Crítica | Dredd – Eu fui!

O julgamento do filme!

Muito se falou nas útlimas semanas sobre Resident Evil 5: Retribuição ser um filme que tinha uma relação muito estreita com os videogames, mas não pelo óbvio de ser uma filme baseado em um jogo e sim por seu estilo de narrativa ser feito através de ação por diversas fases e cenários.

No entanto, Resident tinha um roteiro raso e atuações não tão convincentes, apesar de ser divertido. Outro filme que gostaria de citar antes de começar a falar de Dredd é Batman: The Dark Knight Rises, um filme inspirado em HQs e que todos sabemos que fez um estrondoso sucesso nos cinemas, mas que eu particularmente considerei a terceira parte da franquia bem mediana.

Dito isso, vamos falar de Dredd.

Atenção!!! Podem haver pequenos spoilers no post!

Se Dredd tivesse o mesmo nome de Resident Evil ou Batman, provavelmente o filme do juiz durão, teria uma bilheteria maior do que estes dois, pois retrata um universo de HQs e games melhor que os dois filmes citados. Logo no início, o filme nos joga em um mundo pós-apocaliptico com uma breve introdução, mas sem explicar detalhes desnecessários, apenas precisamos saber que o mundo está completamente tomado pela destruição. A raça humana está em total decadência e é nesse mundo caótico que conhecemos Dredd, o Juiz! Em nenhum momento do filme conhecemos detalhes sobre o passado de Dredd, nem conhecemos o homem por debaixo da máscara, seu único objetivo é cumprir a rigorosa lei de Mega City One, cidade onde se passa o filme.

Diferente de Batman e Resident que parecem querer atingir um público maior e mais jovem, Dredd não poupa o telespectador de uma enxurrada de sangue e mortes dos mais variados tipos, além disso, apesar da legenda do filme dar uma suavizada em alguns diálogos, podemos notar diálogos bem pesados e com palavrões. Logicamente que um filme violento e pesado não é bom apenas por isso, mas Dredd tem uma história simples, sem firulas e bem amarrada ao mesmo tempo. Tem seus momentos de drama que nos leva a refletir se realmente a pena de morte é uma opção viável de punição à pessoas que cometem crimes. Em uma cena Cassandra Anderson, aspirante a juíza com poderes de médium, executa um criminoso após julgá-lo e o mesmo implora para não ser executado, no entanto mais a frente descobrimos que mesmo sendo um criminoso, aquele homem executado possui mulher e filho e nesse momento notamos que julgar alguém não é tão fácil igual muitos podem pensar.

Falando na “heroína” do filme, podemos dizer que ela é uma personagem bem interessante, por ser uma aspirante a juíza, ela entra em conflito consigo mesma com frequência por ter que tomar decisões que dizem respeito a determinar o futuro de outras pessoas e cumprir a lei acima de tudo, acima de suas próprias convicções. Essa é a vida de um juiz: cumprir a lei acima de tudo!

A vilã do filme Ma-Ma é uma personagem um tanto quanto estereotipada, mas sua feição deprimida e psicótica conseguem cumprir o mínimo que é dar um motivo pelo qual os heróis do longa devem lutar.

O juiz Dredd é cara um fodão! O que vou dizer agora é um tanto quanto polêmico, mas a atitude de Dredd é o que eu esperava do Batman de Nolan. Dredd amendronta seus inimigos, cumpre a lei acima de (quase tudo) e tem frases de efeito empolgantes. Sem falar que o cara chega metendo bala e chutando bundas, para só depois pensar em interrogar alguém. Um homem da lei de verdade!

Não conheço o filme do Stallone de 1995 e nem as HQs, mas após ver esse filme tive interesse de conhecer pelo menos os quadrinhos.

Na parte técnica o filme faz bonito na trilha sonora, com um estilo musical muito parecido com Tron Legacy. Os cenários são simples, denunciando em alguns momentos um baixo orçamento, mas justamente por retratar um mundo destruído e favelas de uma grande metrópole devastada, os cenários ficaram ok. O “condomínio residencial” Peach Trees, local onde se passa grande parte da trama é um local que realmente transmite a sensação de um lugar perigoso. Guardadas as devidas proporções, a invasão de Dredd e Anderson lembra um pouco as missões do Capitão Nascimento e o BOPE pelas favelas do Rio de Janeiro, onde qualquer movimento em falso pode significar a morte.  Outro detalhe bem interessante é a gravação de algumas cenas no estilo de jogos TPS, onde os personagens principais são focados por trás (sem duplo sentido por favor, xD) e saem soltando bala nos criminosos.

Alguns pontos negativos do filme: vilã estereotipada em excesso, efeito “Bullet Time” quando alguns personagens ingerem a droga Slo-Mo (essa parte do filme parece ser voltada para o 3D, como vi em uma sessão normal, não ficou muito bom na minha visão) e algumas conveniências de roteiro irritantes. São até poucos defeitos se considerarmos um filme que não causou grande alarde e expectativa entre as pessoas.

Finalizando, Dredd é um filme que me prendeu do início ao fim, me fez querer deixar a barba mal feita e retrata muito bem a ambientação de games e HQs. Impressionante como conseguimos entender os sentimentos e expressões do personagem, mesmo sem ver seu rosto durante o filme. Certamente não é o melhor filme do ano, mas em minha opinião supera Resident Evil e Batman Rises em diversos quesitos, talvez não seja um filme tão épico quanto o filme do morcego, mas para este que vos escreve, se você curte HQs e games, Dredd é uma excelente opção, até melhor que Batman e Resident Evil!

Nota Final: 8

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