Starlink: Battle for Atlas | Aventuras espaciais, e especiais! (Impressões)

Starlink: Battle for Atlas quase sempre nunca é o que você espera dele.

Como fã de jogos espaciais, fui imediatamente fisgado pela ideia de um game que não só seguiria a vibe de um StarFox (Nintendo) mas adicionaria vários outros elementos na mistura.

Um desses elementos “novos” é também um dos maiores destaques do jogo, que torna ele um “NFC Toys to Life” como visto na série de jogos SkylandersDisney Infinity, ou os incontáveis Ammibos da Nintendo, todos eles presentes em jogos que utilizam pequenas estatuetas de personagens que liberam coisas nos jogos.

Só que em Starlink o jogador utiliza naves com armas intercambiáveis, o que permite combinações variadas e todas elas replicadas na nave usada pelo jogador durante o jogo. Ou jogadores, já que dá para jogar junto com um amigo em tela dividida, cada um com sua nave própria, algo raro de ser hoje em dia nessa leva enorme de jogos com multiplayer online.

Curiosamente, o anúncio de Starlink veio justamente quando Skylanders e similares estavam caindo em popularidade, e o time de desenvolvimento acreditou que Starlink iria revitalizar esse mercado.

BRINCANDO SEM BRINQUEDO

Uma ótima sacada é que o game pode ser totalmente jogado sem o uso dos brinquedos, o que também significa que o jogador tenha acesso a muito mais naves logo de cara, sem ter que comprar a nave de brinquedo para usar no jogo. A versão Deluxe digital por exemplo, tem todas as naves do jogo desbloqueadas!

Nós do Portallos, por exemplo, recebemos apenas a versão digital do jogo, não usamos nenhuma nave física para poder jogar, enquanto a versão física acompanha uma nave e um personagem específico, que são acopladas no controle, o que deve ser um pouco estranho de se acostumar, imagino.

Isso só aconteceu pois o time de desenvolvimento recebeu um feedback positivo de pessoas adultas durante as sessões de testes do jogo, cujo alvo até então era o público infantil. Então o jogo também foi trabalhado de modo ser mais atrativo para esse outro público.

A segunda grande sacada foi utilizar o universo de Starfox para a versão do Nintendo Switch, então não foi nenhuma surpresa ver as pessoas empolgadas em comprar a edição física para o Switch, e assim ter a Airwing e Fox McCloud! Esse conteúdo exclusivo torna a versão de Switch dessa aventura espacial mais especial ainda.

CAIXINHA DE AREIA ESPACIAL

Agora falando do jogo em si, ele acontece em um vasto sistema planetário para ser explorado pelo jogador, quase tudo acessível em tempo real, apenas quando se usa o fast travel nota-se um loading. O resto do tempo você é capaz de decolar do chão para o espaço apenas apertando um botão para usar uma grande impulsão, o que é realmente legal.

São sete planetas a serem explorados, todos eles com particularidades únicas em termos de visual, mas infelizmente eles não tão variados assim, depois que se visita uns três mundos é possível notar uma certa repetição de elementos gráficos, em especial as construções. Há uma certa liberdade na ordem de exploração composta de missões principais e opcionais. Starlink é praticamente um jogo de mundo(s) aberto(s).

A fauna e flora não é lá muito variada, fica aquela sensação de vazio e uniformidade no geral, eu esperava ver mundos mais complexos, o que é ruim pois o jogador passa muito tempo sobre a superfície do planeta. Ainda assim, o design artístico é de bom gosto, com amplo uso de cores e formas para criaturas e cenários. As tarefas a serem feitas acabam por se repetirem muito, então após algumas horas de jogo a coisa fica muito maçante, recomendo que se jogue por períodos curtos de tempo por isso.

E LÁ VAMOS NÓS SALVAR O MUNDO

Mas, a história, ela é bacana? Bem, ainda não terminei o game para saber tudo, mas o que vi foi a manjada tentativa de um tirano de tomar o controle de tudo, auxiliado por um exército descartável. Para detê-lo, tem uma equipe (que conta até com uma brasileira) que vai auxiliar você, e cada personagem jogável tem habilidades únicas (assim como as naves) e com um sistema de evolução permite uma jogabilidade variada e sempre com novidades.

Porém confesso que os personagens do jogo de um modo geral não me agradaram muito, vindo da Ubisoft eu esperava de repente um visual mais ousado, europeu, mas como o estúdio é canadense, tudo ficou com uma cara de animação americana genérica.

Felizmente, o gameplay apesar de ser mais repetitivo do que deveria ser, ainda satisfaz. Pois os controles são muito bem otimizados, é realmente muito bom encarar dogfights no espaço, tudo soando como um Starfox deveria ser sempre, e muito melhor do que o último game da franquia da Nintendo, Starfox Zero. Poderia ter mais delas no jogo, com maior duração, mais objetivos, e chefes desafiadores, assim como Starfox faz tão bem. Sempre que terminei uma batalha espacial, fiquei com aquele gostinho de quero mais.

As batalhas no chão não são tão empolgantes, sendo a parte que menos gostei no jogo até agora. Gasta-se muito tempo realizando tarefas na superfície, de modo a ganhar XP eliminando inimigos, catalogando a fauna e flora, coletando coisas, melhorando estruturas. Achei que o volume de grind ficou além do necessário.

UM ELO COM OUTROS JOGOS

Podemos descrever Starlink como um híbrido com base em jogos como No Man’s Sky, Mass Effect, Elite Dangerous e… FarCry. E principalmente Starfox. Tirando essa parte chata de fazer grind em excesso, é uma nova IP que merece continuar e se aprimorar, há potencial aqui para futuras continuações, melhorando enredo, apresentando mundos mais complexos e oferecendo dogfights mais longas, além de encontrar um caminho próprio.

Por enquanto, ajeite-se em sua poltrona, decole e vá salvar mais um mundo, afinal, todos nós gostamos disso!

Extra – O início, duração 43 minutos

Viajar pelo espaço é bem legal
Conteúdo de Starfox
Jogabilidade bem integrada ao gameplay
História e elenco não são muito criativos
Uso das naves físicas não é obrigatório
Faltou mais variedade nas missões de chão e no espaço.

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