Homem-Aranha: De Volta ao Lar | Curtindo o Filme Adoidado! (Crítica)

Olá Galera! Todos já foram assistir ao novo filme do nosso querido amigão da vizinhança? Nesse post vamos trocar ideias e pensamentos, e de repente algum ou outro spoiler pode escapar, portanto, se não viu, espera um pouquinho antes de ler, combinado?

Bem, para começar, algum tempo depois que assisti ao filme Homem-Aranha: De Volta ao Lar, eu mergulhei em pensamentos na hora de dormir, e algumas memórias foram desenterradas de baús bem poeirentos. Faz bastante tempo que o Homem-Aranha é um dos meus heróis favoritos. Eu adoro desenhar, e um dos mais antigos registros desse gosto é meu caderno da primeira série. Folheando ele, tá lá um desenho meu do Aranha. Desenhado e pintado, e que depois que meus amigos viram, todos pediram para eu desenhar no caderno deles também. Se você desenha desde pequeno como eu, isso já deve ter acontecido algumas vezes contigo também!

E durante a infância, fora os gibis, não tinha muita coisa para um fã do Aranha se entreter. Tinha uma um seriado tosco, e desenhos mais toscos ainda. Uma bala chita para quem adivinhar quais são eles…

Mas chega de abusar muito do DeLorean, e vamos voltar ao presente. Hoje dá pra consumir coisas do Aranha em tudo quanto é coisa. Como um dos ícones mais conhecidos do mundo, o Aranha está em todo lugar. Veja só, nem faz tanto tempo assim, e dos anos 2000 pra cá já tivemos cinco filmes dele! Com toda essa presença, cada vez é mais desafiante conceber uma ideia para o Aranha que soe diferente. A gente pega uma das últimas sagas do personagem nos quadrinhos, Aranhaverso, e fica pasmo com a quantidade de versões do personagens.

E essa é bem a vibe que devemos ter com o nosso cabeça de teia. Personagens não são feitos para ficarem parados no tempo e não deveriam ficar nunca estagnados em sua própria essência. Eles devem evoluir e se reinventarem para alcançar novas mentes e épocas. Assim como tantas outras versões do Aranha, a do novo filme possui a essência do Aranha, porém sintonizada com o tempo atual. O Aranha original é legal? É. Eu gosto, mas nunca me esqueço que ele é fruto de uma época. Uma era muito diferente da atual. E mesmo eu sendo um fã das antigas, eu não sou daqueles que só curtem ou preferem o personagem do jeito que conheceram.

 

Homem-Aranha: De volta ao Lar pode ser visto como um dos filmes mais interligado ao Universo Marvel dos cinemas, e ainda assim segue uma abordagem toda própria. Todos acompanhamos a explosiva aparição do Aranha em meio à batalha de Capitão América: Guerra Civil. Foi algo realmente épico. Mas agora, a poeira abaixou, e vamos acompanhar a vida pacata do Aranha em pleno Queens. É tipo pegar o ônibus pro trabalho em plena segunda-feira depois de um final de semana marcado por uma viagem inesquecível.

É um filme com um ritmo próprio, e que não tem pressa de mostrar a vida de Peter Parker. Sua escola, seus amigos, seu encanto por um dia ter sido um “vingador”. É algo bem diferente e imersivo. Os minutos passam e nem parece que lá se foi a metade do filme. Uma pegada bem diferentes dos filmes anteriores do Aranha, e mesmo da maioria dos filmes de Super-heróis modernos. Quando o diretor Jon Watts disse que queria filmar algo com uma vibe no estilo dos filmes de John Hughes, não foi só para causar impacto. Realmente esse filme tem um andamento diferenciado, quase relaxante, intimista, e o elenco afiado só ajuda na imersão. Dá mesmo vontade de se matricular naquela escola!

Mas chega uma hora em que coisas acontecem, e a calmaria vai embora, surgindo situações que forçam Peter a tomar decisões que nenhum garoto da sua idade deveria ser obrigado a tomar. Mas Peter tem grandes poderes, e com eles grandes responsabilidades recaem sobre os ombros do nosso jovem herói. Se ser Peter Parker não é nada fácil, aqui vemos que ser o Homem-Aranha é um desafio tão grande quanto…

O roteiro do filme é insanamente coeso, ainda que escrito a seis mãos, o que é mais raro ainda. As coisas vão acontecendo e sentimos o Universo Marvel ser integrado ao universo do Aranha de maneira saborosa, preenchendo lacunas de maneira natural e equilibrada. Um dos grandes vilões do filme, é surpreendente bem construído, no melhor estilo Zemo (de Guerra Civil). É um vilão por ocasião, fazendo jus ao velho ditado. É daqueles vilões que amamos torcer meio que secretamente, pois embora suas ações sejam ruins, sua intenção no fundo é boa. Outros carinhas maus incluem o Consertador e o Shocker, que mesmo aparecendo pouco são legais de ver, em especial o Shocker torço para que reapareça no futuro. Aliás, sobre reaparecer, ainda bem que o filme do Aranha não seguiu a tradição da Marvel de dar um fim a seus vilões, então temos ganchos bem interessantes pro futuro.

