Análise | Capcom Fighting Collection 2

Disponível para PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox Series X|S & PC

Capcom Fighting Collection 2 me conquistou antes mesmo do primeiro golpe. Como alguém que pôde frequentar os fliperamas durante os anos 90 e início dos anos 2000 e ainda possui Street Fighter Alpha 2 para Super Nintendo, esta coletânea cuidadosamente selecionada não é apenas um relançamento, mas sim um convite pessoal para reviver os dias de glória dos monitores de CRT montados em gabinetes imponentes, das rivalidades acirradas e do design de personagens incrivelmente bacana.

Esse pacote continua a resgatar o legado dos jogos da época de ouro da Capcom nos arcades, e fica perfeito combinando com o recém-lançado Marvel Vs Capcom Fighting Collection!

Mas a nostalgia é apenas parte do pacote que a Capcom preparou aqui. O que realmente eleva esta coleção é o compromisso da Capcom em preservar e celebrar a arte visual que definiu toda uma geração de jogos de luta. É um fato inegável que o design visual dos anos 90 da Capcom, visto em Capcom Fighting Collection 2, me marcou, e agora, jogando ele há semanas para esta análise, é um estilo de arte que simplesmente adoro.

Aliás, também é bom ver a Capcom finalmente ir além de Street Fighter e outros jogos retrô que já vimos em muitas coleções lançadas anteriormente. Esta coletânea com oito títulos incluem jogos com visuais 2D e 3D, jogos em grupo e até uma parceria com a SNK (bem a tempo de aproveitar a onda de Fatal Fury: City of the Wolves ).

Os lutadores clássicos sob um novo olhar moderno

A primeira coisa que me impressionou foi como esses jogos ainda são, bem, impressionantes. Isso é o auge da pixel art; eles são ousados, expressivos e cinéticos, independentemente dos jogos que você joga (há quatro títulos 2D e quatro 3D). Tanto Street Fighter Alpha 3 Upper quanto Capcom Vs SNK são obras-primas da animação de sprites, e jogando-os agora, é impressionante quanta personalidade transborda de cada quadro.

Até mesmo escolhas relativamente obscuras, como o gigante T-Rex Huazer com chifres de Red Earth (encontrado no pouco inspirado Capcom Fighting Evolution) parecem heróis de histórias em quadrinhos finamente ilustrados ganhando vida — este personagem é enorme, mas tem uma enxurrada cômica de animações de soco tão extravagante que me fizeram rir.

Cada jogo oferece opções de filtro que permitem replicar as linhas de varredura do CRT ou redimensionar o formato da tela, dependendo do seu gosto. Pessoalmente, optei pela emulação CRT com a proporção original da tela – porque parece perfeito. É o básico do que se espera de uma coleção retrô hoje em dia.

O modo Museu é onde você pode explorar a arte conceitual e as ilustrações por trás de cada jogo, e passei mais tempo do que imaginava explorando a biblioteca de arte da Capcom (falarei mais sobre isso depois).

Design cheio de personalidade que encanta

Eu adoraria dizer que cada título da coleção traz algo diferente e legal, mas em uma coleção como esta sempre há algo que não agrada muito. Para mim, Capcom Fighting Evolution não é um dos melhores da softhouse, e embora seja bom ter personagens de Street Fighter Alpha 3 Upper e DarkStalkers lado a lado, é um jogo de luta interessante, mas que não me atrai com a mesma intensidade de um Street Fighter Alpha 3 Upper.

Analisando a coleção em geral, é fascinante ver como a linguagem de design da Capcom evoluiu ao longo das eras. Power Stone continua sendo um dos jogos de luta de arena mais alegres e caóticos desde aquela época, e seu design de personagens arrojado ainda impressiona com um apelo quase de brinquedo e cheio de personalidade. A estética simples, embora básica em termos 3D, se mantém porque sempre se baseou em silhuetas visuais fortes e paletas vibrantes para um resultado visual único e que fica na memória do jogador.

