Guardiões da Galáxia Vol. 2 | My Sweet Lord, Star-Lord! (Crítica)

Guardiões da Galáxia Vol. 2 já está bombando nos cinemas terráqueos! Não escrevi aqui sobre o primeiro filme, mas acredito que assim como eu, vocês que estão lendo agora também ficaram viciados no sentimento dele, o que fez sua sequência ser bastante esperada. Então, cá estamos aqui para trocarmos uma ideia sobre o filme. Pegue seu walkman, e bem-vindos à porra da minha impressão sobre a nova aventura dos Guardiões da Galáxia!

A estréia do Marvel Studios tornou o Homem de Ferro um personagem conhecido no mundo inteiro, Tony Stark se tornou um ícone pop. E podemos hoje considerar que o mesmo foi feito com os desajustados que formam o bando que se auto-denominam Guardiões da Galáxia. E levando em conta que o bando nem era lá muito popular entre quem lia gibi, esse fenômeno é ainda mais impressionante.

O primeiro filme não teve muito hype justamente por isso. Nenhum daqueles personagens era popular, exceto talvez o Rocky devido a sua participação em Marvel vs Capcom 3, ainda que ele foi adicionado posteriormente ao jogo e nem todo mundo jogou com ele. Mas a maioria da pessoas que assistiram Guardiões da Galáxia gostaram muito do que viram, teve até gente que passou a jurar pela mãe que era fã do grupo antes do filme…

Guardiões da Galáxia Vol. 2 já chega ao cinema com uma enorme base de fãs, e dessa vez a responsabilidade do longa era bem maior também. No comando de tudo, temos novamente James Gunn, o qual considero o maior acerto do Marvel Studios, ao lado de Robert Downey Jr como Homem de Ferro. Gunn é um diretor nerd, e entende bem o que significa fazer um filme para fãs. E não desaponta, trazendo tudo aquilo que gostamos no primeiro filme, e recheando a sequência com toques deliciosos de nostalgia oitentista.

Sim, se você foi um sortudo que foi criança ou adolescente nos dourados anos 80, Guardiões da Galáxia 2 vai ter um impacto ainda maior no seu coração. É uma verdadeira carta de amor, e eu não consigo me imaginar vendo esse filme tendo nascido na década de 90 em diante…

Nessa continuação, vamos mergulhar fundo na histórias pessoais dos personagens do bando. Coisa interessante, o primeiro filme mostrou a origem desse bando, e agora vemos do passado dos seus integrantes. Claro que o foco é Peter Quill, mas Gunn habilmente consegue dar tempo de tela para todos os nossos adoráveis desajustados. Conforme o longa progride, vamos sabendo mais os motivos que levam Rocky a ser tão fechado e agressivo com as pessoas, a motivação da rixa entre Gamora e Nebula, vemos melhor o curioso comportamento de Drax, e entendemos melhor o jeitão mais solto de Quill. Talvez o personagem menos explorado seja Groot, por motivos óbvios, mas sua presença em cada cena não deixa de ser apaixonante, mantendo aquilo que tanto nos cativa em sua estréia.

O roteiro nos propõe uma jornada simples, porém tudo é conduzido por Gunn de maneira hábil, extraindo momentos interessantes. É quase como um caldeirão repleto de coisinhas legais, que juntos formam uma receita deliciosa. Claro que muita coisa que foi tirada dos quadrinhos sofreu uma grande adaptação. Algumas, bota grande nisso, como Ego, o Planeta Vivo. Afinal, como abordar na telona o fato de um planeta interagir com pessoas?

James Gunn pega o universo cósmico da Marvel e consegue adaptar ele de uma maneira coerente, e todo o design e fotografia do filme impressiona pela escala e conceitos bem aplicados, tornando Guardiões da Galáxia um série com uma identidade bem definida. De cachorros falantes a planetas vivos, nada mais parece tão excêntrico a ponto de não poder aparecer nessa série. Hoje eu consigo aceitar que não há limites para o que o cinema possa pegar dos quadrinhos.

Como a história é simples, nossa mente fica mais livre para apreciar paisagens e cenários incríveis, e claro, curtir a trilha sonora que novamente é um dos pontos altos da aventura espacial. Mas dessa vez, a música não serve apenas para embalar as cenas, mas chega a se tornar parte delas, servindo ao roteiro tanto quanto um personagem.

Todo o sentimento de um filme feito pela Marvel está presente aqui, com o bom humor característico ainda mais afinado, que primeiro soa como no primeiro filme para depois deslanchar em si mesmo. Mas é importante notar que em muitos momentos coisas graves acontecem e nunca esse sentimento de gravidade é diminuído. Personagens vem e vão, e todos tem sua relevância, tudo que acontece a eles importa. E importa a nós.

Se o primeiro filme surpreendeu por não ser tão previsível, e até mesmo arriscar coisas como acabar com a raça do vilão de uma maneira esperta (talvez só superada por uma certa barganha…), na continuação vemos a consolidação daquilo que foi visto anteriormente. Claro que ás vezes ocorre um exagero aqui e ali da chamada “fórmula Marvel”, mas o resultado final encontra seu equilíbrio quando percebemos o quão grandiosas são as poucas adições que Gunn coloca na receita.

Ao contrário do que se esperava, Guardiões da Galáxia 2 não contribui muito para a preparação da chegada de Thanos que vai acontecer no próximo filme dos Vingadores. Pelo contrário, o filme expande seu próprio universo, abrindo muitas pontas que podem ser exploradas em varias outras continuações. O universo cósmico da Marvel é riquíssimo e pode render dezenas de filmes.

Desnecessário dizer da qualidade dos efeitos especiais, quem puder ver em imax vai ficar extasiado com a variedade. Os dois Guardiões da Galáxia junto com Capitão América: Guerra Civil é um dos poucos filmes baseados em quadrinhos que parecem uma história em quadrinhos. É um filme que nunca se esquece de suas raízes, honesto e que sabe o que e como entregar, ao contrário de outras adaptações que forçam demais a si mesmos.

Com James Gunn já tendo confirmado que vai dirigir Guardiões da Galáxia 3, eu tenho confiança que teremos a primeira trilogia perfeita de heróis. Já não há limites para o que a mente de Gunn puder conceber, e quem ficou até os créditos finais e viu a CINCO cenas pós-créditos, pode assinar embaixo.

 

Awesome Mix Vol. 2 mais awesome ainda!
Melhor abertura, encerramento, pós-créditos e aparição do Stan Lee.
Explora bem o Universo Cósmico Marvel e a vibe anos 80
Tudo de bom do primeiro filme está de volta e turbinado!
Belíssima fotografia e efeitos especiais (e espaciais).

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Um Comentário

  1. Filme simplesmente maravilhoso. Foi interessante a construção do vilão, tomando por base o anseio de Peter por uma conexão com seu pai (ainda que resistente no início) e a lenta revelação de que havia algo errado com Ego. No fim, o arco do protagonista foi reconhecer que Yondu era seu verdadeiro pai, por não só havê-lo criado como também por tê-lo salvo de Ego no passado. Também gostei do aprofundamento da relação entre Nebulosa e Gamora, pondo foco em como os abusos que elas sofreram nas mãos de Thanos as moldaram.

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