Crítica | Cisne Negro – Eu Fui!

Cisne Negro

 

Um filme sobre balé e que não é chato!? Tem que ver isso aí…

Alguns filmes são tão diferentes do que estamos acostumados, que acaba se tornando uma missão difícil de escrever sobre eles. Aqui na seção Eu Fui! do Portallos acabamos nos focando nos filmes blockbuster, que possuem algum apelo nerd ou que sejam apenas divertidos. Porque ninguém aqui é um crítico de cinema de verdade, (e se é isso que você procura sugiro correr lá para o Cinema Em Cena e ler as ótimas críticas do Pablo Vilhaça) falamos dos filmes para vocês como se estivéssemos em uma conversa entre amigos. Mas isso não nos impede de volta e meia recomendar um título meio incomum, mais alternativo (como fizemos com Um Olhar Do Paraíso, Lembranças e Ensaio Sobre A Cegueira) e é exatamente nessa categoria em que se enquadra Cisne Negro.

Não que o filme seja lá absurdamente alternativo, mas ele possui sim um desenvolvimento bem mais lento do que o convencional o que acaba exijindo um pouco mais de paciência do público. Primeiro porque Cisne Negro se passa no mundo do balé, onde a bailarina Nina acaba de ser escalada para o papel principal do espetáculo O Lago Dos Cisnes. Durante os ensaios, ela consegue interpretar bem o papel da doce e ingênua Odette, mas falta a Nina a sensualidade para interpretar Odile, o Cisne Negro. Pressionada pelo diretor do espetáculo, Nina terá que lidar com uma relação turbulenta com sua mãe e ainda encarar a nova bailarina Lilly…

Darren Aronofsky consegue colocar o filme em um patamar acima da média, transformando os esforços de uma bailarina em um thriller psicológico de primeira. Fosse em mãos menos capazes, talvez o filme não teria conseguido tantas indicações ao Oscar – cinco no total, Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Fotografia e Melhor Montagem – e muito menos tantos elogios a atuação de Natalie Portman, mas mais sobre isso no próximo parágrafo. Aronofsky consegue arrancar atuações fantásticas de seus protagonistas: em Réquiem Para Um Sonho foi Ellen Burstyn, no subestimado A Fonte Da Vida foi a vez de sua esposa Rachel Weisz e com O Lutador presenciamos o retorno de Mickey Rourke.

E em Cisne Negro quem brilha é Natalie Portman, a atuação dela merece todos os elogios e todos os prêmios. A começar pela magreza assustadora, que já a transformaria em um personagem extremamente frágil a atriz ainda adota um timbre de voz suave, quase um sussurro nos dando a impressão de que irá se despedaçar a qualquer instante, como vemos no pôster do filme. Mais impressionante ainda é a verdadeira transformação que o personagem sofre perto do final do filme, não irei soltar spoilers, mas preste atenção no rosto e nas expressões da atriz em sua dança final… Um verdadeiro espetáculo! Seria até injusto querer comentar dos outros atores, pois apesar do belo trabalho de cada um, todos ficaram ofuscados pela atuação brilhante de Portman.

Apesar de cair em um lugar comum nos seus momentos finais, reutilizando a velha fórmula de enganar o público; recomendo fortemente que todos confiram Cisne Negro.

Cisne Negro - poster

Ficha Técnica

Título Original: Black Swan
Diretor:
Darren Aronofsky
Roteiro:
Mark Heyman, Andrés Heinz e John McLaughlin.
Gênero:
Drama/Suspense
Elenco:
Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel, Barbara Hershey e Winona Ryder.
Estréia nacional:
04/02/2011
Duração:
108 minutos

Trailer:

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24 Comentários

  1. Confesso que o meu primeiro motivo para ter visto esse filme, foi para ver a cena da Natalie Portman com a Mila Kunis (xD). Mas levei uma surpresa, o filme é bem muito bem argumentado e a atuação da Natalie foi excelente. Valeu apena ter ido no cinema.

    1. Poxa, sério Netin? Ultimamente tenho tido tanto cuidado pra não soltar spoilers nos textos… A única coisa que fiz de diferente foi retirar aquele aviso antes do post, pois o estilo do texto está o mesmo nas últimas críticas que fiz. Dê uma lida depois.

  2. Também assisti o filme!

    Fui meio que obrigado a minha namorada a ver, na verdade. Imaginávamos que seria um pouco diferente com mais suspense e ação, e não um filme de drama.

    Mas gostamos. De forma geral, o enredo é muito bom e nos deixa com vontade de saber o final.

  3. O planejamento pra janela do fim de semana é Besouro Verde… Mas até comprar o ingresso eu fico na dúvida, e as indicações ao oscar dificultam a escolha XD

  4. Também gostei bastante desse filme, a atuação da Natalie Portman realmente é incrível. O que eu mais gostei foi a metáfora dessa transformação da Nina que foi citada no texto, que mostra muito bem a percepção que a personagem está tendo do que está ocorrendo.

  5. Achei o filme sensacional!! Assisti no final de semana passado e passei uns 3 dias depois relembrando várias cenas do filme, de tão absorvido que fiquei.

    No quesito atuação, apesar de Natalie Portman se destacar,todo mundo está muito bem. E no quesito direção, só fiquei com mais vontade de ver ‘O Lutador’, filme anterior do diretor.

  6. Queria ter visto na estreia, pq esse é um filme que merece ser visto o mais rápido possível!
    Simplesmente genial! Nunca gostei do balé, mas a dança clássica presente nesse filme é viva, é real…sei lá, sem parecer forçado – esse filme, assim como “Requiem”, repassam um quê de realidade chocante, independente das cenas fantásticas que aparecem durante todo o filme – e que, aliás, sem essas cenas, o filme não seria o mesmo.
    Mas a tranformação da atriz, no último ato…queria que tivesse durado mais!
    Tanto trabalho, tanto sofrimento, para poder se “transformar” no Cisne Negro…e durou apenas alguns minutos.
    Minutos de pura perfeição.

  7. Assisti hoje e lembrei-me de prestar atenção nas expressões faciais da atriz na dança do final. Realmente ela incorporou bem.
    Achei um filmão. Mas o melhor de 2010 ainda é ‘A Origem’ pra mim.

  8. Eu tenho que discordar da maioria aqui, mas um país democrático é isso: cada um tem sua opinião. Achei a história em si horrível, e o desencadeamento dos fatos, embora tenha gostado bastante da fotografia e da trilha sonora

  9. Adorei o filme!! Levei cada susto! T_T
    Não sei se o pessoal atrás tava rindo deles mesmos ou dos meus pulos..
    Natalie foda demais. A vozinha dela, tudo, perfeito. xD

  10. Esse é um filme que eu esperei muito pelo lançamento, pois além de ser um grande fã de Darren Aronofsky, gosto bastante de Tchaikovsky. Pena que só pude ver essa semana.
    Achei simplesmente genial, Natalie Portman dispensa comentários né, e aquela câmera claustrofóbica típica de Darren estava ali novamente. Sofri tanto quanto em Requiem for a dream D: Quem ainda não teve a oportunidade de ver este, veja que é tão bom e psicologicamente perturbador quanto Black Swan!
    Darren sabe muito bem como te colocar dentro do filme.

    Grande grande filme.

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