Livro: "A Batalha do Labirinto". Aos poucos, Rick Riordan também vai encontrando o caminho…
Acho que alguns de vocês já sabem que não considero a obra de Rick Riordan lá um item imprescindível para alguma coleção ou clássico literário…
Na verdade, achei os três primeiros livros da série “Percy Jackson & Os Olimpianos” sofríveis, recheados de clichês e um notável apelo comercial acima de qualquer coisa.
Mas, eis que surgiu “A Batalha do Labirinto” e o autor parece ter encontrado um bom caminho, me surpreendendo para melhor!
Dessa vez, ele não usou os personagens gregos mais óbvios e desfechos mais simples. O autor levou um pouco mais a sério a inteligência do leitor, cirando um ótimo livro de ação dentro do universo fantástico.
Soube lidar com todas as situações, criando coerência entre os “o que”, “como”, “onde” e “porquês” da história. Apresentou personagens da mitologia grega que, de fato, enriquecem o “vocabulário” do leitor, mesmo misturando monstros venenosos gigantes e milenares à situações ridículas com sorvete no rosto e coisas do tipo.
Alguns erros persistiram: o excesso de “americanismos” (quando milhares de piadinhas bem americanas em momentos totalmente desnecessários acontecem), a incoerência em algumas atitudes de alguns personagens (que eram pra ser mais burros ou mais espertos, seguindo a caracterização dos outros livros) e o fato de, boa parte de tudo o que acontece na história, poder ter sido evitado se o protagonista compartilhasse algumas informações com o resto do grupo (e seus amigos também o fizessem).
Devo incluir também os sonhos que Percy tem, sem nenhuma razão de ser, sem nenhum motivo para que ele, especificamente, sonhasse aquelas coisas (na verdade os sonhos são apenas uma forma do autor descrever para o leitor os fatos paralelos da história – pelo que pude analisar).
O começo do livro é bastante desanimador, apelando para uma cena de ação nas primeiras páginas, sem nenhum tipo de suspense ou supresa ao leitor. Todo mundo descobre, só na descrição de cada personagem que, ali, se esconde um vilão – todo mundo, menos o cara que já passou por isso várias vezes, sabe? O filho de Poseidon, o cara que enfrentou Titãs etc. Isso foi meio frustrante, mas, a aventura continua e se recupera muito bem.
Algumas vezes foi tudo muito previsível: todos os leitores sabem o que vai acontecer, quem vai salvar quem, quem vai aparecer de supresa e que vai passar pela redenção. Mas, a trama teve grandes momentos, é verdade e, esse mérito, eu não posso tirar. Afinal, quando acerta, a gente também tem que falar, afinal! É o nosso trabalho!
Pra resumir: este foi, de fato, o primeiro livro do autor que me deu vontade de continuar e me faz aguardar ansiosamente pelo próximo volume – embora eu tenha medo de que Rick Riordan volte a falhar nas continuações.
De 1 a 5, ficamos em um 3 de “Bom”, sendo 4 “Ótimo” e 5 “Excelente”.