dá a melancolia perfeita para aquele momento. Chega a arrepiar.

E mais uma decisão: interferir ou não na discussão do segurança com a garota reprimida ou apenas fotografar o ocorrido? Desde o começo do game venho tentando conversar com essa garota é fazê-la se abrir comigo, então resolvo interferir e ver o que isso trará de consequências pra mim no futuro.

Porém o jogo parece deixar claro que a minha primeira reação é sempre meio covarde, ou de me precaver antes. Eu tomei a decisão de tirar a foto, e mais à frente em uma outra decisão de me impor ou ficar escondido, novamente eu fiquei escondido. Somente após ver o que ocorre por minha negligência nestes dois casos é que resolvi voltar e agir. Eu queria um poder assim na vida real. Fiquei com a impressão que por natureza, diante de algo inesperado, eu tomo decisões erradas, sempre me preservando antes do que pensar no próximo. Na ficção isso parece errado, mas é na vida real, é ruim ser assim? O jogo me fez refletir sobre isso.

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Voltando para o estacionamento há a importante cena de encontro da Max com Chloe, a sua amiga de infância e a garota na qual ela salvou no banheiro, narrado no primeiro texto que fiz para o jogo e linkado alguns parágrafos acima.

Achei interessante que a garota, a tal Rachel, que sumiu acaba sendo a melhor amiga de Chloe, no período em que Max foi embora da cidade. Quando vi o carro da Chloe no estacionamento tive uma vibração meio ruim. O game parece que deixa um pouco essa dualidade com a Chloe, passando a sensação de que ela pode ou não vir a ser um personagem tóxico, envolvida em coisas que ela ainda não está pronta para dizer a Max ou será que talvez seja apenas aquela fase rebelde e perdida que todos ficamos na adolescência? Quero descobrir isso.

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Gostei bastante da última parte do game, com a exploração do quarto e da casa da Chloe. Fora que o game dá uma tensão interessante. Eu fiquei toda hora achando que alguém ia surgir e me pegar fuçando as coisas da casa. E o passarinho na janela? Parece bobo, mas Max decidiu deixar mais um ser vivo viver ao invés de deixa-lo morrer quando o destino o matou. Talvez não seja nada, mas admito que passei alguns minutos pensando sobre isso, afinal é a segunda morte que Max interfere e muda suas consequências. E a borboleta do caos estava lá, me perturbando só porque salvei um mísero passarinho.

Nessa parte há dois momentos bem interessante, na qual apenas o simples ato de sentar, no sofá e na balança no quintal, me permitiu ter um flashback da infância da Chloe e Max. O game manda muito bem na imersão que estas cenas passam.

A cena da garagem tem o dilema das câmeras de segurança e dos documentos com fotos de estudantes. Além do fato de que o pai da Chloe é militar. Personagens assim tem a tendência de serem pirados, e agora? Eu deixei os documentos no lugar certo, desliguei a câmera, mas sabe o que fiquei pensando? Talvez a minha decisão de não assinar a petição contra a instalação de câmeras de segurança no campus, lá no começo do jogo, tenha sido errado. Agora já era né? Espero que eu possa reverter essa má decisão no futuro.

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Depois disso voltamos para o quarto e novamente o dilema de interferir na briga da Chloe com seu pai ou deixar rolar. Meu instinto de auto preservação disse para ficar na minha num primeiro momento, e na vida real eu jamais interferiria, sendo sincero. Deixei a cena rolar, a Chloe toma um tapa do pai e fica mal e me manda embora. Não! Isso está errado! Voltei no tempo e interferi na briga. A situação continuou merda, mas ao menos a relação da Max com a Chloe não acabou mal.

O que teria acontecido se eu tivesse deixado a cena rolar como da primeira vez? Será que a Chloe teria mesmo deixado a Max ir para a colina sozinha? A cena final do episódio 1 não rolaria como rolou? Fiquei curioso.

Só sei que o clímax final do episódio 1 é demais. Quatro dias então para que todos da cidade morram com um tornado que vai engolir a cidade e como uma adolescente com um poder impossível de se acreditar conseguirá evitar isso? Também achei importante a Max contar a Chloe, mas fica no ar se a amiga acreditou ou não. Só não senti que foi uma decisão minha. O jogo meio que me induziu a contar pra ela. Eu gostaria de ter decidido isso sem o game ter me compelindo a contar.

Pow e a visão do desastre com a manipulação do tempo para evitar que Max morresse em algumas dessas cenas são incríveis.

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É aquilo que disse no começo, terminei esse capítulo 1 bem impressionado com Life is Strange e mal posso esperar pra começar o segundo. O jogo realmente tem uma ótima pegada, uma história com personagens envolventes e mecânicas originais e que dão uma sensação de diferença dentro os games do gênero.

Ah e que genial o quadro de decisões no final do capítulo, não? As minhas decisões estão aí na postagem, junto com o ranking mundial. Parece que boa parte da minhas decisões foi de senso comum do ranking mundial e somente algumas fiquei entre a minoria. Genial esse pequeno detalhe final!

Life is Strange

Life is Strange (2)

É um ótimo capítulo introdutório tanto para história quanto para ensinar o gameplay
Personagens são carismáticos e com personalidades distintas
A ideia de ter a opção de mudar decisões é genial
O visual e a trilha sonora são realmente um diferencial excelente
A ideia do quadro de decisões ao final é excelente

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