Cinema Eu Fui! | Depois da Terra (Crítica)

Um pai, um filho… E um planeta hostil!

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É típico das ficções científicas rasteiras fazer uso de prólogos para já entregar tudo mastigadinho ao telespectador. Um exemplo recente disso é John Carter, uma grande aposta da Disney que resultou num grande rombo financeiro (além do massacre da crítica). Com um caso tão desastroso e tão recente na memória, fica complicado justificar a existência do mesmo erro em Depois da Terra, longa estrelado por Will Smith e seu filho, Jaden. E olha que esse é só o primeiro de muitos.

Não tenho nada contra prólogos. Eles podem se tornar clássicos com o tempo (como esquecer do letreiro amarelo de cada Star Wars?) ou inesperados (Kick-Ass é um bom exemplo). Mas quando os realizadores subestimam a inteligência da plateia e entregam tudo de mão beijada, há algo errado. E o pior: todas as informações reveladas no início são repetidas ainda no primeiro ato da produção – e pode ter certeza de uma coisa: elas teriam muito mais impacto caso tivessem sido guardadas para o momento certo.

Depois da Terra conta a história de Kitai Raige, que luta para se tornar um grande guerreiro e assim impressionar seu rígido e distante pai, Cypher Raige. Em busca da aposentadoria, Cypher parte numa última missão e leva o filho junto para tentar estreitar os laços afetivos. Mas algo dá terrivelmente errado e eles vão parar na Terra, planeta agora considerado impróprio para a vida humana. A partir daí, o filme vira uma mistura de À Procura da Felicidade com o que me pareceu ser um dos primeiros rascunhos de Avatar, jogado fora por James Cameron e resgatado do lixo por Will Smith pouco antes da chegada dos garis.

                                    

A relação entre os dois não poderia ser mais manjada: Kitai, jovem e inseguro, faz de tudo para ter nem que seja o menor sinal de carinho do pai, que por sua vez é o típico oficinal durão que nunca abre um sorriso. Nem os elementos futuristas conseguem deixar essa história minimamente interessante – relação entre pai/filho é algo bastante comum na história do Cinema, e é necessário bem mais que uma roupa que muda de cor ou uma árvore com exagerados instintos de maternidade para torná-la interessante. Will Smith cumpre bem o seu papel, mas fica a impressão que seu personagem teria sido melhor aproveitado em um roteiro diferente.

Depois da Terra é uma imensa oportunidade perdida. Jaden Smith não soube desenvolver seu personagem, perdendo a chance de provar que pode fazer algo mais maduro; Will Smith, em sua estréia como roteirista de Cinema,fica preocupado demais em fazer o filho brilhar e não se empenha no roteiro; e finalmente, temos M. Night Shyamalan, diretor da película. Conhecido pelos seus projetos autorais, os sucessivos fracassos têm o obrigado o cineasta indiano a dirigir projetos de outras pessoas. E nessa nova produção ele surge menos inspirado que nunca, jamais conseguindo criar qualquer suspense mesmos nas cenas que exigem esse elemento para funcionar.

O melhor momento de Depois da Terra é quando sobem os créditos e começa o Depois da Sessão, quando o filme acaba e você pode ir fazer aquele lanche esperto enquanto debate com os amigos as várias falhas da produção. Vai por mim, essa parte vale a pena!

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Um Comentário

  1. Poxa, me tirou a vontade de ver o filme XD> eu tava empolgado pelo jeito avatar do filme, muito mais pela sensação de ambientação e visual do que qualquer outro; justamente pelo que me apaixonei em avatar. Talvez eu baixe para assistir.

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