Análise | Miitopia

Disponível para Nintendo Switch (e 3DS*)

Miitopia é uma das mais criativas jornadas que a Nintendo poderia te levar através dos carismáticos Miis. Opa, peraí… você não sabe o que é um Mii? Bem, estes carinhas surgiram lá em 2006, ainda no Nintendo Wii, pertencendo ao sistema de avatares interativos do icônico console. Originalmente não eram lá tão detalhados, pois seguiam um modelo bem simples de design. Ao longo dos anos a Nintendo sempre encontrou maneiras de não deixá-los cair no esquecimento, seja reformando-os visualmente ao inserindo-os em novos sistemas, colocando-os em participações em jogos e até mesmo desenvolvendo jogos próprios para eles, sendo Miitopia justamente este último caso.

Miitopia é um RPG por turnos, que mistura um sólido sistema de relacionamento de personagens, originalmente desenvolvido pela própria Nintendo EPD para o portátil Nintendo 3DS, tendo sido lançado lá em meados de 2016 no Japão (e alguns meses depois no resto do globo). Com isso, este lançamento no Nintendo Switch, agora no último 21 de maio, trata-se de uma (senhora) remasterização, feita sob os cuidados do estúdio japonês Grezzo que – veja só – também foi responsável pela belíssima remasterização de The Legend of Zelda: Link’s Awakening (2019), também para o Switch.

Criatividade é tudo

Já pensou como seria participar de uma aventura RPG jogando juntamente com seus personagens favoritos de games, animes, seriados ou com membros da sua família ou até mesmo seus melhores amigos? Aposto altamente que isso já deve ter passado pela sua cabeça em algum momento enquanto desbravava algum RPG. Eis que em Miitopia você pode tornar isso realidade, pelo menos em partes.

Em Miitopia o jogador embarca na missão de salvar o mundo do maligno Dark Lord (Lorde das Trevas), juntamente com uma equipe montada por você, a qual a escolha de classes, personalidades e nomes ficam inteiramente sob sua responsabilidade. Já imaginou ter como inimigo Ganondorf, Browser, Dr. Eggman, ou seu melhor amigo? Aqui tudo é possível e é isso que torna Miitopia tão cativante. Mérito da grande versatilidade da ideia de usar os Miis como avatares do próprio game.

É possível criar um Mii do zero, aproveitando todas as milhares de opções de customização. Seja do sistema mais clássico, utilizado na versão original do 3DS, apresentado no início de um novo jogo, ou então mais à frente, quando após a introdução da história inicial, se torna possível usar um novo sistema de make-up para criar Miis realmente impressionantes, com muito mais cores e detalhes. Basta ter um pouco de paciência (e persistência) para atingir resultados incríveis. Mas digamos que você não é nenhum gênio das criação de personagens… bem, a internet está aí para lhe ajudar com incontáveis keys de acesso aos mais incríveis designs — Oi? Mais keys? Bem, este aqui tem mais 1000 keys! Have fun!

Mas se você não quer ficar caçando Miis de desconhecidos, também é possível pegar emprestado Miis dos jogos de sua lista de amigos no console (que estejam jogando ao mesmo tempo) ou conferir os mais populares pelo mundo e importá-los para o seu jogo. No meu caso, optei por escolher alguns populares dessa lista, encontrando opções bem criativas, e que acabaram por complementar meu jogo.

Rostos roubados

Em se tratando de um RPG, um dos elementos mais importantes do gênero é justamente a condução de sua narrativa. E qual é a história apresentada em Miitopia? Siga comigo que esse fio é simples, mas nem por isso ele deixa de ser intrigante, curioso e bem divertido.

Miitopia é justamente esse reino em que vivem os Miis. Felizes, em harmonia, com suas vidas normais, em pequenos vilarejos, sem nenhuma grande preocupação. Até um dia, quando uma sinistra figura sombria surge e começa a roubar os rostos (sim, os rostos!) das pessoas. E não só isso, essa entidade passa a dar estes rostos roubados para outras criaturas e monstros, passando a dominá-las e usá-las para tocar o terror por toda Miitopia.

