Análise DLC | Tales of Arise – Beyond the Dawn

Disponível para PlayStation, Xbox & PC

Tales of Arise – Beyond the Dawn é a expansão DLC, dando continuidade ao mundo de Tales of Arise , título lançado em setembro de 2021 para PlayStation 4 e 5, Xbox One e Series & PC, sendo um JRPG de ação que chegou fazendo o uso apropriado das melhorias oferecidas pela Unreal Engine 4. O título também foi usado como uma evolução da fórmula “Tales of” de maneira a conseguir atrair novos jogadores para a franquia e reinventar a fórmula já estabelecida para os jogadores veteranos. E agora, através desta DLC, uma nova história é apresentada.

Beyond the Dawn, como um conteúdo adicional, pode ser jogado mesmo por quem não terminou a história principal, contudo ainda é obrigatório que o jogador possua o jogo base para rodar a DLC. Quem optar por começar pela expansão, ou não ter terminado a campanha principal do jogo, existe a opção de iniciar a DLC com os personagens no Level 70, nível mínimo para sobreviver pelas bandas deste novo conteúdo. Já para quem terminou a história principal, é possível continuar com os seus personagens no nível que estavam e com os equipamentos adquiridos na jornada que deu origem a tudo.

Para aqueles que ainda desconhecem a obra, e estão curiosos pelo jogo principal, posso indicar a sua análise feita em seu lançamento e publicada aqui no site. Lá explico bastante sobre a jogabilidade e a apresentação do mundo, já que todo título da série é independente um do outro. Particularmente gostei muito desta edição e é um dos meus favoritos da franquia até então.

Tales of Arise – Beyond the Dawn foi lançado agora no último dia 9 de novembro, estando disponível em todas as plataformas a qual o jogo original foi lançado. E assim como o jogo base, a DLC chega para todos com uma completa localização em português, com legendas nos diálogos e menus traduzidos em nosso idioma.

Após o fim da jornada principal

A DLC inicia com um breve resumo de como terminou a história principal e como está o mundo atual, que não é mais o mesmo mundo anterior, já que passou por uma mudança drástica e irreversível que levou muitas pessoas a desaparecerem no processo. Resumindo bem resumido (mesmo!)… os 2 mundos (Dahna e Rehna) se tornaram apenas um. Contar exatamente como isso aconteceu tiraria um pouco das surpresas, então vou me abster de revelar grandes detalhes.

Mais um dos problemas encontrados neste “novo mundo” continua com força total aqui na expansão: o eterno conflito entre os habitantes de Dahna e Rehna (devido as suas diferenças, modo de vida e etc) e isso causa um grande desafio para os protagonistas da aventura. Como os ânimos nunca esfriam entre os dois povos, sempre existe algum atrito que não permite a harmonia, ainda mais em um mundo marcado por golpes do destino.

Alphen e Shionne, os heróis do jogo principal, viajam pelo país desde o final do jogo anterior, tentando reparar os danos causados no mundo e explorando os mausoléus, estruturas originárias de Rehna que agora estão no novo mundo, sendo que muito deles são áreas subterrâneas. Então encontrar as entradas dos mesmos já é uma tarefa para lá de desafiadora. Alphen, a contragosto, acaba inúmeras vezes sendo referenciado como o Espada Flamejante, herói ou destruidor de mundos. Tanto para Alphen, quanto para qualquer um de nós, nem sempre é fácil ser alguém notável no mundo. As cobranças vêm aos montes, a desconfiança pode surgir e nem sempre basta seguir o caminho correto para ser aceito por todos.

Mas a rotina de Alphen e Shionne permanece a mesma até que conhecem uma garota misteriosa. A garota se chama Nazamil e é uma mestiça, seu pai era um lorde de Rehna e sua mãe uma mulher comum de Dahna (não tendo títulos de realizada ou algo do tipo). Ela deveria ser a representação de uma nova era, onde seria comum a união dos dois povos e o nascimento de pessoas com sangue tanto rehnano quanto dahniano, mas as coisas não são fáceis, e nem práticas, como deveriam ser.

