Análise | Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- The Hinokami Chronicles 2
Disponível para PlayStation, Xbox, Nintendo Switch & PC

Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- The Hinokami Chronicles 2 é uma sequência natural do título de mesmo nome, lançado em 2021, que dá continuidade aos arcos baseados no animê que faltaram ao jogo anterior, permitindo uma sequência com um elenco ainda maior, mais modos de jogo e intensas batalhas do mesmo estúdio que criou a fórmula da aclamada franquia Naruto Ultimate Ninja Storm. Um jogo que chega em boa hora, quando o animê volta aos holofotes com a primeira parte de uma trilogia de filmes, baseado no arco final, O Castelo Infinito, em ascensão no mundo inteiro. Timing impecável.
The Hinokami Chronicles 2 foi lançado globalmente no último dia 5 de agosto, chegando a todas as possíveis plataformas do atual mercado: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch (compatível com o Switch 2) & PC. Não ficou ninguém de fora, contudo, não posso atestar a boa performance do jogo em todas as plataformas mencionadas. Para essa análise, utilizei a versão do PS5, que entrega um alto desempenho e performance, principalmente em detrimento aos consoles que já são considerados “geração anterior“.
Como mencionado ao abrir esse texto, o jogo foi desenvolvido pelo mesmo estúdio japonês que por décadas trabalhou na franquia de jogos do universo de Naruto, intitulada “Ninja Storm“, ou seja, trata-se de uma produção da CyberConnect2. O estúdio basicamente levou toda a sua experiência de anos com os jogos do ninja laranja para o universo de Demon Slayer, utilizando de uma fórmula muito semelhante, entregando cutscenes cinemáticas 3D de qualidade impecável, em meio a intensas batalhas de arena 3D, enquanto reconta com uma fidelidade, que as vezes até soa cansativo, todos os eventos da obra original.
Algumas fontes também mencionam um suporte de desenvolvimento da Arc System Works no título, contudo, não há menção disso nem no site oficial, nem na tela de início do jogo, ou qualquer outro lugar dentro do mesmo. Então questiono um pouco essa informação que roda na internet. Não duvido que possa ter existido alguma assistência do estúdio na obra, mas se foi, certamente foi algo pontual e pequena. Até porque, a fórmula, toda a estrutura do jogo, incluindo o sistema de combate, modos e como o jogo se apresenta, tem o dedo direto da CyberConnect2 e na forma como ela desenvolveu essa fórmula em game anteriores.
Talvez também seja interessante mencionar que já no aspecto de distribuidora (publisher) Demon Slayer: The Hinokami Chronicles 2 possui duas empresas envolvidas. No Japão o título é distribuído pela Aniplex, que também consta como uma produtora direta do projeto, enquanto ficou para a Sega o papel de distribuidora global do jogo em todos os demais mercados.
“E por que isso é importante?” Porque possivelmente é este o ponto que explica o fato do jogo não ter localização em português, assim como outros idiomas, já que normalmente a Sega tem todo o cuidado de localizar suas atuais produções. Talvez parte do acordo de distribuição internacional não envolvam tais custos, e a própria Aniplex não se interesse por isso, já que convém observar que o primeiro jogo dessa série também foi lançado sem localização em português.
O que é um grande pronto negativo a obra, antes mesmo de falar sobre a sua experiência de jogo. O título, por si só, já tem a proposta de entregar aos fãs, a experiencia do animê, de forma interativa. Há longos períodos de diálogos e cutscenes no modo história, e tudo está ou e inglês ou em japonês. Ao menos podemos acompanhar os áudios com as vozes originais em japonês, enquanto a legenda fica configurada em inglês. Mas considerando que Demon Slayer é um animê de grande sucesso, e que conta até mesmo com dublagem aqui no Brasil, esse elemento é um baita demérito a um jogo como esse.
E não, não é culpa da CyberConnect2, pois muitos jogos de Naruto Storm sob seu cuidado chegaram ao Brasil com legendas e até mesmo com dublagem em português, em alguns casos, contudo, convém lembrar que foi uma franquia que ficou sob os cuidados de outra distribuidora, a Bandai Namco no caso.
Antes de entrar diretamente na análise do jogo, vale como curiosidade dizer que o subtítulo “The Hinokami Chronicles” faz referência a dança que o pai de Tanjiro tem na obra original, a Dança do Deus do Fogo, que tem uma importância enorme em diversos momentos chaves da obra. É meio que um subtítulo bacana para dizer que estamos acompanhando as crônicas que envolvem os membros da família de Tanjiro, especificamente sobre sua perspectiva. Uma ótima escolha de nome para um jogo, sem dúvida nenhuma!
