Turtles Forever: Review da melhor animação de 2009!

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Sou um fanboy assumido das Tartarugas Ninja. Conheci o quarteto como a maioria dos brasileiros, assistindo a primeira série de desenhos animados no programa da Xuxa. Um desenho bem humorado, divertido, com protagonistas que se completam e inimigos bizarros, embora a qualidade técnica da animação não fosse das melhores, exceto pelo primeiro episódio, que tem uma animação caprichadíssima.

Um tempo depois, fui até uma banca para ver as novidades e me deparo com uma revista grande, que se destacava da maioria das outras revistas que eram lançadas no padrão “formatinho”.No alto da revista, eu li algo que fez meus olhos arregalarem, o título da revista era “As Tartarugas Ninjas”. Mas olhei bem e vi que as tais Tartarugas eram bem diferentes daquelas que eu conhecia do desenho animado que me alegrava todas as manhãs. As Tartarugas do desenho animado usavam cada uma uma faixa na cabeça de uma cor diferentes, e suas cotoveleiras, joelheiras e pulseiras também eram coloridas, e usavam fivelas na faixa da cintura com as iniciais de seus nomes, além de geralmente estarem sempre sorridentes. Mas as Tartarugas que eu estava vendo nessa revista eram diferentes. Usavam somente faixas vermelhas na cabeça, destacando os os olhos agressivos e sem pupilas. Todas usavam cotoveleiras, joelheiras e pulseiras de couro , e seus cintos também eram de couro, sem as famigeradas fivelas com suas iniciais. O desenho em si era bem detalhado, mas com uma arte final mais suja e pesada. Realmente, aquilo me confundiu, essas Tartarugas da revista eram bem diferentes daquelas que eu conhecia.

A revista custava caro, e tive que decidir se levava essas Tartarugas Ninja estranhas para casa ou, como sempre, umas três ou quatro revistas da Marvel. A curiosidade me pegou de jeito e levei a revista das tartarugas para casa. Quando finalmente me acomodei no sofá e comecei a ler, minha cabeça explodiu. A revista contava a história da origem das Tartarugas Ninja bem melhor do que no desenho, bem mais detalhada e coesa. Fora que algumas páginas depois já aparecia o Destruidor (que na revista era chamado de Retalhador, o que me agradou bem mais e fazia mais sentido). Mas, aquelas Tartarugas definitivamente eram muito diferentes de suas contrapartes do desenho animado, e já nessa primeira história o Destruidor morre. UAU! Eu tinha assistido dezenas de episódios do desenho animado e isso foi algo que passou longe de acontecer na telinha.

Virei mais fã ainda das tartarugas, especialmente desses quadrinhos, mas nunca mais chegou uma outra edição nas bancas. Então eu mesmo desenhava minhas histórias, chegando bem perto do nível da arte original. Um tempo depois, foi lançada pela desconhecida editora Xangri-Lá a revista “Eastman and Laird’s Teenage Mutant Ninja Turtles – Em Português”, mas essa seguia mais de perto o espírito do desenho animado. Inclusive participei de um concurso de desenhos que a editora patrocinou e ganhei uma bola com a temática das tartarugas!

Enquanto isso,o desenho animado continou bombando, e as Tartarugas viraram mania nacional. Talvez uma das maiores já vistas nesse país. E isso em uma época em que não existia o marketing tão bem estabelecido como o de hoje. Ainda assim, em qualquer loja que você entrava era possível encontrar pelo menos um produto com as carinhas das Tartarugas estampada. Mas, com o tempo, a mania foi perdendo a força, e os desenhos animados e os filmes foram descontinuados, embora vez ou outra eram reprisados na TV.

2003 marcou o retorno dos desenhos animados das Tartarugas, com um nova série e uma nova proposta, com mais elementos do quarteto original das histórias em quadrinhos, como um maior destaque para os Triceratons, a morte de vários personagens, etc. Splinter é um rato que adquiriu forma humanóide da mesma maneira que as Tartarugas, e ele vai para o campo de batalha em várias oportunidades. E April raramente é capturada, sendo capaz de se defender após treinar a arte do ninjutsu com Splinter. Essa nova série de desenhos não repetiu o sucesso avassalador de sua antecessora, mas ainda assim, agradou os fãs de longa data e ainda por cima conquistou novos. E como esse ano marcou as comemorações dos 25 anos de criação das Tartarugas Ninja, nada melhor que fazer uma grande homenagem, e ela veio na forma de Turtles Forever, que vamos falar agora. Se você não gosta de spoilers, termine a leitura por aqui,ok?