O jogador entre em cena após criar sua própria persona nesse mundo. Um herói predestinado? Um guerreiro sem medo? Não, você é apenas um qualquer, sem qualquer conhecimento do que tem ocorrido por todos os lugares do reino. Isso muda quando você chega ao pequeno vilarejo de Greenhorne. Lá conhece os simpáticos habitantes, a qual o jogador pode definir seus rostos, e em meio a uma conversa com o prefeito, a tal presença vilanesca surge aos céus.

Cabe aqui explicar que essa figura maligna é denominada Dark Lord, algo como senhor da escuridão em uma livre tradução. Cabe ao jogador criar seu rosto, ou escolher o de um amigo, ou usar as muitas opções de rostos populares que o jogo apresenta*. No meu caso, optei por uma versão de rosto semelhante ao Bowser. Ficou um pouco incomum, mas eu gostei. Outra opção bem popular é o rosto do Waluigi, escolha esta do Thiago Machuca, editor aqui do site. Algumas telas desta análise estão entre capturas minhas e dele, por sinal.

*Informação importante: gostou na hora quem você escolheu para ser o malvadão Dark Lord, mas com o tempo ficou enjoado? Não se preocupe, pois o jogo permite que o jogador faça a alteração de rosto, caso assim deseje. Não se trata de uma escolha permanente.

Voltando à história. Seu personagem de boa, trocando ideias com o prefeito, e então Dark Lord rompe aos céus, leva metade dos rostos do vilarejo, e então uma mãe que tem o rosto de seu filho roubado lhe implora por ajuda. Como dizer não? Pois é. Mas… como recuperar os rostos das pessoas? Bem, você parte assim mesmo, na esperança de descobrir a resposta em meio a jornada.

Eis que então o jogador ouve uma voz, que se auto intitula um Espírito Guardião. Esta voz percebe a sua coragem, seu potencial latente, e lhe dá forças para encarar o primeiro encontro com Dark Lord e criaturas dominadas pelo vilão. Essa voz passa, então, a lhe auxiliar em sua jornada, a qual também é responsável por lhe colocar no caminho de novos companheiros que também irão lhe auxiliar nesta aventura a qual descobrirá que envolverá não só Greenhorne, mas todo o reino de Miitopia.

4 companheiros e um… cavalo

Em Miitopia o jogador irá guiar um grupo de até quatro personagens humanos, e um quinto membro que será um… cavalo! Vale apontar que a adição equina é uma novidade desta versão remasterizada para o Nintendo Switch. Não havia nada disso no original para o 3DS.

É uma adição bem curiosa, por sinal, já que um estábulo foi adicionado, assim como interações com o próprio cavalo, que também tem diversas opções de customizações de cores, além de ser muito útil nas batalhas (ainda vou chegar nesse ponto), oferecendo inclusive movimentos especiais poderosos, diferentes até para o tipo de classe ele estiver vinculado. É uma adição tão bem feita, em tantos aspectos diferentes. É uma surpresa muito boa.

Logo o jogador descobre que se derrotar um monstro, o rosto roubado, e grudado a esta criatura, logo se separa e retorna ao seu dono original. Agora é sair pelo mundo derrotando quantos monstros puder e assim devolver os rostos de todos. Se fortalecendo pelo caminho claro, como manda a cartilha de todo RPG.

Apesar de inicialmente sozinho, em pouco tempo de campanha já somos agraciados com um companheiro para ajudar na jornada. No meu caso optei por usar um Mii com rosto do Link (de The Legend of Zelda) para me ajudar, graças ao sistema de poder usar escolhas populares da comunidade. Escolhi a classe de Thief (ladrão) para ele, afinal em seus jogos ele sempre fica entrando na casa das pessoas, quebrando os potes e pegando os itens. É justo ser taxado assim.

