Ghost Recon Wildlands Beta | Conflitos na Bolívia! (Impressões)

Da mesma forma que aconteceu com For Honor um pouquinho antes de seu lançamento a Ubisoft promoveu um beta para Tom Clancy’s Ghost Recon Wildlands, que será lançado agora no próximo dia 7 de março. Esse beta aconteceu entre os dias 3 a 6 de fevereiro.

Foi um beta fechado para basicamente todos os jogadores que efetuaram o registro no site oficial do game. A boa é que caso você tenha perdido essa oportunidade talvez tenha uma nova chance em breve, já que segundo uma nota publicada na Uol Jogos haverá um beta desta vez aberto em breve, possivelmente antes do lançamento de Wildlands.

Há que se elogiar a Ubisoft, que em uma janela razoavelmente pequena, está lançando dois grandes games para este primeiro semestre. Claro, existe a vantagem de não estar competindo com grandes blockbusters de outros estúdios. Já que esse período do ano é realmente mais calmo de grandes produções do mercado de games. E além disso, merece palmas, pois a empresa parece estar segura o suficiente em ambos os títulos, a ponto de promover períodos de betas dos dois games, permitindo que o jogadores possam justamente avaliar a proposta de cada um antes de decidirem adquiri-los.

Afinal tanto For Honor, quanto Ghost Recon Wildlands possuem novas propostas. Talvez For Honor mais, porém ao jogar o beta de Wildlands no início do mês não senti qualquer deja vu no que diz respeito a franquia Ghost Recon, por exemplo. Há uma sensação de algo novo, renovado e revigorado.

Quer dizer, também não saberia ir muito a fundo em torno da própria franquia Ghost Recon, porque verdade seja dita, o último que joguei mais a fundo foi Future Soldier, que é de 2014, auge da geração passada no Xbox 360 e de seu suporte ao Kinect. Houve também duas edições de Advanced Warfighter, em 2006 e 2007, mas se joguei, não tenho muitas memórias a respeito. Sem mencionar que houve outros games para outras plataformas como PSP, 3DS e Nintendo Wii que também não cheguei a conferir.

Sem esquecer que Ghost Recon é uma série dentro de outra franquia maior chamada Tom Clancy’s, que compõem outras séries como os games de Splinter Cell (saudades), Rainbow Six e até mesmo The Division agora faz parte de tudo isso, entre outras menores (dê uma olhada aqui).

Feito tais explicações, digo que não senti que Wildlands me obrigaria a ir conhecer os antigos games da série Ghost Recon. A premissa do jogo é bem simples: faça parte de uma equipe de elite cujo o objetivo é acabar com o cartel de drogas na Bolívia. Ponto. Não me pareceu que os protagonistas possuíssem algum drama pessoal que se destacasse sobre a premissa do game.

Até porque o personagem principal é totalmente customizado pelo próprio jogador. Mostrando assim que a Ubisoft pegou um pouco de um dos fatores que deram certo em The Division, permitindo o que o personagem se torne um avatar do jogador, que reflita a sua personalidade ou pelo menos parte dela.

E esse foi um ponto que me agradou. É interessante ver como os estúdios estão aprimorando e melhorando as interfaces de customização de personagens. Antigamente achava horrível ter que passar quase uma hora personalizando e acertando cada mínimo detalhe de um personagem próprio. Hoje há opções o suficiente para se fazer algo legal, mas não há a burocracia excessiva e nem a demora que levava há talvez uma geração atrás.

Ghost Recon Wildlands de uma certa forma me lembrou um misto de dois outros jogos famosos, na qual talvez tenha sofrido uma certa influência: Far Cry (Ubisoft) e Just Cause (Square Enix). Ambos pela sensação de liberdade existente, tanto para ir e vir pelo mundo do game, como a de deixar o jogador escolher suas ações, por onde entrar em combate, que arsenal utilizar e quais objetivos cumprir em uma ordem de eventos que mesmo que sigam uma certa ordem principal, ainda possuem uma flexibilidade enorme de objetivos secundários.

A única diferença entre os títulos mencionados é que ao contrário de Far Cry, Wildlands não é um game em primeira pessoa. O jogo funciona em terceira pessoa, com o jogador vendo o personagem na tela, na qual apenas a mira entra em primeira pessoa ao atirar. Já quanto a Just Cause, Wildlands não tem a zoeira deliberada e exagerada que a IP da Square Enix possui em suas mais recentes edições. Há algumas loucuras em Wildlands, porém mais sensatas a proposta do game em si. Porém não é uma sensação restritiva, o que é algo muito positivo.