Turtles Forever é uma animação especial, que une as Tartarugas da animação de 1987 com as de 2003, que foi ao ar em 21 de Novembro pela CW4Kids americana, conquistando crítica e público de maneira extremamente positiva. É o último grande projeto antes da franquia ser totalmente tomada pela Viacom/Nicklodeon. É uma maneira do Mirage Studios agradecer a todos os fãs pelos 25 anos de sucesso, e o pontapé inicial de uma nova fase que virá a partir de 2010.

Desde os primeiros momentos do filme, já podemos perceber a qualidade notável da animação. Vemos as Tartarugas do desenho de 1987 no mundo do desenho atual, enfrentando os Dragões Púrpuras, e podemos ver claramente pelo traço que elas não fazem parte daquilo, realmente parecem “intrusas”. A luta é filmada por um cidadão e vai ao ar, e Mestre Splinter puxa a orelha das Tartarugas por serem desatentas em permitir que fosse filmadas em plena luz do dia (na nova animação as Tartarugas não aparecem em público como as anteriores). O quarteto então decide verificar quem está se passando por elas e não demora muito para encontrar esses “impostores”. Ver os dois grupos de Tartarugas se vendo pela primeira vez é sensacional, e aí você percebe que é um filme que é direcionado totalmente para o fã, e que respeita a franquia. As Tartarugas de 1987 com aquele jeitão bagunceiro e cômico, totalmente em contraste com as compenetradas e sérias Tartarugas de 2003.

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O grupo original veio parar nessa dimensão após um acidente ocorrido durante uma batalha contra o Destruidor, onde o próprio Tecnódromo se teleportou com todos a bordo. As Tartarugas unem forças e saem em busca do Tecnódromo. Dentro dele, o Destruidor e Krang percebem que estão em um outro mundo paralelo, e o Destruidor tem a brilhante idéia de encontrar sua contraparte, e assim os dois juntarem forças para destruir as Tartarugas. Para impedir o avanço do Tecnódromo, as Tartarugas voltam ao mundo de 1987 para conseguirem uma arma que irá parar o Tecnódromo, em mais um momento hilário entre os dois Donatellos, pois o atual se surpreende com a criatividade do antigo Donatello, que lembra mais um Professor Pardal do que um inventor sério, ao construir uma bela engenhoca de teleporte portátil usando como base uma lanterna, e fazendo-a funcionar batendo com a chave inglesa nela! Enquanto isso, o Destruidor localiza sua contraparte perdida no espaço e a traz de volta, mas é aí que ele se ferra, pois ao contrário dele, o Destruidor de 2003 é implacável e violento, e logo passa a comandar todo o Tecnódromo ao lado de Karai. É muito engraçado ver o quanto o antigo Destruidor é um inútil bravateiro, ao lado do impagável resmungão Krang, que leva altas bordoadas do Destruidor de 2003.

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No início da animação, Hun, o braço direito do atual Destruidor, ao enfrentar as Tartarugas de 1987 é atingido pelo mutagen que Donatello carregava, e acaba se tornando um mutante, mas com características de tartaruga devido ao seu contato com o quarteto. Hun depois é mandado pelo Destruidor junto com Bebop e Rocksteady para impedirem que as Tartarugas voltem ao mundo de 1987, mas acaba falhando, embora tenha conseguido ao menos capturar Splinter. Ver as Tartarugas atuais no mundo de 1987 é uma parte bacana, pois os cenáros são os mesmos do antigo desenho, o que as faz elas agora parecem deslocadas. Pra variar, April nessa dimensão está em perigo, e como sempre, lá vão as Tartarugas correrem para enfrentar mutantes bizarros, para o espanto das Tartarugas do mundo de 2003. Com a peça em mãos, as Tartarugas voltam ao mundo de 2003, a bordo da Van de Batalha e do dirigível, e se deparam com um Tecnódromo totalmente reconstruído em uma máquina de destruição mortal voadora arrasadora de mundos, cheia de soldados robóticos letais, ao contrário dos famigerados Foot Soldiers originais, que explodiam com uma porrada.