Nazamil não foi bem tratada quando criança por seu pai e tampouco é agora, o que deixou a jovem profundamente abalada. Ao conhecer Alphen, Shionne e o restante do grupo de heróis, Nazamil finalmente começa a vivenciar e a aprender o significado de se ter amigos e se sentir parte de um grupo. Tendo em seu desejo de ajudar o grupo um motivo para seguir em frente e para tentar fazer a diferença. Mas esse sentimento não dura muito tempo, já que a jovem conta com mais um segredo que precisa ser explorado. Ela possui os mesmos poderes de Alphen e Shione. E mais uma vez cai nas mãos do jogador a tarefa de proteger o mundo de um certo perigo iminente.

Assim a expansão lida diretamente com os eventos causados pela jornada principal de Alphen e Shione, trazendo as consequências do final da jornada anterior, e dando ao jogador uma perspectiva do mundo adiante e da reflexão que qualquer desfecho possa ter indicado anteriormente.

O que há de novo na expansão?

Beyond the Dawn é claramente um conteúdo extra de história, então o foco está em continuar a contar a história iniciada no título principal. Como mencionei anteriormente, vai se tornar muito mais fácil a estadia por essas bandas se o jogador já tiver finalizado, ou no mínimo ter ido até a metade da história principal. Mas mesmo assim é possível jogar a expansão sem ter jogado ou sem ter concluído a história principal. No entanto, você perderá alguns bônus de conclusão que poderia usar para alguns oponentes aqui no DLC.

Há para os amantes das batalhas, Zeugles gigantes que representam um desafio elevado para serem derrotados, por estarem no mínimo em níveis beirando os 70/80, então é bom se preparar para essas batalhas. A recompensa por derrotar esses monstros são itens raros para a fabricação de novas armas e equipamentos. Uma dica é salvar antes da batalha, se as coisas saiam do controle você pode retornar e não perder os itens utilizados no combate.

Um dos itens que podemos obter desses inimigos especiais são as flores astrais que podem aumentar o PC do grupo, os pontos utilizados para recuperar vida  (utilizando Ars de cura de Shionne) ou para realizar ações específicas em áreas do ambiente como derreter gelo, fazer plantas crescerem, quebrar pedras e etc – ações essas realizadas por algum dos membros do grupo.

Outra das novidades são novas missões no campo de treinamento. Apesar da dificuldade das lutas serem sempre normais as coisas vão complicando aos poucos e cada vitória além de registrar o tempo em um ranking, também dará itens especiais para ajudar e facilitar a jornada. Outra coisa que não muda por aqui são as receitas culinárias, o mesmo “cozinheiro” que estava na história principal está por aqui novamente e vai nos pedir ingredientes para realizar seus preparados e depois ensiná-los ao grupo. Lembrando que podemos cozinhar os acampamentos e pousadas para obtermos status bônus, como melhor defesa, maior ataque e etc por um determinado período após o preparo do mesmo.

A expansão também traz muitas missões extras para realizarmos, lembrando que estamos no mundo após os eventos da história principal e se as coisas estavam bem turbulentas por essas bandas durante aquela época, imagina agora. Achar pessoas precisando de ajuda é bem fácil, mas algumas missões são de maior importância e são chamadas como missões de reconstrução. Essas visam a obtenção de recursos para a reconstrução de cada país, o que vai resultar em mudanças visuais e estruturais nas construções de cada localidade, além de poder adicionar novos itens à venda na mesma região.

Contudo, no geral, a expansão é de fato para dar continuidade ao mundo construído pela aventura anterior, dando ao elemento da narrativa, o melhor papel que se pode ter em um DLC. Não é simplesmente mais da estrutura anterior, é um novo mundo que traz novas histórias, novos problemas, novos dilemas a seus habitantes. E dá a oportunidade do jogador descobrir mais após o fim original.

Considerações finais

Gostei de verdade de voltar a jogar Tales of Arise, mas não posso tapar o sol com a peneira. Então vale dizer logo que Beyond the Dawn é uma DLC de história para quem jogou o jogo principal. Ainda que haja essa opção de iniciar as coisas pela expansão, não vejo lógica em querer fazer isso, sem conhecer o mundo anteriormente e nem mesmo os protagonistas, seu passado e origem.

