[PC] Criando seu próprio game: Uma visão geral do Rpg Maker!

Muitos aqui devem ter passado parte das suas vidas jogando clássicos como: Chrono Trigger, Final Fantasy IV,V,VI, Breath of Fire, Seiken Dentetsu, etc. A lista é enorme! Provavelmente em alguma parte do jogo, vocês se pegaram pensando em criar um jogo daquele jeito né? Só que algo mais do seu jeito, com a sua cara.

Pois bem, então o Rpg Maker veio facilitar a vida de todo mundo, permitindo que você crie seu próprio RPG, e até mesmo outros estilos. Sua primeira versão feita para o Windows foi a 95, lançada em 97 no Japão, porém com recursos limitados. O programa veio se popularizar com a versão 2000, mais conhecida como RM2K, lançada em 1999, também só no Japão, pela Enterbrain e ASCII. Ele foi traduzido para o inglês e ilegalmente distribuído por um programador russo apelidado de Don Miguel, que também participou na tradução do RPG Maker 95. Em 2002, Don Miguel recebeu um aviso da Enterbrain, e descontinuou seus trabalhos relacionados ao RPG Maker 2000, removeu o programa de seu site e incentivou os usuários do programa a comprarem uma versão legal do programa (em japonês). Devido à popularidade do programa, e a falta de uma tradução legal, a distribuição ilegal do programa continuou.

Desde então, outras versões têm sido lançadas: Rpg Maker 2003, XP, e mais recentemente VX. Mas a verdade é que realmente o Rpg Maker é uma excelente ferramenta que proporciona aos jogadores que sonham alto a possibilidade de fazerem o seu próprio jogo dos sonhos. E por ser um programa, facilita e muito a programação, não requerendo obrigatoriamente o conhecimento de todos os conceitos de programação. Aos experientes, sintam-se a vontade para recordar esse período que marcou nossas vidas, e aos novatos, bem-vindos ao fascinante mundo Maker!

Pelo que eu me recorde, minha primeira experiência no Rpg Maker, foi na versão 2003 (ao contrário de muitos que começaram na 2000), mas eu pouco mexi nele, apenas criei um mapa de ilha(vou falar dele mais tarde) e logo migrei para o 2000, para aprender mais facilmente. Inicialmente eu não tinha os conceitos básicos do programa, e foi fuçando ele e lendo alguns tutoriais por aí que comecei a aprender a mexer. Switchs, Variables, Eventos. O que é tudo isso? A princípio era um bicho de sete cabeças, mas conforme fui adquirindo experiência com meus jogos inacabados(todos), eu fui aprendendo mais sobre a ferramenta.

O Rpg Maker é composto de duas coisas básicas, o mapa, e a database. O mapa é onde acontece tudo que vai levar o seu jogo para a frente: Os eventos, as batalhas, as mini-CGs, as explorações de dungeons, e tantas outras coisas. E a database é o seu centro de gerenciamento das informações utilizadas durante o seu game.

O mapa pode ser dividido também em dois conceitos básicos, o estético e os eventos. Na parte estética, você fica responsável por montar todo o cenário de um mapa, seja ele uma floresta, um vilarejo, uma caverna, e isso é definido pelos chipsets(que nas versões mais recentes veio a ser conhecido como tileset), que são recursos gráficos que permitem que você monte o seu mapa visualmente.

Enquanto o cenário é o “corpo” de um mapa, os eventos formam o “coração” dele. Os eventos são o que coordenam tudo que vai fazer o seu jogo funcionar. Desde a simples aparição de uma mensagem ao se conversar com um aldeão, até a obtenção de uma Espada Vingadora dentro da Caverna do Gelo. E por sua vez a aba de eventos possui várias opções para diversificar a quantidade de coisas que você pode fazer. A database é onde é gerenciada toda a informação do game, os personagens, os monstros, os itens, as habilidades, etc. E é através dos eventos que toda essa informação entra no jogo.

Acredito que muitos jogadores já se depararam com o seguinte problema. Você cria sua dungeon lá, bonitinha, e o seu herói se aproxima do baú, e ao abri-lo aparece a seguinte mensagem: “Você achou uma Espada Vingadora”, e através do evento que você programou, a espada é adicionada ao inventário do herói. Só que como bom jogador de SNES que você é, você percebe que o baú continua fechado, ao contrário dos jogos onde geralmente ele ficaria aberto. Você por curiosidade tenta abrir de novo, e mais uma vez você consegue a espada. E isso fica num ciclo infinito. Como resolver isso? Usando um dos conceitos mais básicos do Maker, a switch, que nada mais é do que um “interruptor”.

Supondo que ao abrir o baú, além de aparecer a mensagem, e além do acréscimo do item ao inventário, você adicionasse uma switch “espada pega”. Depois é só criar uma segunda aba de eventos que seria ativada após a obtenção dessa switch. Pronto! Agora é só modificar o gráfico do baú na nova aba, e ele vai estar lá abertinho, sem nenhuma espada extra e sem risco de quebrar a economia financeira do mundo do seu jogo.

Switchs funcionam não só para esse tipo de caso, mas como para qualquer coisa do jogo. É só usar e abusar da criatividade, que a ferramenta proporciona. Existem outras também como as variables. Mas não vou falar delas nesse post, senão ele vai ficar gigantesco e vai fugir do tema principal que é discutir sobre a ferramenta no geral.