Eis que preciso explicar que os personagens da equipe do jogador podem pertencer a diversas classes comuns a jogos de RPG. Guerreiro, Mago, Clérigo, Ladrão são os clássicos, mas também existem alguns incomuns, como Cozinheiro e Pop Star, dentro outros que o título vai habilitar jornada mais à frente, mas se eu lhe contar agora será spoiler. Cada classe oferece ataques únicos, armas próprias, assim como seus equipamentos. Acabe sendo importante aprender a função de cada classe, como por exemplo o Cozinheiro, que faz comidas em meio a batalha e recupera vida de sua equipe, mas que também oferece ataques médios com sua ardente frigideira. É um ótimo meio termo entre um Curandeiro e um Guerreiro.

Uma pousada de muitos laços

Mais rostos são salvos à medida que progredimos no mapa, que é segmentado por pequenos estágios. O ir e voltar se torna frequente para conversar com as pessoas salvas, afinal elas oferecem recompensar ao jogador, como uma forma de agradecimento por salvá-las.

Ao final de cada estágio dentro deste mapa, o jogador sempre vai parar em uma Pousada (Inn), que é aonde podemos recuperar a vida ao dormir. Também podemos consumir itens comestíveis e assim aumentar permanentemente alguns atributos, como ataque, defesa, vida e afins. Dá para comprar novos equipamentos, o personagem aparece com um ícone de desejo de compra, e cabe ao jogador comprar ou não. E não se preocupe em não saber o status se é ou não um bom equipamento, pois dificilmente um item escolhido pelo personagem vai diminuir algum status dele. Caso já esteja com uma roupa bacana e não queira colocar a armadura de (por exemplo) abelha somente para subir seu status de defesa, você pode equipá-la e deixar o visual da armadura anterior. Isso porque o game preza muito que o jogador se sinta bem com seu avatar.

No mesmo ambiente da pousada podemos escolher ficar no mesmo quarto que um dos companheiros de equipe, e isso vai estreitar os laços entre os dois, o que gera toda uma animação demonstrando essa aproximação, gerando certas cenas engraçadas, como outro personagem ficando com ciúmes quando você se aproxima de outro, por esse estar gostando de você ou gostando do outro personagem.

Esses sistema de laços também foi um pouco expandido nessa versão para o Nintendo Switch, pois agora o jogador pode ganhar tickets de passeios para um dupla escolhida por você. E aí dois companheiros saem para um café, ou um passeio da praia. Aumentando ainda mais o vínculo entre eles. Gerando mais impagáveis situações constrangedores por vezes.

Tudo isso obviamente sofre influência da personalidade escolhida para cada personagem, o que também vai se refletir em reações e potentes ataques durante as batalhas, com a tomada de decisões específicas por eles. Por exemplo, um companheiro pode se jogar na frente de ataques para proteger este amigo com forte laço, ou dar golpes que causem mais dano para impressionar esse outro personagem. Dá até mesmo para ter brigas entre os membros da equipe durante as batalhas, por ambos irem atacar o mesmo oponente e acabarem se batendo no caminho. Isso faz com que eles fiquem brigados até que as pazes sejam feitas. É uma mecânica muito bem feita.

Ainda  podemos sair para fazer outras atividades com o companheiro de quarto, como pescar, ir à biblioteca ou um cineminha. Tudo isso regado por animações e diálogos simples, mas efetivos para representar a aproximação dos personagens, deixando o jogador sempre prestando atenção no que vai acontecer a seguir.

Ah, antes que me esqueça, minha equipe ainda recebeu a maga Zelda, o cozinheiro Brock (lá de Pokémon), e Pégasus, um cavalo que se junta a turma em determinado momento. Criar afinidade com este cavalo vai fazer com que ele ajude nas batalhas ao servir de montaria para algum dos personagens durante uma sequência de ataque. Já Brock, além de preparar comidas para restaurar a saúde dos companheiros, também faz uma comida apimentada que vai fazer um companheiro de equipe literalmente soltar fogo nos inimigos. O bom humor está por toda parte em Miitopia.

