Análise | Doom Eternal – Nintendo Switch

*Também disponível para PlayStation 4, Xbox One & PC

Testamos a mais nova versão do clássico game da Id Software, pertencente à Bethesda / ZeniMax Media, recém-adquirida pela Microsoft, que teve sua versão para o Nintendo Switch lançada em dezembro do ano passado. Doom Eternal chega trazendo as forças do inferno para uma experiência adaptada ao atual console da Nintendo.

Doom no Switch

Vale lembrar que este não é o primeiro Doom no Nintendo Switch: em 2017 o híbrido de console e portátil recebeu o reimaginado Doom (2016), ano passado foram (re)lançados os clássicos Doom, Doom II e Doom 3 para download, e em 2020 foi (re)lançado também o Doom 64.

Doom Eternal, sequência direta do reboot de 2016, os exércitos do inferno invadiram o nosso planeta Terra, e caberá ao Doom Slayer aniquilar os demônios para impedir o fim da humanidade.

Posso dizer que esta análise tem um significado especial para mim, pois apesar de não ter jogado o Doom de 2016, o Doom clássico foi um dos primeiros games de tiro que joguei no PC.

E desde os primeiros trailers de Doom Eternal eu estava no chamado “hype”, pensando em comprar ele para algum outro console, quando fui pego de surpresa com o anúncio e depois lançamento da versão para o Nintendo Switch. O momento casou com a oportunidade.

Começando a batalha

Lançado alguns meses após as versões para as demais plataformas, é possível notar a dedicação dos desenvolvedores em extrair o máximo possível do hardware do Switch.

A localização em português brasileiro com certeza é um diferencial no aproveitamento do jogo. Desde os menus e configurações, legendas, mas principalmente, a dublagem. Também estão disponíveis outros nove idiomas.

Com cinco opções de dificuldade no início do jogo, mais o “modo vida extra”, todos são bem vindos para o game, desde os jogadores veteranos, até os que nunca se aventuraram pelo mundo de Doom, ou estão retornando após muito tempo sem jogar. Alguns níveis de dificuldade podem ser alterados ao longo das partidas.

O game conta com salvamento automático por meio de pontos de controle. E as vidas extras encontradas nas missões te permitem continuar jogando de onde morreu, quase como se fossem um “continue”.

Eu optei pela dificuldade mais fácil, “Muito Jovem para Morrer” para poder me atentar mais a história e os detalhes, e em alguns momentos mesmo na dificuldade mais fácil precisei reiniciar diversas vezes nos pontos de controle para conseguir derrotar os inimigos e continuar avançando.

Por mais de uma vez, seja em combate, solução de quebra-cabeças ou busca de itens, o game te leva ao limite do raciocínio e estratégia para conseguir avançar. Alguns enigmas levam mais tempo que outros para serem desvendados, mas não cheguei a ficar “travado” na história ou ter de precisar recorrer a internet (por exemplo) para avançar.

Além disso, recursos extras de dicas, assistências de mira, e mais – que podem ser desativados a qualquer momento – ajudam e muito a aprender as novas mecânicas, encontrar pontos fracos de inimigos, entre outras dicas.

A trilha sonora heavy metal dita o ritmo dos combates e aumenta a atmosfera apocalíptica do game, assim como os cenários e construções gigantescos, a iluminação e os detalhes, tanto em ambientes fechados como abertos.

Doom Slayer

O Doom Slayer é capaz de dar um salto duplo, usar barras como apoio para saltos mais longos, e também escalar paredes – mais habilidades vão sendo desbloqueadas ao longo do game. Alguns pontos ou objetos do mapa são “socáveis” para resolver quebra-cabeças ou permitir o avanço nos mapas. Ficar parado é a forma mais fácil de morrer, até nas dificuldades mais fáceis.

Ele começa a aventura com uma Escopeta de Caça, encontrando novas armas ao longo do caminho. Além disso, em alguns pontos específicos as armas podem ser modificadas, adicionando novas formas de tiro e recursos contra os demônios. O modo de bombas adesivas da Escopeta de Caça, por exemplo, é excelente contra o Aracnotron e o Cacodemônio.

A Motosserra também obtida logo no início do game é ideal para combates mais próximos ou momentos de falta de munição. Nos momentos de pânico, um soco afasta os inimigos – até que você habilite o soco sangrento, este sim capaz de causar dano nos inimigos.

As Execuções Gloriosas, quando um inimigo está desequilibrado piscando em amarelo após receber dano e você o executa de perto, além de exibirem animações brutalmente fantásticas, também ajudam a regenerar a saúde do Slayer. Mecânica (e tática de combate) bem semelhante ao que foi inserido no título de 2016.

Inclusive, esta é uma das partes onde a estratégia se torna importante no jogo: saber balancear entre realizar as Execuções Gloriosas para obter mais saúde, eliminar inimigos com a motosserra para obter mais munição, o cuspidor de chamas para obter mais armadura, entre outras opções e combinações, pode fazer muita diferença nos combates mais difíceis.

Existem ainda aprimoramentos do próprio personagem que podem ser feitos por meio de runas encontradas ao longo dos mapas, tornando o Doom Slayer ainda mais poderoso.

Duração do game

A campanha principal tem uma duração estimada na faixa de 20 horas, podendo levar mais tempo conforme seu desempenho nos embates ou a busca por itens, áreas secretas, e informações da narrativa que ficam salvas em seu “Códice”. O Códice armazena informações sobre o seu arsenal, a história da Terra, história do Inferno, as criaturas encontradas e mais.