Reviva o Ato II do Animê
Demon Slayer: The Hinokami Chronicles 2 continua diretamente de onde o primeiro jogo, lançado em 2021, parou. A sequência traz os eventos dos arcos do Distrito do Entretenimento, da Aldeia dos Ferreiros e do Treinamento Hashira. O jogo basicamente termina com o pontapé inicial para o arco do Castelo Infinito, que está atualmente nos cinemas do mundo todo. Ou seja, o jogo não trabalha esse arco, e não revela os eventos que deste recém lançado longa animado.
Assim como acontecia com os jogos de Naruto Ninja Storm, esta sequência de Demon Slayer, parte da proposta de contar ponto a ponto a história original da obra, baseando-se fortemente na versão em animê, partindo de um pressuposto de que ou o jogador já é fã da obra e a conhece, ou ao menos jogou o jogo anterior e sabe como tudo começa.
Quem chega desavisado em The Hinokami Chronicles 2, sem saber direito o que é Demon Slayer, pode se sentir perdido com um modo história que não dá todo um contexto de eventos anteriores da obra, ainda que exista um modo à parte, que reconta seis lutas do jogo anterior, e sucintamente explica o começo de tudo. Não é a melhor forma de conhecer a franquia, vai por mim. Se este é o caso, minha recomendação é assistir o animê, ou ler o mangá, e aí sim partir para o jogo. A experiência certamente será melhor apreciada.
Admito que não cheguei a jogar o primeiro The Hinokami Chronicles, faltou oportunidade, contudo como acompanho a franquia, não existiu qualquer prejuízo em partir direito para esta sequência, que claramente tem o escopo de ser maior e melhor que seu antecessor. É fã e conhece a obra, esquece o jogo anterior e venha direito para sua sequência. É a minha dica.
Entretanto, também devo abrir um parênteses aqui: essa fórmula de recontar um animê famoso e amplamente conhecido em um videogame pode parecer maneiro em muitas partes, especialmente nos seguimentos de ação, contudo, Demon Slayer é uma obra que tem muitos momentos de longas conversas, e preparo para segmentos de ação frenética. No jogo, existem momentos extremamente cansativos, onde só ocorrem diálogos atrás de diálogos, enquanto não há suspense, afinal, quem está jogando já conhece a obra. Existe um tempo enorme de jogo em que você simplesmente fica aguardando chegar logo o momento da ação. O ritmo de como a campanha apresenta a trama, não é animador o tempo todo.
A impressão que tenho é que nos jogos de Naruto Ninja Storm, esse elemento de “cutscenes demais, ação de menos” não parecia tão visível. Talvez por dois motivos: quando a CyberConnect2 o desenvolvida, havia muito mais material para se trabalhar, mais histórias, arcos e batalhas para adaptar, o que dava um ritmo acelerado aos jogos, e porque a estrutura da obra em si, é mais focava em batalhas atrás de batalhas, com um ritmo bem pequeno para exposições de diálogos.
E não estou dizendo que uma obra é melhor do que a outra. Estou dizendo que Demon Slayer tem uma construção narrativa diferente, o que funciona muito bem para a obra, para o animê, mas em um jogo talvez fosse necessário repensar isso.
Também sinto que em Naruto haviam localidades mais imponentes. Não existe nenhum ambiente em Demon Slayer que se compare, por exemplo, com a própria vila de Konoha. Os ambientes do modo história reproduzem com boa fidelidade os que são encontrados no animê, mas novamente, são obras distintas, com méritos bem distintos. O Distrito do Entretenimento e a Aldeia dos Ferreiros são bacanas, mas ficam enfadonhos em questão de minutos, não existe uma grande interação ou busca exploratória nestes ambientes.
Tudo isso para dizer que acho legal a CyberConnect2 recriar a mesma fórmula de Naruto nos jogos de Demon Slayer, contudo, fico com a sensação de que, ou essa fórmula está envelhecendo rápida (ou eu estou), ou então ela precisa de certa adaptação para obras que tem um ritmo diferente. É realmente necessário contar ponto a ponto da obra? Quem é fã já não passou por toda essa espera pela ação quando assistiu ao animê? Faz sentido ter isso também em um jogo? Esse talvez seja o dilema da fórmula.
Respiração, demônios e espadas!