Outro detalhe é que todos os inimigos derrotados podem deixar cair comidinhas, a qual devemos consumir na pousada para não ficarmos fracos nas batalhas. Cada personagem tem suas comidas preferidas, as que são indiferente e as que eles odeiam. Cada interação gera mais animações engraçadas, conforme se descobre a preferência de cada um.

Por fim, ainda na pousada, podemos jogar mini game de roleta, que pode dar itens (roupas, armas, frutas) ou viagens com prêmio, e também um jogo de pedra, papel e tesoura contra um computador que nos premia com montantes de moedas a cada vez que o vençamos. Dizer que estamos com sorte e tentar mais uma vez em sequência pode gerar prêmios maiores (sempre dobrando), ou nos deixar sem prêmio algum caso ele vença. É tudo ou nada nesse caso. Mas ter moedas acaba sendo importante para poder comprar armas e equipamentos sempre que os personagens estiverem desejando algo nesse sentido dentro da pousada.

Pouco controle por parte do jogador

Bem, aqui entra uma das poucas coisas que me incomodou em Miitopia, e que pode causar um pouco de estranheza para os jogadores de RPG habituais: nas batalhas somente controlamos efetivamente o nosso personagem. Os outros membros da equipe agem independentemente, optando por atacar, proteger um companheiro ou usar itens conforme achem necessário no desenrolar da batalha. Isso limita bastante a estratégia de combate por parte do jogador.

Isso se torna incômodo quando, por exemplo, o personagem da classe mago usa uma magia que gasta seu MP para derrotar um inimigo que poderia ser derrotado com um simples golpe de qualquer outro personagem ou até mesmo do protagonista. Outro exemplo que presenciei foi no caso do cozinheiro, pode preparar comidas para recuperar a vida de um membro da equipe que tenha perdido somente 5 HP na batalha, tornando aquele turno meio improdutivo.

Nota-se que Miitopia vem daquela época em que a Nintendo apostava muito no público casual. Veja só, existe ainda a opção de acionar o auto-battle, a qual até mesmo o protagonista controlado pelo jogador vai agir automaticamente, o que vai lhe deixar com a única necessidade de acompanhar as batalhas e apertar os botões para sair e entrar nas lutas.

Não tem muito como se perder nesse mundo de Miitopia, ao contrário de outros RPGs com vários caminhos diferentes disponíveis desde o começo. Aqui você simplesmente se move entre diferentes pontos em uma tela de mapa. Assim que o jogador entra em um destes estágios do mapa, o grupo automaticamente caminha em linha reta, parando ocasionalmente para lutar contra monstros ou abrir baús de tesouro ou escolher entre dois caminhos, até que você chegue a uma pousada para descansar e relaxar.

Penso que o jogo teria outra pegada se permitisse que o jogador escolhesse o caminho a seguir no mapa desde o começo, sem ser uma rota preestabelecida e também tivesse efetivo controle de todas as ações da batalha, controlando seus companheiros e podendo escolher os ataques e o uso ou não de itens. Não há nada dentro do jogo que lhe deixe customizar táticas para sua equipe, algo tão comum em certos jogos de RPG.

Porém nem tudo são pedras. As batalhas de Miitopia podem nem sempre oferecer um desafio para jogadores veteranos do gênero, mas possuem um ritmo deveras divertido. Você nunca sabe o que seus companheiros irão fazer. Eles usam muitos movimentos diferentes, sempre surpreendem nas batalhas. A inteligência artificial deles é consistente o suficiente para não te deixar passar raiva.

Outro aspecto interessante, que adiciona uma camada de pensamento crítico nas batalhas, é quando abre a possibilidade de coloca um companheiro qualquer atrás da equipe, evitando que ele toma dano. Protegendo-o completamente de qualquer coisa. Parece bobo, mas é uma camada tática que o jogo lhe dá. Além do já mencionado companheiro equino, que também pode ser bem explosivo nas batalhas.