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Um momento “uau” é quando entram na Tokka e Rahzor (vindos do segundo filme live action, e que pela primeira vez aparecem em forma de desenho), em mais um momento bem legal para os fãs, mas as Tartarugas dão um jeito na dupla e logo partem para resgatar Splinter e acabar com o Destruidor, que finalmente revela seu plano terrível quando as captura. Claro, pois todo “bom” vilão só explica tudo quando imobiliza você, não é? Ele havia descoberto que não existem somente dois mundos, mas vários. Tipo o Multiverso DC! Só que em todos esses mundos existem Tartarugas Ninja para atrapalharem seus planos. Ele decide acabar com todas as Tartarugas destruindo as “originais”, que habitam o universo primordial (“Prime”). Destruindo elas, todas as outras deixarão de existir, e assim nada poderá detê-lo. Usando os DNAs das Tartarugas capturadas, o Destruidor traça um ponto comum entre elas, e descobre a localização desse universo primordial. Aparentemente, as Tartarugas morreram no processo de extração dessas informação. O Destruidor então teleporta o Tecnódromo para lá. Mas Karai consegui salvar as Tartarugas, pois entendeu que o plano do Destruidor coloca em risco todo o universo, e assim traiu ele. As Tartarugas voltam ao quartel general dos Dragões Púrpura para aperfeiçoarem o teleportador portátil criado por Donatello. Nisso, o mundo começa a desaparecer, como se alguém estivesse passando uma borracha, e April e Casey Jones são pegos pela “onda de apagamento”, mas ficam juntos em um momento ternurinha. Cara, é como Crise nas Infinitas Terras, ou melhor, Crise nos Infinitos Cascos!

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Antes de serem pegas pela onda de apagamento, as Tartarugas conseguem ligar o teleportador portátil, e seguem o rastro do Tecnódromo. Aí chega a minha parte favorita do filme, o mundo das Tartarugas Ninja originais! Tudo preto e branco, com o mesmo traço da revista. Meus amigos, essa parte provocou muitas emoções em mim, é genial. As Tartarugas logo encontram suas contrapartes originais, e levam um cacete delas, as originais são sanguinárias e por pouco não matam as outras. Aí o Destruidor original aparece, e nessa hora eu cheguei a pensar no pior, mas as Tartarugas de 1987 acabam com ele de maneira hilária, jogando latões de lixo nele até ele cair do prédio e se esborrachar no chão, nessa hora eu ri muito, que foda! Mas a vitória é passageira, pois as Tartarugas originais chegam junto. As Tartarugas de 1987 ficam tremendo de medo, e as de 2003 não conseguem ser páreo para a ferocidade das Tartarugas originais mostram os dentes novamentes, nessa hora eu pensei que o filme ia acabar, contra elas ninguém tem chance, mas as Tartarugas atuais conseguem explicar toda a situação para suas contrapartes originais e elas acabam sendo convencidas que devem se unir para impedir o Destruidor, e assim as doze Tartarugas partem com tudo para cima do Tecnódomo.

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A luta final é bem legal, mas eu faria diferente. Ao invés de um Destruidor gigante, eu faria ele lutar com todas as Tartarugas de uma só vez, pelo menos até onde ele aguentar, e aí ele dveria ficar gigante. De qualquer modo, é hilário quando os desmiolados Bebop e Rocksteady “salvam o dia”, ainda que sem querer, dando a deixa para a vitória das Tartarugas. No final tudo acaba bem, e ficamos com uma ótima impressão sobre o filme. Mais do que um mero caça-níquel (ainda que seja, claro), é uma obra que realmente faz bom uso de toda uma breve porém intensa história sobre quatro tartarugas mutantes ninjas adolescentes que sempre estarão em nossas vidas.

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Pontos Positivos

  • Qualidade técnica da animação
  • Personalidades dos personagens muito bem resolvidas
  • Ritmo ágil e constante
  • Ideal para fãs de longa data
  • Participação das Tartarugas originais
  • Vários easter-eggs para os fãs

Pontos Negativos:

  • A April e o Mestre Splinter de 1987 aparecem muito pouco
  • O Destruidor original só aparece brevemente
  • Luta final poderia ser melhor
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Um Comentário

  1. tenho há tempos, talvez por ver a primeira materia aqui há tempos, sempre fico pra ver, e até hj nunca vi, só dei umas passadas

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