Toda a jogabilidade me soou bem arcade. Seja nos combates quanto na direção de veículos. Controles bem acessíveis para jogadores que não são muito fãs de aspectos mais pertencente ao gênero da simulação. Gostei muito, por exemplo, do drone que marca inimigos no mapa e que permite – na experiência single player – que o jogador dê ordem para que sua equipe entrar em combate. Assim, o jogador não precisa suar a camisa para matar todo mundo no cenário, pois a equipe faz um trabalho louvável limpando as zonas de confronto.

Isso porque levei Wildlands mais como um jogo de mundo aberto (sandbox) do que de tiro em terceira pessoa. Quer dizer, esse elemento está lá, porém o que mais me manteve interessado mesmo acabou sendo a liberdade de explorar um enorme mundo aberto, com muitos colecionáveis, segredos e pontos de acesso para serem destravados.

Matar inimigos acabou sendo a menor das minhas diversões. Entretanto sempre que entrava em confronto foram momentos bacanas, sem que o jogo me forçasse a um ciclo de repetição que normalmente me cansaria. Gostei de atirar com rifles a longa distância, achei mais fácil do que geralmente acaba sendo pra mim, que sempre me enrosco quando preciso trabalhar como sniper.

A roda de ordem da equipe é uma excelente mecânica ao jogador single player, já que este está sempre em um time de quatro personagens. As ordens ajudam e controlam o ambiente ao redor. Não tive nenhuma situação na qual meu time entrou em confronto sem que eu desse tal ordem. Achei isso bem importante.

Claro que esse elemento de equipe existe em grande parte por conta da proposta do game em si, já que Wildlands tem uma campanha que pode ser apreciado por até quatro jogadores online, que cooperam juntos do começo ao fim. Não cheguei a ter tempo de testar o online no beta, infelizmente. Curiosamente antes de testar o game, estava com essa ideia de que justamente esse formato de equipe talvez pudesse arruinar a experiência individual para quem não curte jogar online. Sorte estar errado. Meio que acabou sendo uma surpresa ver o quão bem acabou funcionando o sistema para apenas um jogador.

Ao longo das poucas horas que joguei o beta, pude andar de veículo, helicóptero e até mesmo roubar um avião, na qual este último se provou um desafio digno de pousá-lo em meio a uma fazenda repleta de árvores ao seu redor. Resgatei sobreviventes, matei traficantes e morri ao entrar em brigas maiores do que poderia dar conta. Persegui carros suspeitos, interroguei tenentes pela estrada e descobri muitos colecionáveis ao longo da área habilitada pelo beta.

Os gráficos estão bonitos, nada além do que esta geração parece prover aos atuais games. Porém considerando ser um game de mundo aberto, Wildlands se mostra muito bem moldado, fazendo o jogador explorar diversos ambientes, enquanto também percebe que o jogo tem ciclos de dia e noite.

Apenas não gostei de uma área com cercas pela estrada que me obrigava a ficar dando voltas por ela, como se fossem muros invisíveis. Me incomodou um pouco. Mas no geral, está tudo bem bonito.

Quanto ao som, o jogo está dublado e totalmente localizado nos menus e textos em tela. A rádio boliviana nos veículos achei meio irritante, porém dá para desligar. Houve alguns bugs iniciais no áudio em português, pequenos engasgos, porém isso aconteceu apenas na abertura do game. Depois disso, o áudio não deu mais problemas. E é algo que até o lançamento em março deve ser arrumado. Betas podem ter pequenos bugs e problemas técnicos. Normal.

Para finalizar…

No geral esse beta me deixou bem empolgado com Wildlands. Admito que antes de testar o game tinha essa ideia de que seria um jogo mais estratégico e tático, focado em cooperatividade via multiplayer online. Não que ele não seja exatamente assim, entretanto a liberdade para que também não seja exclusivamente assim funcionou comigo. Achei divertido a experiência solo e a desnecessidade de ser tático demais, possuindo realmente uma grande pegada de mundo aberto, livre para explorar, brincar e jogar da forma que quiser.

Claro que isso foi apenas um pedacinho do game. Não tem como saber se o jogo vai se manter no mesmo ritmo até o fim da campanha ou se haverá mais além dessa impressão inicial. Entretanto fico contente de ver o quão diferente essa liberdade em um mundo de guerrilha soa de, por exemplo, do mundo aberto de Watch Dogs 2. Wildlands nesse sentido é um pouco mais tradicionalista, porém mantendo-se atualizado nas mecânicas e possibilidade que esse gênero poder sem atualmente.

Ghost Recon Wildlands não me pareceu uma reinvenção da roda. Nem é tão original quanto For Honor parece ser. Porém parece cumprir todos os requisitos para um excelente game, sendo acessível a todo tipo de jogador e com boas mecânicas. Saberemos mais em 7 de março, quando o mesmo for lançado!

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