Modern Warfare 3 | Ainda funciona a estratégia?

O fim da Guerra é conhecido apenas pelos mortos. Impressões e comentário.

6 de Dezembro de 2011 – Rio de Janeiro

Lança granada. Mira e dispara. Take cover! You’re hurt! Call of Duty, por que todo o seu sucesso? Penso que MW3 começa a mostrar sinais do envelhecimento da clássica fórmula – não me divirto mais. Os headshots já não são mais os mesmos… Sabe?

Cansei. Cansei de estar cansado inclusive. Estou morto. Hoje em dia não basta cansar das coisas – você precisa ficar saturado do cansaço. Aí você faz alguma coisa a respeito. É uma espécie de filho da preguiça e neto do sedentarismo. É, talvez seja. Seguir o instinto: localizar alvo e executar dando tiros – isso não está ficando too old ou overrated? Ficar velho duvido que fique, matar é um instinto do ser humano e armas… um incentivo? Nos últimos anos reduzi de forma drástica o meu consumo de FPS’s. Há motivos para isso, tem que haver – penso neles agora, muito depois de surgirem da necessidade.

(Estou tendo reações alérgicas aos FPS’s mas alguns ainda se salvam – Resistance 3?)

Aviso: spoilers abaixo no dia 7 de Dezembro de 2011.

Não comece a reclamar e a fechar a página que não terminei a apreciação. Tenho certeza que muitos gostaram do jogo, concordo com eles porque cada um sabe do impacto que MW3 causou em si mesmo, muitos ainda não estão cansados, outros não o suficiente. Não estou aqui para julgar o gosto dos outros. E até nego que todo o jogo seja lixo, há na verdade muito a ser aproveitado – principalmente a campanha que é muito boa. O meu principal argumento se resume a isso: Captain Price rules!

A vantagem de MW3 é trazer o término da história – aliás, foi para isso que comprei o jogo (a curiosidade é difícil de conter). Aquela confusão, aquele caos, da campanha de MW2 ganha algum merecido sentido, somando mais alguns pontos positivos no geral. E encerram com classe acendendo o último charuto. Agora, por favor, parem. Enough is enough. Ao menos, eu parei.

Não sou adepto de CoD. Nunca fui. Gostava apenas. Convivo, todavia, com uma adepta viciada – minha irmã. Confia em mim, ela também não sentiu aquela diversão e aquele espírito nesse último Modern Warfare. Você sabe quando a indústria está vendendo os restos como se fosse novidade – “faz uns ajustes, eles vão querer mais do mesmo”. Lucro atrai lucro. A arte está subjulgada aos interesses financeiros – segunda definição da humanidade contemporânea (a primeira se baseia na lei natural dos primeiros homens – alguns defecam, outros limpam).

(Não conte a ninguém. Ela me humilha quase sempre no multiplayer online.)

O fato mais “aterrorizante” é que CoD ainda bate recordes de venda! Assim, essa é uma opinião pessoal, não há razões para virem para cima de mim, criticando o que senti durante o jogo, defendendo a franquia como se fosse a 8ª maravilha da Indústria. Eu sei o que o jogo significou para mim (alguma coisa). Não posso pedir que parem de explorar CoD, nem o faria, tenho a simples necessidade de não gastar mais dinheiro até que algo mude de fato (mudança drástica). Tem que ter valor, inovar. Porém é óbvio que se mudarem muito, CoD não será mais CoD. Há limites. Sempre haverá quem ame este FPS. Afinal ele não é intragável.

Terminei a campanha duas vezes. Primeiro apostei no modo Regular. Foi ótimo mas nem 1% da insanidade do Veteran. Essa é uma das impressões mais certas que extraí da experiência: jogue no Veteran para usufruir do melhor de MW3. Fica a dica. Apesar da incrível história, a jogabilidade não inovou muito desde os últimos CoD’s. Estava tão ansioso por MW3, aguardando que chegasse de Portugal. A animação durou até o fim do Veteran. Depois disso, o resto pareceu e ainda parece meio errado.

Excluam a campanha e o Spec Ops que perco quase todo o interesse pelo FPS. Reclamo demais às vezes. Não me leve a mal – a intenção não é ser mais um reviewer cheio de sensibilidades e crente num game sem falhas (que não existe!). MW3 não é tão ruim, já joguei coisa pior, bem pior. Contudo, conhece aquela sensação de ansiedade, adrenalina e paixão enquanto joga? Não a tive nem à 50%. Óbvio que esse é o problema.

Aviso: spoilers abaixo no dia 7 de Dezembro de 2011.

7 de Dezembro de 2011 – Rio de Janeiro

Jogava toda manhã multiplayer online. Era programa sagrado já que estou de férias prolongadas – uma espécie de folga disfarçada. Os primeiros Team Deathmatches, Dominations, Kill Confirmed’s e Capture the Flags’s sobreviveram às expectativas – se tem uma novidade que me satisfez foi Kill Confirmed. Suspeito que tenha sido um efeito amortecedor mas poucos dias depois, larguei MW3. Queria, preferia, assassinar Abstergo Agents em Assassin’s Creed Brotherhood. Aliás, sou um ótimo assassino. Eu e o Paulo (PRLS) temos uma atividade secreta enquanto estamos fora do Portallos: assassinamos por contrato utilizando ferramentas tecnológicas. Abstergo Agent forever!

Em suma, o que posso dizer? Bem, não adoro MW3. Disso estou seguro. Curto passar umas horas de vez em quando para distrair, livrar a mente de paranoias e tormentos. Vale experimentar, os videogames são tremendos refúgios quando se precisa de algum – e se algum dia encontrar um jogo que não sirva nem de refúgio, então está sacramentado: ele definitivamente não presta.

(Dishwasher!?- se não entendeu, procura JonTronShow “DinoCity” no YouTube)

Em nome da campanha e do Spec Ops, é possível para mim recomendar MW3. O Multiplayer também não é ruim ainda que decepcione profundamente. Caso goste de mais alguma coisa, sorte sua por ter essa diversão extra. Não há inovações, a duração da história é bem calculada, nem tão longa nem tão curta. Evoluir as armas, colecionar emblemas e acessórios, sirva-se ao seu gosto. No multiplayer você joga ao estilo self-service. E apesar de tudo que escrevi, ainda consigo me divertir um pouco uma vez ou outra online. Não é intragável. Só não é mais especial como costumava ser.

Curti especialmente sentir a pulsação de Soap diminuindo pela vibração do DualShock 3. Adorei matar inimigos no avião, naquelas condições físicas extremas. Não há melhor emoção do que estrangular Makarov. Fumei o último charuto. Desliguei o Ps3. Guardei o disco. Foi o fim da guerra para mim.

(R.I.P. Soap. Pare antes de ler o fim do post em homenagem ao Soap – Silêncio -, pode continuar)

Achievement UnlockedSon of a b**** tight in Ropes

(Perdi tempo tentando matar Makarov, cerca de 2 anos? Então morre diabo!)

(Já discuti sobre MW3 algumas vezes… melhor, sobre Call of Duty em geral)

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Um Comentário

  1. MW3 foi uma experiencia espetacular que mais uma vez fez eu sentir a sensação de estar num filme. Alem disso, o jogo traz a tona (por a menos em mim), aquele sentimento de querer lutar pelo seus ideais (representados em MW como defender a patria). Mas o ponto que eu não gosto e simples: O fato de levarem em conta que a guerra e dada por dois lados: O bonzinho e o maligno. Se isso representasse uma guerra deverdade, seria dado por dois lados com ideologias diferentes. Mas de resto, jogo espetacular.

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