Fora que cabe ao jogador pensar bem sobre as classes de sua equipe. Não ter ninguém, por exemplo, que possa recuperar HP vai lhe deixar em maus lençóis. Torna-se importante ter uma equipe bem balanceada, com diferentes classes, que possam dar suporte, assim como atacar múltiplos inimigos em um único turno. E não se preocupe se você escolheu uma classe errada para um companheiro inicial do jogo. Você terá uma pousada repleta de companheiro, conforme a aventura avança, com diferentes tipos de classes para forma uma equipe de quatro membros, já que só é possível andar e batalhar com 4 amigos e seu cavalo.

Um último aspecto a ser mencionado, e possivelmente criado por causa dessa automatização das batalhas, está em duas opções de saleiros (pois é) a qual o jogador pode usar entre os turnos das batalhas. É tipo uma poção, a qual você tem um determinado número de sacudidas. Cada vez que usa esse saleiro, você recupera 1 HP de alguém. Há também um saleiro de MP (mana para usar magias). São itens que se recarregam automaticamente a cada batalha, e que o jogador deve usar em momentos de desespero, quando você não sabe se um companheiro vai poder curar um membro ferido do grupo. Quando você acredita que não dará tempo a sua equipe independente se virar sozinha ou prestar o auxílio a qual você está precisando.

Usando os Amiibos

Os amiibos da Nintendo constantemente são usados em jogos da própria Nintendo, liberando algum extra, funcionalidade especial ou simplesmente fornecendo itens que somente podem ser conquistados usando eles. Eis que temos um uso para os amiibos aqui em Miitopia. Quer dizer, dois usos na verdade.

Os amiibos podem carregar, em seus chips, informações do jogador para o qual estão registrados. Caso esse registro tenha sido feito no 3DS ou Wii U, provavelmente o Mii do jogador utilizado em outros jogos está salvo em algum amiibo. Então na hora da criação do protagonista do jogo, o Switch dá a opção de importar o Mii de um amiibo.

A outra função dos amiibos em Miitopia é acessada ao liberarmos mais personagens no mapa. Uma moça que fica sempre aparecendo no mapa, e que usa uma roupa de Mario, diz que gosta muito dos amiibos e pede ao jogador para mostrar amiibos para ela. Ao se fazer a leitura de um amiibo, ela fala se já viu este ou não (o que impossibilita ler diversas vezes o mesmo amiibo) e lhe dá algum item pela leitura do Amiibo.

Os itens geralmente são cupons para participar dos jogos na pousada, sempre sendo múltiplos de 3, ou um cosplay do personagem do Amiibo, como Samus (tendo versão com e sem a armadura, assim como temos nos amiibos), Mario, Isabelle, Browser, Luigi e tantos outros). Como existem diversos amiibos as opções são gigantescas. Testei apenas com alguns que possuo. E estas roupinhas podem ser equipadas pelo jogador em qualquer um dos seus personagens.

É um elemento extra que nem todo mundo vai ter como usar, é verdade. Especialmente porque amiibos no Brasil até hoje não foram oficialmente licenciados, e por isso custam uma grana que nem todo mundo tem. Independente disso, é bacana que haja essa interação a tecnologia deles.

O tempo passa voando em Miitopia

Sim, é verdade. Miitopia nos joga em atividades que podem ser consideradas infantis e bobas, que não são vistas em RPGs normais. Quer dizer, o título é muito mais sobre acompanhar uma aventura, parcialmente assistida, enquanto lida com o relacionamentos de todos de sua equipe. É mais sobre chegar até a próxima pousada, ver o que a história lhe trará, o que você pode fazer com seus recursos e o quanto isso muda a dinâmica na hora de sair explorando novos estágios no mapa. Não é um jogo focado na ação das batalhas em si. É mais sobre o social que precedem elas.

E o engraçado é que nos divertimos vendo nossos personagens indo para tais atividades fora do combate. É legal vê-los comendo seus pratos prediletos, irem tomar café, ao cinema ou a uma pescaria. Todas essas atividades esbanjam amor, e acabam forjando uma vibração positiva que torna o jogo fácil e relaxante. Quase uma vibe Animal Crossing, porém é algo mais descompromissado.