Demon Slayer: The Hinokami Chronicles 2 começa a brilhar de verdade quando deixa de ser uma experiência meramente de entretenimento narrativa para se focar no que uma experiência interativa fruto de um videogame, ou seja, quando você de fato passa a jogar, ao invés de apenas assistir e acompanhar uma trama que você já conhece.
As batalhas do modo história, quando chegam ao seu ápice, demonstram toda a grandeza da obra, entregando uma animação fluída e um visual fantástico, mas acima de tudo, isso também é reproduzido com grande competência em todo o sistema de combate. Os golpes, baseados nas respirações dos personagens, ou o impacto visual criado para os demônios, entregam uma qualidade técnica que impressiona bastante. E tudo é fluído, sem engasgos. A jogabilidade é muito competente nesse sentido.
As lutas não seguem o tradicional modelo 2D. As arenas são tridimensionais, o que significa que os personagens podem andar num espaço em 360 graus, e há um botão para avançar diretamente para seu adversário, um movimento muito bom para quebrar a defesa, por sinal. No modo história, a CPU sempre vai te jogar para longe quando você estiver fazendo pressão, mas é com esse movimento de avanço que rapidamente você pode voltar a se aproximar do inimigo.
Mas nas batalhas do modo história, muitos inimigos utilizam de golpes que exigem que o jogador fique se esquivando e se defendendo, enquanto aguarda o momento em que a defesa vai falhar e você pode avançar. Quase todas as batalhas da história ocorrem nesse sistema.
Quando se não está na história, as batalhas seguem um modelo mais comum e tradicional, sejam em modos individuais ou online. Nestas batalhas, o que é preciso acompanhar é sua barra de vigor e sua defesa. Você pode pressionar o adversário, criar combos e bater insistentemente, mas se a sua barra se esgotar, seus movimentos ficam limitados, sua defesa fica exposta, e o o adversário vai contra atacar na mesma moeda. É um sistema simples, para permitir que a beleza da dança dos golpes funcione em ambos os lados da luta.
Todo o sistema de combate é bem simples na verdade, baseado em dois botões básicos, um para o golpe normal e um para o golpe especial. Os combos podem surgir a depender de sutis variações, seja se você iniciar um golpe no ar ou colocar a alavanca do controle para um determinada direção. Não é um sistema exatamente com um sistema técnico e complexo, mas que funciona e diverte graças ao imenso trabalho visual e de impacto que consegue entregar.
Há dois elementos que adicionam um pouco mais de profundidade ao sistema, um menu que permite equipar alguns buffs e perks que podem lhe dar algumas vantagens ou melhorar alguns atributos nas lutas, e a possibilidade de adicionar companheiros na batalha, permitindo que ele o resgate de um combo ou que até mesmo troque o personagem, e passe a lutar com o segundo personagem escolhido, contudo, ambos usam a mesma barra. Um companheiro pode utilizar um golpe de suporte também, mas existe uma barra de energia que precisa ser carregado, então não é um movimento que pode ser usado de forma leviana e com muita frequência. Certos personagens, são tão fortes, que não permitem o uso de um companheiro de equipe.
Enquanto se luta, uma barra de especial vai sendo carregada. Essa barra pode liberar um efeito (boots) que pode lhe deixar mais forte, que lhe deixa emitindo uma aura, por um tempo determinado, ou então liberar um golpe especial, que se atingir o adversário, cria uma incrível cutscene do golpe em meio a luta. Se a barra, já carregada seguir sendo carregada, esse golpe especial por mudar e ficar ainda mais forte, assim como a depender do companheiro de equipe, pode ativar um especial duplo, onde ambos os personagens aplicam o golpe juntos no adversário.
Além das batalhas do modo história, Demon Slayer: The Hinokami Chronicles 2 entrega alguns modos de jogo bem interessantes onde o jogador pode se entreter com batalhas atrás de batalhas. Há modos de longa duração, estilo sobrevivência, onde você pode escolher entre algumas rodadas de confrontos, contra inimigos aleatórios, e sobreviver até o fim com uma única barra de vida, com ela sendo restaurada somente um pouco ao final de cada combate. Esse Modo (Endurance Match) entrega diversos níveis de dificuldade.
Outro modo muito legal é um que simula o treinamento dos Hashiras do universo da franquia. O jogador pode escolher batalhar contra qualquer um dos famosos Hashiras, mas para isso, deve cumprir uma série de lutas menores, ganhando alguns boosters, em um mapa com algumas escolhas de rotas, sendo que a sua barra de saúde não é restaurada, somente se você passar por um ponto do mapa que permita isso. É um modo bem divertido, ainda que os caminhos e os mapas sejam fixos, mudando apenas se mudar o nível da dificuldade, é sempre possível escolher rotas diferentes e tentar um melhor resultado.