Para os curiosos e exploradores de plantão, as estações de automapa revelam todas as áreas ainda não descobertas no mapa, que vai sendo atualizado a medida que se avança nas missões – revelando até itens valiosos ainda não encontrados. E os Marcos registram conquistas ao longo do jogo, liberando algumas recompensas.

Também existem as trapaças, que podem ser utilizadas em missões que já foram finalizadas, e lembram como era utilizar aqueles cheat codes nos games clássicos, habilitando recursos e condições especiais como vidas adicionais infinitas, desbloqueio de todas as armas, entre outros.

Em algumas missões podem ser encontrados os Portões do Slayer, áreas com um número absurdo de inimigos e combate frenético, com upgrades de arsenal como recompensa. As Fases Mestre oferecem desafios ainda maiores para quem já está confiante nas suas habilidades de batalha.

Também há muito a se explorar na fortaleza espacial que serve de lar para o Doom Slayer, e de onde se vai até as missões.

O game conta ainda com um modo multiplayer de nome BATTLEMODE, criando uma batalha 2 contra 1 entre três jogadores, sendo um deles um Slayer e os outros dois, demônios. Vale apontar que o título não possui cross-play, ou seja, só é possível jogar online com jogadores de uma mesma plataforma.

Uma conta Bethesda é requerida para jogar, mas também permite o ingresso no Slayers Club, uma forma de acumular pontos, inclusive acessando o conteúdo do website oficial, e obter recompensas.

As expansões devem chegar também ao Nintendo Switch, como a já anunciada The Ancient Gods: Parte Um.

Para os fãs

Quem já é fã da série Doom, vai se sentir lembrado e presenteado com uma série de referências e detalhes no game. Desde a trilha sonora com referências ao games clássicos, a opção de posição de arma clássica na tela.

Itens colecionáveis podem ser encontrados ao longo das missões, com versões em brinquedo do Doom Slayer e dos inimigos.

Easter Eggs também estão por toda a parte, não só do game/série – eu, sem querer, ao quase morrer para a lava quente, encontrei um deles: uma textura do Doom clássico.

Modo portátil ou dock?

Jogando Doom: Eternal no modo portátil, ou semi-portátil, os gráficos abrem mão um pouco da qualidade, em nome de uma melhor performance (e possivelmente, duração da bateria) – mas o game não deixa a desejar mesmo nos momentos de combates mais frenéticos, com diversos inimigos na tela. O modo de mira por movimento também é uma adição interessante, exclusiva do Switch.

Já no modo de TV, a qualidade maior dos gráficos é perceptível, e a performance e velocidade continuam excelentes.

Doom Eternal - Modo Dock
Captura em Modo Dock
Doom Eternal - Modo Portátil
Captura em Modo Portátil

Não é o primeiro jogo de Switch que para mim, por algum motivo, parece ser mais divertido jogar no modo portátil do que na TV – no entanto, devido a ação frenética, a relativa tensão, e as hordas de inimigos pela frente, pode ser desconfortável jogar por longas horas desta forma, seja pela posição das mãos ou devido o peso do Switch.

Apesar de não ter testado Doom: Eternal em outra plataforma ainda, posso dizer que pela qualidade e fluidez apresentada, mais o benefício da escolha de se jogar em uma TV ou em qualquer lugar com o modo portátil, a versão de Nintendo Switch ficou excelente.

Considerações finais

Doom: Eternal é Doom em sua melhor forma, e no Nintendo Switch, agradando tanto fãs de longa data, como novos jogadores da série que chegam por meio do console Nintendo.

A dificuldade não impede a evolução e término do jogo, ainda mais com todos os auxílios e dicas disponíveis, e as diversas dificuldades aumentam o fator replay.

É gostoso jogar no modo portátil, mas para longas horas de jogatina, o modo dock é mais indicado – especialmente acompanhado de um Nintendo Switch Pro Controller, que torna as partidas ainda mais prazerosas.

Certamente irei jogar por muito mais horas, para encontrar todos os itens colecionáveis, informações do códice, cheats e mais – e também para colocar minhas habilidades à prova em todos os desafios e dificuldades.

Sem dúvidas o game me deixou com vontade de jogar o reboot de 2016, além de revisitar os clássicos Doom, Doom II, Doom 3 e Doom 64.

Galeria

Este slideshow necessita de JavaScript.

Dando uma nota

Doom para os fãs e para quem chegou agora - 9
Ótimos gráficos no Switch, especialmente jogando na TV (no portátil se sacrifica um pouco) - 8.5
Localização em português brasileiro - 10
Trilha sonora Heavy Metal e efeitos de som ditam o ritmo do game - 10
Muitos itens, coisas a se descobrir e mais para continuar a jogar depois de encerrar a história - 9
Dificuldades para todos os níveis e gostos, e até para jogar mais de uma vez também - 8.5
O Battlemode é mais pra dizer que tem multiplayer, e ainda não é cross-platform - 7

8.9

Ótimo

Doom: Eternal é um verdadeiro Doom de última geração no Nintendo Switch, para ser jogado na TV ou em qualquer lugar, com muitas horas de desafio e diversão para os fãs de Doom ou para quem está começando a jogar a série agora.

Isso também pode lhe interessar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Dê uma ajuda ao site simplesmente desabilitando seu Adblock para nosso endereço.