Eu gostei muito de Homem-Aranha: De Volta ao Lar. É um filme bem sólido e cheio de personalidade, mesmo enfrentando o desafio de ter duas séries de filmes do personagem feitas recentemente, ainda tem aquele ar fresco que o herói precisava ganhar na telona. O filme tem o que é necessário para conquistar uma nova geração de fãs, mais um pilar para sustentar a longevidade da criação de Lee & Kirby. Eu, que certamente nem sou o público-alvo do filme, gostei muito dessa versão.

Todos os ajustes foram feitos para que o personagem criado nos anos 60 se tornasse um legítimo garoto de 15 anos em pleno 2017. Aliás, não só ele, mas todos os personagens que o cercam, o que é um feito admirável, e acima de tudo, por mais que os fãs mais chatos batam o pé, o Peter Parker dos anos 60 não funciona no mundo de hoje. Ao final de Homem-Aranha: De Volta ao Lar, o que acompanhamos foi uma pequena parte da jornada de um jovem que tem poderes especiais, que não pode mais ser como a maioria de nós, e tem que lidar com isso todos os dias. Seu destino é ser o melhor de todos, e ele quer isso, pois foi criado pelos tios para ser assim. É só o começo de uma longa aventura em busca de fazer as coisas da melhor maneira possível, ainda que algumas vezes as coisas não saiam como planejadas.

Enfim, não queria nesse post me ater a análises mais frias, pois esse filme é como um Sol quentinho aquecendo nossos corações. Preferi falar mais de sensações, é um filme que merece ser degustado, pois tem detalhes cativantes. Um filme que fala sobre decisões, sobre as dores de crescer, de buscar seu lugar no mundo, de perseguir seus sonhos. Ele não quer o maior e melhor filme de todos os tempos, apenas ser o seu amigão da vizinhança.

Que bom que você voltou, Aranha!

Uma vibe boa, para todos!
Tom Holland: Melhor Aranha, Melhor Parker!
Efeitos e cenas de ação mereciam mais cuidados
Melhor cena pós-créditos do Universo Marvel
Melhor abertura do Universo Marvel
Vilão que realmente assusta

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Um Comentário

  1. Eu estou velho. Decididamente.

    Fui assistir ao filme ontem e apesar de não te-lo odiado, também não consegui amá-lo. Nem de perto vai ser a minha versão preferida do Homem Aranha. É só mais uma tentativa de fazer o personagem ainda mais e mais jovem.

    E eu entendo a necessidade do personagem querer conversar com a turma que ainda está aprendendo a fracionar contas e conjugar verbos no colégio, mas nem de longe é uma fase do Aranha que sempre gostei.

    Eu realmente gosto do personagem um pouco mais maduro, tentando arrumar emprego, um pouco mais responsável, mais impactado por sua tragédia pessoal. Esse novo Homem Aranha ainda é muito imaturo, muito verde.

    Sinto falta do Jameson nos dois reboots feito para os cinemas. Acho o JJ do Sam Raimi inacreditável, e ele é tão bom que ninguém ainda conseguiu trazer esse personagem de volta. Que pena.

    Gostei do Abutre, é uma excelente adaptação, o personagem ficou muito legal na telona. Só não ganha, na minha galeria, do Octopus de Homem Aranha 2 (pra mim o melhor vilão adaptado para os cinemas até então).

    Ao fim, achei um filme fanservice. É aquela faceta do Aranha animadinho, querendo chamar atenção do Homem de Ferro e Vingadores, é aquele tipo de história de uniforme novo, cheio de coisas legais… é algo que não construi muito em torno da mitologia do herói… é apenas um filme pipocão na mesma fórmula de quase todo o filme da Marvel Studios da atualidade… não é nada inovador, não há nada realmente novo.

    Não gosto do Happy, acho um personagem tão sem sal. O Coulson da fase 1 dos filmes Marvel era muito mais genial, mais sarcástico, mais complexo do que o Happy.

    Enfim, não é um filme para “velhos” como eu. É para a criançada, para os adolescentes. É o Homem Aranha do You Tube… e mesmo que não seja ruim, não é aquele Homem Aranha que curto. Apenas isso.

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