The Final Station | Rolé de locomotiva pelo apocalipse! (Impressões Iniciais)
Ficha Técnica
Desenvolvedor: Do My Best Games
Publisher: tinyBuild
Twitter: @tinyBuild / @FinalStation_en
Facebook: The Final Station / tinyBuild
Do que se trata? — algo está infectando as pessoas!
Algo está infectando o mundo. As pessoas estão ficando doentes. Sendo dominadas por uma gosma preta que invadem a corrente sanguínea. Uma doença? Os cientistas ainda não sabem explicar direito. Em nenhum momento The Final Station menciona zumbis, mas as pessoas infectadas agem como se estivessem na categoria deste clássico do terror. Estes humanos doentes correm atrás de quem é saudável e os matam. Quem sobrevive a um ataque, provavelmente vira um infectado.
Você, protagonista e jogador, é o maquinista de uma locomotiva que é recrutada pelo exército, e recebe uma (ingrata?) missão: passar por algumas cidades onde estes ataques de infectados aconteceram, em busca de sobreviventes e suprimentos, levando uma misteriosa carga e deve chegar a última estação, a última área de segurança que restou, com o máximo de sobreviventes resgatados.
Para entender The Final Station é preciso separar o game em dois momentos: um na qual o jogador está viajando de trem, fazendo a manutenção da locomotiva e cuidando dos passageiros resgatados, e o outro na qual o personagem está explorando as áreas dos infectados, em busca de munição, comida, sobreviventes e aos poucos desvendando alguns dos mistérios que envolve a trama do game.
Dentro da locomotiva o jogador deve cuidar para que tudo continue funcionando. A locomotiva é velha, e vai quebrando constantemente, então o jogador precisa ir mexendo nela, cuidando de partes dela, mantendo-a tinindo. Enquanto isso, ainda dentro desse cenário, o jogador tem acesso a conversas dos passageiros, e também precisa cuidar da saúde e alimentação deles, o que acaba sendo importante encontrar kits médicos e suprimentos alimentares na parte de exploração. Há também um pequeno sistema de criação, na qual o jogador pode criar munição e kits dentro da locomotiva, enquanto está viajando entre as estações.
Já na parte de exploração, a cada estação é preciso conseguir um código de acesso que libera a locomotiva para continuar viagem. Ou seja, é obrigatório explorar até encontrar a pessoa ou o local na qual o código foi guardado antes que responsável pelo mesmo tenha sido morto ou infectado.
A grande sacada desse processo de exploração é que o jogador precisa explorar um ambiente na qual quartos, salas e acessos aos subterrâneos apenas são revelados se o personagem abrir as portas de cada ambiente fechado, criando uma certa tensão. A próxima sala terá infectados? Se houver, nunca é certo quantos serão ou se você terá meios ou munição o suficiente para derrubar todos.
Nesse ponto o game cria um ambiente na qual o jogador pode escolher, caso já tenha encontrado o código: continuar explorando por mais recursos e sobreviventes, ou voltar para a locomotiva e seguir adiante. O risco ao voltar a locomotiva sem muitos recursos é que na próxima estação o protagonista vai começar com menos munição, e também terá menos recursos para ajudar os resgatados pela viagem ao longo das cidades, o que pode acontecer deles morrerem.
Ou seja, é preciso enfrentar os infectados até onde for possível. Não basta apenas pegar o código e fugir. Explorar é algo importante ao longo da campanha de The Final Station.
Pontos a serem considerados — formato tradicional e na espera do patch!
Dada as explicações acima, se faz necessário ponderar sobre algumas coisas. O game não é procedural, ou seja, sua campanha não muda a cada Game Over. É um fato curioso, já que há tantos estúdios que apostam nesse elemento para trazer um fator replay ao seus jogos, ou para fazer que os jogadores tenham experiências mais únicas com cada título.
The Final Station não segue essa linha, o que não é necessariamente algo ruim. Estava lendo um bate papo dos desenvolvedores com jogadores lá no Reddit, na qual um dos pontos de discussão era justamente a respeito desse elemento. O estúdio russo, Do My Best Games, explica lá que eles ainda não possuem experiência com games procedurais, então optaram por criar algo mais tradicional no formato linear de contar a história do game.
Tudo tem dois lados. Se o jogo não randomiza eventos, prédios, e o que há em cada sala, ao menos o jogador tem a certeza que tudo ali está milimetricamente planejado pelo desenvolvedor. Isso elimina aquela fator “sorte” de game procedurais, na qual o jogador chega diante de uma situação na qual ele prefire morrer e deixar o jogo randomizar novamente do que vencer a programação criada. O game quando planejado tende a criar bons momentos onde o jogador percebe que certos detalhes foram pensados e planejado por seus criadores para resolver um impasse criado dentro da aventura. Isso é legal.
Um último adendo que talvez soe como uma crítica, mas que trata-se de uma situação temporária, diz respeito a versão para consoles de The Final Station. Enquanto a versão que se encontra à venda, no dia da publicação destas impressões, na Steam traz o game localizado em nove idiomas (incluindo o português brasileiro), nos consoles o game só está sendo disponibilizado em inglês e russo.
Isso ocorre porque no lançamento do game um patch foi disponibilizado na Steam adicionando estes idiomas, porém nos consoles, os desenvolvedores já comentaram que esse processo de patchs e updates é um pouco mais demorado, mas que futuramente, sem definir uma data exata, The Final Station receberá todas as localizações que já se encontram disponíveis no PC.