Para quem se aventurou anteriormente por Tales of Arise é como voltar para casa, já sabemos o que vamos encontrar, já sabemos como batalhar, sabemos os caminhos que iremos percorrer e conhecemos toda a turma que iremos controlar mais uma vez. Certamente é uma nova jornada que vale ser apreciada. Inclusive que possui uma razoável duração, na média de 20-30 horas de gameplay para suas missões principais e opcionais.

Importante também dizer que Nazamil não é uma personagem jogável, então vamos continuar controlando Alphen, Shionne, Law, Rinwell, Kisara e Dohalim, e dá para perceber que são, de certa, forma 3 casais e, no meu ponto de vista, ficou bem claro que existe algo aí. Alphen e Shionne estão viajando sozinhos em sua jornada para restaurar o que conseguirem do mundo, Law e Rinwel já tinham pequenas briguinhas na história principal e o fato deles terem continuado a se visitarem durante o período que não vivemos da história mostra que tem um sentimento aí. Kisara e Dohalim é o casal mais óbvio do jogo todo desde o momento em que entraram para o grupo.

É interessante pensar que eles continuaram vivendo no mundo após os eventos, e que agora a volta do jogador é uma continuação para eles também, uma nova oportunidade de reunirem o grupo e se aventurarem com o jogador controlando a ação. O destino de Nazamil é algo que chama o jogador a ser acompanhado, pois o fato dela ser de certa forma vítima de racismo dos 2 povos ao qual pertence sempre vai mexer com o jogador. A dúvida de Alphen quanto a ser apenas visto como um herói ou como o destruidor de mundos também é algo que marca nessa história.

Gosto da forma como os jogos da série abordam temas e conceitos presentes no mundo real, além de nos apresentar lições de moral, até porque são filosóficas e ter tudo isso em português (nas legendas) é impactante. Uma frase que nos explica de forma básica, mas verdadeira o motivo de sempre termos desentendimento e desavenças é dita por um personagem de forma simples mais verdadeira e impactante: “Só são necessárias duas pessoas para ter um desentendimento. Se você quiser um motivo, você pode achar facilmente.

Sendo assim, dá para concluir que Tales of Arise – Beyond the Dawn é uma interessante expansão para dar continuidade a narrativa de seu jogo principal, mas não evolui a jogabilidade criada. Existem novos equipamentos e armas para os personagens da sua equipe, mas não há novas skills. Há os novos inimigos enormes e desafiadores para testar as habilidades dos jogadores, mas não existe um novo personagem jogável. O mundo mudou, e muitas vilas e locais poderão ser revisitados, para que o jogador veja as consequências do desenrolar da história ao final da campanha principal, e novas missões permitem que o jogador acompanhe a reconstrução de muitos locais conhecidos.

Estes elementos também justificam o relançamento do jogo em uma Edição Definitiva, também lançada no dia 9 de novembro, contendo o jogo base e sua expansão, além de dezenas de novas skins de roupas para os personagens (elemento puramente cosmético). Dá a impressão de que agora, a jornada destes personagens está finalmente completa!

Galeria

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Dando nota

Expansão também conta com legendas em português o que é muito bem vindo em um JRPG - 9
É um conteúdo da história principal feitas para os fãs que estavam querendo voltar a este universo - 8.5
Diversos equipamentos e roupas novas para equipar seus personagens da sua forma preferida - 7.5
Reviravoltas de tirar o fôlego e amplamente conectadas ao que já foi mostrado na história principal - 8.5
Não apresenta mudanças na jogabilidade, tudo o que já conhecemos está de volta sem novidades - 7.5
Trilha sonora continua fazendo muito bem a sua parte de envolver o jogador no mundo apresentado - 8
Conta com diversas e importantes lições de moral que condizem amplamente com o que vivemos no mundo real - 9

8.3

Ótimo

Tales of Arise – Beyond the Dawn é isso, uma volta ao mundo já conhecido, mas que está em uma nova era, é mais do mesmo, mas longe de ser algo fraco ou mal feito. O belo visual continua presente, as batalhas continuam impactantes e o mundo continua com suas intempéries, pedindo e precisando da ajuda do jogador para ser salvo. Mantém a bela jogabilidade apresentada originalmente e dá sequências aos eventos do jogo principal. Consegue fechar seu ciclo narrativo após um final de grande impacto da campanha principal.

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