Especial Literário: Capitães da Areia – Jorge Amado (por Théo Medeiros)

Continuando a nossa Semana Literária (já leram o post do Araphawake, do Pikachu e do Gabriel?) chegou a minha vez de falar de um livro marcante.

Folhear as páginas de um bom livro, sentir as palavras, conhecer as personagens e mergulhar em outro universo, em outras realidades. O melhor do livro não é apenas conhecê-lo mas é também permitir que ele te conheça. O livro é uma obra de arte que carrega vidas, ensinamentos, piadas, imaginação, conflitos, dramas, enfim, carrega palavras vivas. Temos que comemorar isso! Tenho uma longa lista de livros sobre os quais poderia comentar, mas o objetivo é escolher apenas um, aquele que deixou a sua marca presente até hoje. Então vamos ao livro e ao comentário.

Livro escolhido: Capitães da Areia escrito por Jorge Amado – data de publicação 1937.

Leiam o comentário após o “continue lendo”.

“Capitães da Areia” foi um livro recomendado por uma professora de Literatura para ser matéria de trabalhos e prova, lá no ano de 2001 quando eu ainda estava na escola. Eu então com meus 14 anos, fiz o que todo jovem da minha idade faria: enrolei o possível a leitura e apenas na semana da prova eu comecei a ler. E olha, que experiência foi…

Por ser um livro antigo e por ser recomendado por uma professora eu esperava algo sacal, com uma linguagem rebuscada e uma narrativa antiquada. Mas basta ler as primeiras linhas do livro para se surpreender. O livro narra as aventuras dos Capitães da Areia, um grupo de meninos de rua que roubam para sobreviver. Até a chegada de Dora, que acaba se tornando a primeira Capitã da Areia. Temas como a desigualdade social, o crime e a injustiça são constantes durante todo o livro. Mas o que mais cativa a leitura é o desenvolvimento dos personagens e dos conflitos que eles enfrentam, como a infância nas ruas, a descoberta do amor, o valor da amizade e o amadurecimento. É interessante notar como a escrita de Jorge Amado se mantém simples na narrativa, mas ao mesmo tempo, carregada de significados e críticas.

O meu trecho favorito do livro é o capítulo “As Luzes do Carrossel”, onde um circo chega na cidade e os meninos se divertem brincando em um carrossel velho. Gosto desse capítulo pois é nele onde temos total consciência de que, apesar de serem considerados perigosos pela sociedade, os Capitães da Areia são apenas crianças.

Escolhi esse livro porque foi uma quebra de preconceito para mim, que achava que livros antigos eram antiquados e chatos; e também pela imediata identificação que tive com os personagens e seus conflitos.

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