Nisso, também vi conversas lá no twitter do game a respeito de correções a respeito do tamanho das letras presente nas versões de consoles. É tudo muito pequeno! Jogando em um monitor pelo PC isso não chega a ser um problema, entretanto na televisão, sentado em um sofá, acaba realmente sendo um exame de oftalmologista enxerga tudo que está escrito nos bilhetes e conversas ao longo da campanha. Isso também virá a ser aprimorado eventualmente segundo li no twitter.
Por causa desta situação, decidi parar com o game após jogá-lo por cerca de duas horas. Foi o suficiente para ver o que o game tinha a oferecer. Realmente gostei do título, mas diante da situação de saber que a localização e a situação do tamanho dos texto na versão dos consoles podem vir a ser aprimorado em breve, resolvi pausar a campanha do game e esperar o patch.
Sendo assim, excepcionalmente, não pretendo dar uma nota a estas impressões. Fica a intenção desta matéria mais como um impressões em progresso, ou até mesmo uma indicação. Como não há data para que o patch saia, e como o game é bem legal, achei que, independente disso, The Final Station ainda é um título que já vale a pena recomendar e apresentar a quem não o conhecia. Até porque estes pontos só ocorrem na versão de consoles, a versão da Steam não apresenta estas ocorrências. Quem joga por esta plataforma, pode conferir o game sem problema.
Vale ou não vale? — Tensão ao abrir portas!
No geral, fiquei com a impressão que The Final Station é um game que deixa os jogadores tensos. Joguei parte do game com fones de ouvidos e o game me deixou apreensivo, nervoso e atento a cada porta que precisava abrir nos momentos de exploração.
O game quase não tem trilha sonora, quando ela surge, é algo bem sutil, quase imperceptível. O silêncio faz parte da atmosfera do game. E quando o jogador precisa usar sua arma de fogo, o estrondo é bem sonoro, reforçando o risco e terror que os infectados passam quando surgem. The Final Station tem um ótimo trabalho de efeitos sonoros, criando uma certa melancolia na medida certa para um mundo moribundo.
O segmento do game que se passa dentro do trem pode deixar os jogadores meio desconfiados. Pode parecer meio parado, meio sem graça, mas o fato é que são segmentos rápidos. Não chegam a incomodar, ainda que de fato não seja a melhor coisa do título. Porém diante da história e da trama, achei importante esse pequeno desafio extra. Até porque dá um ritmo diferente, uma outra dinâmica, impedindo que a parte de exploração acabe ficando saturada demais. O jogador acaba querendo voltar ao trem após explorar certas áreas, temendo pelo que vem a seguir em cada porta aberta.
A minha única reclamação nos segmentos do trem é que as vezes sinto que estou perdendo diálogos entre os sobreviventes na qual não consigo acompanhar porque estou de olho nas engrenagens, nos status de cada um e nas mensagens que o jogador recebe ao longo das viagens entre as estações. Tudo acontece ao mesmo tempo, o que acaba sendo meio caótico. Uma pena que todos os diálogos do game sejam por texto, pois se ao menos estes fossem por áudio (pelo menos no trem), seria mais fácil acompanhar estes trechinhos de conversas.
Na parte do combate o game também se sai muito bem. Nunca há munição de sobra, então isso faz o jogador pensar muito bem no que fazer a seguir. O personagem também possui um soco carregado que derruba os inimigos mais fracos do game, o que ajuda a economizar balas no revolver, porém há casos que não tem jeito e se faz necessário descarregar o pente inteiro em um pequeno grupo de infectados. Aliás, impossível não ver estes oponentes e não pensar no game Limbo, ainda nem os estúdios e nem os jogos se relacionem de alguma forma, mas é legal que o design dos infectados seja algo diferente e não necessariamente a skin padrão de zumbis.
Um ponto muito positivo em The Final Station são os checkpoints. Há momentos em que o jogador vai inevitavelmente morrer, pois as portas realmente acabam surpreendendo e pegando o jogador despreparado as vezes. Isso seria ruim se após cada morte o jogo voltasse muito para trás, obrigando a reabrir todas as portas da área novamente. Mas não é o que acontece. O checkpoint normalmente é realizado a cada duas ou três portas abertas. Então ao morrer o jogador nunca volta demais. Isso ajuda muito a sensação de progresso do game. Você nunca fica empacado por muito tempo ou cansado de jogar a mesma área porque está morrendo demais.
Conforme o game progride, mais sobre a trama vai sendo revelada, novas armas são destravadas e mais desafios são criados. Os tipos de inimigos também vão aumentando. Mas a fórmula do game parece se manter por toda a sua campanha. Vá de trem até a próxima estação, explore todo um ambiente em busca do código para a próxima estação, sobreviventes, itens e saia da área. Até chegar a última estação. A cada cidade, o jogador percebe que a infestação vai aumentando cada vez mais. Deixando o mistério do que lhe aguarda na última estação.
Espero futuramente retornar para The Final Station. Vou aguardar o patch que localiza o game no Xbox One, torcendo para que neste já melhorem o tamanho do texto nos consoles. Como expliquei alguns parágrafos acima, não darei uma nota oficial para o game hoje, mas é um game que facilmente ficaria na média 8 dentro dos meus critérios de avaliação aqui do site. Não tem muitos defeitos ou problemas até onde joguei, tem uma narrativa imersiva e tem um gameplay tenso, porém divertido.
Quem joga pela Steam já pode tranquilamente conferir o game. Na versão dos consoles eu recomendaria aguardar um pouco mais, a menos que você jogue colado na frente da TV e não se importe de acompanhar o game em inglês. Certamente vale a pena!
Mais imagens!