Miitopia é ideal para se jogar uma meia hora por dia, para deixar a cabeça mais leve após as correrias que estamos acostumados em nossas rotinas nada monótonas. É mais um título para relaxar nossas mentes dessa crise pandêmica que assola o mundo. Inclusive após aproximadamente 30 minutos de jogo, quando estivermos descansando na pousada, vamos ver 2 personagens cochilando e o jogo vai perguntar se queremos continuar o jogo ou dar uma parada. É a filosofia paternal da Nintendo: jogue, mas não além de seus limites.

Considerações finais

Miitopia é um charmoso lançamento a qual vale a pena dar uma chance. Duvido você não se encantar com os personagens e com a interação entre eles. A grande sacada do título está justamente em permitir que o jogador crie seus personagens, agregado a uma imensa criatividade da comunidade, que tem feito personagens incríveis para serem utilizados dentro do jogo. Rick & Morty, Homer, Robin, Sonic, Eggman, Black Jack, Mario, Luigi, Wario, Waluigi, Naruto, Sailor Moon, Will Smith, Gandalf, Robocop, Princesa Jujuba, Finn, Garfield, Tony Stark e tantos mas tantos outros. É essa loucura que torna estes personagens tão pessoais ao jogador. Você se diverte muito com esse aspecto do jogo, porque é justamente sobre interações, com personagens a qual você de fato se importa.

Miitopia é algo para você jogar com calma, um pouco a cada dia, para se divertir e aproveitar este mundo fantástico de uma forma sempre agradável. Pode não parecer, mas a mecânica de RPG é bem feita aqui justamente porque se baseia fortemente na interação social entre os personagens. Vai ficar devendo, claro, um desafio maior para aqueles jogadores veteranos do gênero, fãs de batalhas estratégicas, desafiadoras e épicas. O jogo não é nada disso, é simples, é social. Talvez uma modalidade que pudesse aumentar o desafio? Deixar o jogador desligar a automatização dos companheiros em batalha ou menos customizar táticas básicas? Talvez funcionasse, mas isso é apenas uma conjectura.

De toda forma, sempre haverá batalhas para realizar caso se decida visitar áreas já completadas. Muitos estágios dividem-se em dois caminhos, o que motiva o jogador a explorar estágios já vencidos. Até porque você sempre vai desejar mais moedas, mais comidas, mais elementos que vão lhe permitir interagir mais quando esse dia raiar e a pousada surgir. É um titulo gostoso de jogar, mas também de acompanhar, de assistir em família. Deixar eles tomarem decisões para você, escolher os rostos dos personagens, de ficarem imersos nesse mundo de tantos rostos conhecidos. Esse é o poder de um Mii. Não é magnífico?

Galeria

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Dando uma nota

Apresentação e a atmosfera do jogo como um todo é muito convidativa - 10
Combate automatizado, a qual o jogador controla unicamente seu personagem é um tanto limitado - 6.5
Sistema de custominização dos Miis é incrível, permitindo a criação de qualquer tipo de personagem. É genial! - 10
Uso inteligente do sistema de classes para criar uma boa dinâmica dentro do sistema de batalhas - 8
Interações na pousada e todo o sistema de vínculos entre companheiros tem um peso enorme na obra como um todo - 9
Visualmente pode soar um pouco simplório, entretanto isso cria um charme bem singular. Combina com o mundo dos Miis - 7
Desafio não escala muito, tornando tudo bem mais fácil do que talvez devesse ser - 6.5

8.1

Divertido

Miitopia é uma surpreendente obra, sabiamente resgatada para o versátil Nintendo Switch. Apesar de se categorizar um RPG, talvez haja muito mais uma vibe Animal Crossing, já que os jogadores constroem uma relação muito pessoal com todos os personagens customizáveis da aventura. É uma pena não estar localizado em português. É talvez a melhor (e maior) aventura que os Miis poderiam imaginar que um dia teriam! Um jogo para rir e se divertir com suas possibilidades e interações possíveis.

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