Voltando a falar das minhas experiências no Maker, e voltando a falar daquele mapa da ilha que eu fiz no 2003. Nele o herói deveria percorrer todo o caminho passando por obstáculos, para poder escapar. Só que no meio do caminho haviam monstros, e como eu não tinha o conhecimento adequado de switchs, as batalhas acabavam por acontecer várias vezes.

O Rpg Maker vinha acompanhado do RTP que era um pacote de recursos primários que permitia que você pudesse já começar a desenvolver seu jogo. Muitas comunidades, inclusive no Brasil, como Castelo Rpg e Maker Universe, disponibilizavam suporte e recursos extras para que você pudesse baixar e colocar no seu jogo, aumentando a gama de opções gráficas que ele teria. Infelizmente muitas dessas comunidades foram deixando de existir. Mas ainda existem bons sites na Internet que ainda falam do Maker.

Muitos jogos foram criados com o Rpg Maker, inclusive no Brasil. Infelizmente não lembro muito sobre a maioria, e achar imagens deles é difícil, por isso peço a compreensão de vocês:

The Gate – Jogo aos moldes do SNES, com uma história bem legal. Infelizmente é raro achar ele na Internet hoje em dia. Completo.

Legion Saga – Foi feita uma trilogia dessa série, em inglês, muito bom também. Zerei o terceiro, que possuía uns sistemas muito interessantes. Completo.

A Conta – Jogo de aventura mas que também tem toques de humor. Não lembro se ele chegou a ficar completo, mas creio que sim.

O Cálice Sagrado – Jogo feito com muito capricho e muito elogiado pelos jogadores. Pelo que andei pesquisando por aí, o jogo não chegou a ficar completo.

Legion Saga III

Gustavo’s Adventures – Um jogo de comédia, nunca chegou a ficar completo, mas é bem divertido, só tem uma linguagem que pode ser um pouco pesada para algumas pessoas. Não ficou completo.

Rygar e os Soldados do Rei – Um clássico do Rpg Maker, vale a pena jogar. Completo.

Las Aventurietas Del Robercleiton Turbo – Não sei como anda o andamento do jogo, ouvi dizer que ele até mudou de nome, mas não achei informação em canto nenhum sobre isso. A primeira versão que eu joguei era muito divertida.

Tem bem mais que isso, só que como faz tempo que joguei, fica meio difícil lembrar… Se vocês lembrarem de mais alguns, podem falar deles nos comentários. Cada um dos citados acima vale a pena serem jogados. Os de comédia garantem boas doses de risada.

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18 Comentários

  1. Conheci o RPG Maker pela versão 2000 também, e ainda dou umas “remexidas” no meu RPG Maker VX vez ou outra.
    Mas, desde a época que não tinha nada pra fazer lá do RGP2000, não consigui mais fazer um jogo completo: Escrevo a história, faço uns mapas, remexo o database todo, organizo e modifico scripts, invento uns monstros, mas juntar a coisa toda pra engatar mesmo nada.
    Me divertido mais modificando o database aleatoriamente do que fazendo jogos em si.

  2. Ah… RPG Maker, um dos meus hobbys favoritos!

    Teve uma época que eu já fui o Dono da maior comunidade de orkut sobre PRG Maker, mas aí fui estudar e seguir adiante com a vida e passei a comunidade pra outro.

    Mas quando da um tempinho, ainda brinco com ele, nunca completei um jogo grande, só uns pequenininhos, e nessas férias fiquei com saudade dele e criei uma demo de mini games

    Muito bom mesmo o programa 😀

      1. Bom é, só que é mais complicado que o RPG Maker…Tipo, quando vc vai fazer um jogo, ele abre uma tela branca tipo “Bloco de Notas”, e daí em diante vai tudo nos teus conhecimentos e trabalho manual. As imagens do jogo e tal é tudo contigo também. Outro problema pra muita gente (eu não tenho, mas os poucos e minguados brasileiros que eu encontrei tinham) é que o programa é tudo em inglês. Mas vale a pena conferir, é interessante, ao menos.

  3. Também nunca consegui terminar um jogo, mas é certo que o RPG Maker me introduziu à programação com o RGSS (ou seja, Ruby). Por isso desisti de ser game designer — no máximo levo jeito para roteiros — e comecei a me empenhar no caminho para ser programador de games.

    Quanto à lista, eu também citaria Blood Seeker, um clássico moderno feito em RPG Maker VX.

    1. Eu também quero ser programador de games… E de fato a programação RGSS é bem interessante, infelizmente eu não sabia programar na época.

      E esse Blood Seeker é bom? Já existem bons jogos no VX?

  4. Eu mexo no RPG Maker VX,é o mais facil de mexer.além de ser limitados nos mapas.
    Os intereessados pelo programa podem tirar suas duvidas sobre switch,eventos e database no site Mundo RPG Maker,um forum especializado no aplicativo,lá vc pode baixar mais monstros,mais pedaços de mapa,etc….
    Recomendo q cadastrem. 😀

  5. Nossa… tempo q n brinco mais com isso.

    Atualmente não teria tempo/paciencia/disposição pra fazer um, mas ja mexi muito qnd ainda não tinha nem net banda larga =D

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