Se alguém procurar o título para batalhas, Demon Slayer: The Hinokami Chronicles 2 não decepciona nesse sentido. Existe combate tanto para quem aprecia a experiência single player, em bons modos individuais, quanto aos modos online, para quem procura partidas casuais, rankeadas ou até mesmo no sistema de torneios. Só lamento que o título não entregue uma experiência com cross-play, o que permitiria que jogadores em diferentes plataformas possam se enfrentar. Plataformas com menor comunidades são sempre prejudicadas com a ausência de tal tecnologia.
Por fim, vale mencionar que o elenco de lutadores da sequência é expressivamente grande em relação ao jogo anterior. São mais de 40 personagens desta vez, ainda que existam muitas variações de um mesmo personagem. Tanjiro mesmo tem 4 versões no jogo, cada um com golpes e especiais diferentes. Também é legal ver que todo o elenco do jogo anterior também está presente na sequência, seja os primeiros inimigos, como Yahaba e Susamaru, ou até mesmo Sabito e Makomo, que só possuem uma presença muito pequena no começo do animê.
Além disso, personagens que anteriormente só haviam sido lançados como DLC, caso do Tegen Uzui, agora estão dentro do elenco padrão da sequência. Dos personagens inéditos criados para o jogo, estão todos os Hashira, assim como os poderosos inimigos incluído nos arcos trabalhados na sequência, como Zohakuten e Gyokko. Até mesmo Muzan Kibutsuji, o vilão supremo da série, está dentro do elenco, lançado recentemente num DLC totalmente gratuito.
Claro que novos personagens já estão anunciados, e virão em um DLC pagos, que irão incluir alguns personagens estão no filme Castelo Infinito, incluindo novas versões de Akaza, Tanjiro e Zenitsu, que no longa ganham novos golpes e movimentos.
Considerações finais
Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- The Hinokami Chronicles 2 apesar de alguns pontos críticos é uma baita experiência para todo mundo que é fã do universo de Demon Slayer, obra da mangaká Koyoharu Gotouge. A sequência do jogo de 2021 faz o que se espera de uma boa continuação, trazendo mais conteúdo e melhorando aspectos que no primeiro jogo podiam figurar como um processo de aprendizado do desenvolvimento. Só o elenco expandido, somado a todos os personagens que já estavam no jogo anterior, é um baita feito.
Trata-se de uma obra que oferece uma experiência de revisitar a obra em animê, sob uma pesada direção cinemática que a CyberConnect2 sabe fazer com baita louvor, graças a anos de experiência com os jogos de Naruto. Uma fórmula que ainda é uma das melhores no que diz a respeito de jogos baseados em animê, mas que não é infalível. Transcrever ponto a ponto longas cenas de diálogos pode cansar até mesmo alguns fãs, ainda que o jogo oferece a opção de pular tantos diálogos.
No modo história, os pontos de exploração, não dizem nada com nada. São segmentos de baixo impacto na jogabilidade, com o jogador andando por ambientes sem grandes aspirações, ora soando até mesmo como algo que talvez ficássemos deslumbrados nos tempos de jogos do PlayStation 2, mas que atualmente, não causam mais o mesmo efeito. Segmentos unicamente criados para tampar um buraco entre lutas, e oferecer um tour interativo por alguns dos cenários do universo da série. Ande, colete itens e nada mais. Simples, e um tanto monótono por vezes. Muito longe de oferecer uma experiência de jogos de mundo aberto, por exemplo.
Contudo, quando tudo isso passa, os longos diálogos e a exploração sem qualquer tempero, o modo história brilha ao oferecer lutas cinemáticas, bom desafio e ilustrar os momentos épicos do animê. É o principal motivo pela qual você irá desejar revisitar a história que já tanto conhecer. E a qual o estúdio faz com tamanho fidelidade visual e qualidade para a obra original.
E é até uma pena que o estúdio se apegue tanto ao material original e não tente criar nada original e novo, a mesma qualidade. O modo história até tem algumas missões secundárias e opcionais, que nada tem a ver com a história original, como uma missão em que Tanjiro sai com a Shinobu Kocho (Hashira dos Insetos) atrás de um demônio aleatório. Como é uma história paralela, criada apenas para o jogo, tudo é bem robótico e apático, e toda a direção cinemática some. Uma pena.
