Diretor de X-Men: First Class só aceitou o trabalho para tentar salvar a qualidade dos "filmes de herói"!
Em entrevista realizada pelo Los Angeles Times, o diretor Matthew Vaughn (Stardust e o mais recente blockbuster Kick-Ass) afirmou que os filmes de super-herói estão fadados a morrerem e que o controlde de qualidade não vem sendo respeitado. Para o diretor, as pessoas simplesmente vão ficar entediadas disso tudo…
E para tentar “salvar” o gênero, Vaughn aceitou, depois de um grande processo de relutãncia e de acertos de condições, dirigir X-Men: First Class.
O irônico é que, mesmo “fadado a morrer”, como ele disse, o ano que vem será o ano com a maior quantidade de filmes de super-herói que eu já vi: quase todos no mesmo mês, inclusive! Lanterna Verde, Thor, Capitão América, Vingadores (também podemos incluir Batman 3, Superman 3 e os boatos sobre Mulher-Maravilha e Aquaman para um futuro próximo).
Em relação a tal “morte do gênero”, Vaughn comparou a quantidade de adaptações a uma sala cheia… Cheia demais! E o mais legal foi o que ele falou sobre X-Men 3, filme que ofereceram a ele para dirigir e ele não aceitou (tradução livre, ok?): “Isso soa arrogante, mas eu poderia ter feito muito melhor, com muito mais emoção e coração!”.
Parece que Kick-Ass subiu um pouco à cabeça do diretor…
Bom, apesar de qualquer doideira, X-Men: First Class tem um excelente argumento: contar a história de Charles Xavier e Erik Lensherr (Magneto) quando ainda eram amigos e não tinham assumido os papéis de Professor Chavier (X) e Magneto…
Eu particulamente não achei Kick-Ass nada demais em termos de direção… Enfim, o novo filme de X-Men estreia 3 de junho de 2011, junto com a montanha de super-heróis no cinema! É esperar pra opinar!
Realmente, “fadados a morrer”. Cara, esses “filmes de herói” nos levam quase sempre a frustração, não chegam para ficarem na nossa memória . São pobres, e no mais são ricos em efeitos visuais. Roteiros sempre previsíveis que se limitam em mostrar de maneira muito insosa uma trajetória que vai da origem do personagem até a vitória contra um super vilão. Veja o caso dos personagens da Marvel Comics.
As adaptações para o cinema desses personagens ainda não conseguiram me convencer(e a muitos que partilham da mesma opinião), com um puta filme do gênero: o Homem Aranha começou razovelmente bem, mas decaiu a partir do segundo filme(ainda não consegui engolir o Tobey Maguire interpretando o personagem; é como se ele estivesse em frente as câmeras mas sua cabeça estivesse no mundo da Lua); o Quarteto Fantástico, uma piada de mal gosto, com uma roteiro infantil demais e um bando de personagens deslocados; o Homem de Ferro foi transformado em um palhaço de armadura, manchando um roteiro com um tema até interessante(terrorismo, armas de detruição em massa); e o Motoqueiro Fantasma? Além de mim, mais alguém o assistiu? A DC cometeu alguns pecados com Mulher Gato estrelado por aquela morena gostosa que agora não lembro o nome, assim como com o Super Homem o Retorno. Porém, eis que das mãos do genial Cris Nolam sairam dois filmes que a meu ver vão ficar para a história, misturando assuntos tão presentes na vida de todo citadino(o crime, o homicidio, a corrupção) com boas pitadas de diversão: Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas vieram para mostrar um que filmes de heróis também podem ser interessantes e não apenas divertidos[Ah, já ia me esquecendo, e por isso estaria sendo injusto com a Marvel: o primeiro Huck, dirigido por Ang Lee, é igualmente espetacular: bom roteiro, associado a tomadas espetaculares e densidade psicológica dos personagens(na maioria dos filmes de heróis parece que os autores são apáticos do início ao fim, denunciando a outra grande falha do gênero na escolha do elenco: atores ruins na maioria das vezes)]. Rezo todos os dias para que o gênio Cris Nolam(de “Aminésia” a “A Origem”, esse adjetivo é bem adequado a alguém com tal filmografia), caso queira encerrar a nova franquia do Batman com um terceiro filme, não cometa o pecado de muitos diretores e produtores em trilogias, ou seja, dar o golpe de misericórdia para que toda uma trilogia caia no desdém(veja o caso de Piratas do Caribe: embora não seja uma adaptação de personagens de quadrinhos, é um bom exemplo do que a falta de criatividade e genialidade podem fazer: pelo menos na minha cidade é unânime: niguém aprovou o longa “No Fim do Mundo”).
Os diretores do gênero “filmes de herói” tem de aprender que o público desse gênero também é formado de pessoas exigentes, detalhistas, que gostam de apreciar um filme de boa qualidade envolvendo esses personagens, a ponto de assisti-lo mais de uma vez(assisti ao Cavaleiro das Trevas três vezes no cinema, e ainda mais umas dez vezes em casa quando comprei o DVD original). Aliás, eu não estaria sendo injusto ao fazer essa afirmação? Os entendidos no assunto de repente poderiam me esclarecer se de fato é isso que acontece, ou se essas falhas resultam de toda uma equipe, ou até de impasses entre direção e produção quando o a primeira tem uma grande idéia que acaba sendo deteriorada por divergências com a segunda.
Mas o fato é que chegou a hora de parar com filmes que parecem ser produzidos por encomenda. Ou seja, filmes aparentemente feitos as pressas, apenas para vender ingressos, e às vezes nem vendem tanto(se não estiver enganado, o filme do gênero que ficou mais tempo em cartaz foi O Cavaleiro das Trevas, com todos os méritos que o acompanham). Algumas pessoas reclamam do fato de que esses filmes distorcem demais a história contida nos quadrinhos. Eu, particularmente, não tenho nada contra adaptações, desde que as mesmas são construidas com excelentes roteiros.
Agora tá chegando por aí o Thor, mas não estou nem um pouco empolgado para entrar em uma sala de cinema e assisti-lo(meus receios não são infundados). Espero que esses diretores e/ou produtores mudem suas perspectivas, pois até agora o Batman Begins e O Cavaleiro das Trevas ainda estão insuperáveis no gênero “filmes de herói”.