Passando para o 3D, Project Justice é uma versão caótica e exagerada, cheia de estilo do início dos anos 2000, onde cada personagem parece ter saído de um anime esquecido da era do PlayStation . Mas é exatamente por isso que eu adoro. É chamativo, exagerado e um experimento exuberante de estilo que os jogos da época exploravam (dê uma olhada também em Bloody Roar e Fighting Bronx). Nem tudo parece perfeito, mas a tentativa de ser desses jogos nunca é entediante.

Animação que encantou uma geração a lutar

Ao jogar novamente os jogos desta coleção, fico constantemente impressionado com a qualidade da animação desenhada à mão da Capcom. Esses sprites – particularmente em Street Fighter Alpha 3 Upper – não são apenas tecnicamente impressionantes, são lições de narrativa visual. Antecipação, compressão e alongamento, ação sobreposta, todos os princípios clássicos da animação estão presentes em cada Hadoken e Shoryuken, e a situação só melhora quando a SNK se junta a eles em SNK Vs Capcom e na sequência SNK Vs Capcom 2.

As taxas de quadros são mais baixas para os padrões modernos, mas esses artistas sabiam exatamente quando manter uma pose ou atrasar alguns quadros para enfatizar o impacto, e como fazer isso funcionar em um jogo de luta 2D e 3D dinâmico.

A Capcom atualizou a jogabilidade desses jogos com novos recursos, como o modo online que utiliza netcode rollback, enquanto os modos de treinamento são um bom lugar para experimentar e, embora eu nunca tenha sido um grande fã, movimentos especiais de um botão garantem que mesmo novatos possam vivenciar o caos e os movimentos icônicos dos personagens.

Há também o tesouro de arte dos jogos, encontrado no Museu da coleção. Arte conceitual, folhas de sprites, ilustrações diversas e mais de 400 faixas de música remasterizada formam uma espécie de livro de arte interativo. Como mencionei, passei um tempo vergonhoso apenas folheando as galerias desta coleção.

Uma carta de amor escrita em pixels e socos

Capcom Fighting Collection 2 não é perfeito – há alguns jogos filler, como Plasma Sword e Capcom Fighting Evolution, e cada jogo é como era, o que significa que são títulos focados em arcades, sem qualquer necessidade moderna de narrativa ou modos de jogo estendidos. Mas a beleza de jogos de luta como Street Fighter Alpha 3 e com as equipes da SNK é que você passará semanas simplesmente aperfeiçoando combos e se testando contra a CPU e os amigos.

Do ponto de vista do design, Capcom Fighting Collection 2 é inestimável para entender como a cor, o movimento e o design dos personagens podem se comunicar tanto, tão rapidamente. E tinham que ser assim, para se destacarem em meio a tantos outros títulos disputando a atenção nos fliperamas cheios de máquinas chamativas.

Como jogador, estou muito feliz por poder jogar essas joias retrô novamente – especialmente a dupla de Power Stone, que foram esquecidas por muito tempo. Combinando com o primeiro Capcom Fighting Collection, temos uma dupla de jogos em um recorte perfeito do que foi um momento glorioso, de uma época em que inserir uma ficha na máquina era excitante e mágico.

Galeria

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Dando Nota

Animação e design impressionantes - 9.5
Alguns jogos clássicos imperdíveis - 9
Bom pacote de extras - 9
Bem adaptado ao jogador moderno - 9
Seria perfeito com os SNK vs Capcom... - 7

8.7

Erga os Punhos

Análise de Capcom Fighting Collection 2: uma celebração pixelizada do caos e da criatividade Esta coleção de jogos retrô apresenta alguns dos melhores de todos os tempos e oferece uma lição de design arrojado. Os excelentes – SF Alpha 3, Capcom Vs SNK, Project Justice, Power Stone – continuam excelentes, mas alguns títulos filler atrapalham Capcom Fighting Collection 2.

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