Passado do modo história, que não traz a trama desde começo – ainda que tenha um breve resumo em um modo separado -, trazendo apenas os três últimos arcos do animê, The Hinokami Chronicles 2 se sai muito bem como um jogo de luta em si, trazendo bons modos de jogos, tanto para a experiência single player, quanto modos online, ainda que, como já mencionado, não traga a tecnologia de cross-play para que a comunidade de jogadores online possa se manter unida.
Modos como Endurance e o Treinamento Hashira são modalidades que facilmente irão prender o jogador solo por horas, até testar todos os personagens, conseguir todos os níveis de dificuldade. Até porque o jogo tem uma enorme curva de cosméticos e itens colecionáveis que faz com que você queira colecionar tudo.
E aí entra a parte da jogabilidade, que é fantástica, dentro de um sistema de batalhas em arena 3D, com golpes lindos e de alto impacto, golpes especiais dignos de cinema e uma boa mecânica que impede que um jogador sufoque de forma indefinida, graças ao sistema da barra de vigor. Assistências e troca de personagens criam ritmo e dinâmica, aplicando estratégias que podem mudar o sabor das disputas.
No aspecto dos pontos negativos, talvez o maior demérito seja o jogo chegar ao mercado global com tão poucas opções de idiomas, inclusive com a ausência de uma localização em português. Vindo de uma franquia que até mesmo encontra-se com dublagem em nosso idioma, e todo o material do mangá já publicado no Brasil. O jogo estar totalmente em inglês é quase um tapa na cara dos fãs brasileiros. No primeiro título, lançado anos atrás, como é um texto de mercado, você até perdoa, mas em uma sequência que tem como propósito expandir a experiência original? É mancada das grandes.
Considerando que o resto da obra virá em uma trilogia de filmes, a ser lançado anualmente, não espere uma sequência adaptando o arco final do Castelo Infinito tão cedo. Felizmente, parte desse conteúdo, virá em forma de novos personagens, ao longo do primeiro ano de vida do jogo. Com isso The Hinokami Chronicles 2 terá breve momentos de frescor revigorado ao longo dos próximos meses. O que é ótimo para a comunidade.
Jogos baseados em animês são lançados com uma grande constância no atual mercado de games, Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- The Hinokami Chronicles 2 é só mais um dos muitos que já saíram em 2025. Entretanto dá para se dizer que é um dos melhores dentro desse banquete, oferecendo uma jogabilidade afinada com o universo a qual se é baseado, bela direção de arte, com o cuidado técnico de uma dos melhores estúdios japoneses para esse tipo de jogo. Não é isento de críticas e pontos falhos, mencionados ao longo da análise, mas ainda é uma grande experiência aos fãs, com uma fórmula que garante sucesso, mas que tem alguns sinais que não pode ser repetida a exaustão a qualquer animê. De toda forma, é uma baita experiência imersiva a um dos maiores sucessos da atualidade.
Galeria
Gameplay *via nosso canal no YouTube
Outros vídeos | Prólogo da Campanha | Início do Arco do Distrito do Entretenimento
Dando nota
Fantástica apresentação, com direção de arte de encher os olhos - 9
Lutas super fluídas, golpes cinemáticos de tirar o fôlego - 8.5
Elenco enorme de lutadores, trazendo inéditos e todos do jogo anterior - 8.8
Ausência de localização de português é frustrante para um animê tão popular - 6
Online é consistente, mas ausência de cross-play pode prejudicar plataformas menores - 7.5
Alguns modos solo, como Endurance e Treinamento Hashira são pura jogabilidade, e é o que se espera em um jogo de luta - 8.8
Fórmula - 7.8
8.1
Ótimo
Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- The Hinokami Chronicles 2 soa como um sonho aos fãs do popular animê, marcado por uma animação de altíssimo impacto, a qual a CyberConnect2 consegue trazer com muito mérito ao jogo. Uma sequência que expande o elenco de personagens, trazendo todos do primeiro jogo e mais alguns inéditos, passando de 40, enquanto aproveita a fórmula "Ninja Storm" para seguir contanto a história original, que tem um certo problema de ritmo aqui, pois é uma obra não tem uma mesma intensidade de lutas como em Naruto. Jogabilidade fluída, golpes cinemáticos e bons modos single player e online, garantem um jogo imersivo e de qualidade. O único grande demérito, contudo, é a frustrante ausência de localização em português.