Análise Evento | Fortnite – Fortnitemares 2025

Disponível para PlayStation, Xbox, Nintendo Switch & PC

Jogos de conteúdo sazonal vivem de ciclos, renovando sua comunidade constantemente, enquanto jogadores vem e vão. E quando achei que já tinha ido completamente, não é que voltei para Fortnite em pleno 2025? Para conferir o evento de Halloween Fortnitemares, que está acontecendo na reta final da quarta temporada do Capítulo 6. Mas… por quê?

Culpa de uma leva de novas skins que teve como carro chefe Scooby-Doo, assim como diversos outros famosos do mundo do terror, de Ghost Face, Jason e até mesmo a Wandinha. Não foi por conta de novo gameplay, novas mecânicas, mas por causa de skins celebrando uma época do ano que tem tudo a ver com um evento temático. Curioso, não?

Contudo talvez haja outras coisas. Bom, primeiro é preciso entender que meu ciclo com Fortnite teve início em 2020, quando o Capítulo 2 lançou sua primeira temporada, e perdurou até a primeira temporada do Capítulo 4, que durou até meados do primeiro trimestre de 2023. Foi um bom período, admito. Mas após três anos, estava cansado de Fortnite, de seu ciclo, mesmo com adições e inovações realizadas a cada nova temporada na época. Ainda não foi o suficiente para me prender após o início do Capítulo 4.

Só que olhando para o passado, também percebo que fui atraído por outros jogos de conteúdo sazonal que na ocasião, estavam despertando a atenção de uma comunidade sedenta por novos conteúdos, mais diversificados. Passei um curto período com a primeira temporada de Overwatch 2, um título que acho divertido, mas nunca conseguiu me prender por longos períodos, funcionando de forma muito ocasional.

Só que foi em 2022 que Multiversus surgiu, prometendo mundos e personagens, numa fórmula Smash Bros. Isso sim, me prendeu. Fiquei com o jogo até ele ser encerrado em maio deste ano. Sim, me tornei órfão do jogo, que mesmo repleto de defeitos, me entreteve muito nestes últimos anos.

Em 2023 também marca o momento em que Disney Speedstorm foi lançado, um título que perdura com eventos sazonais até os dias de hoje, ainda que extremamente enfraquecido de conteúdo e excesso de microtransações e baixas recompensas aos usuários. Ainda o jogo, mas cada vez menos entusiasmado.

Estou divagando porque talvez essa trajetória seja importante para entender o porque retornar para Fortnite? Que é um sobrevivente, isso é inegável. Jogos sazonais surgem e morrem com uma frequência até triste, mas o sucesso da Epic Games perdura, e não dá qualquer sinal de desgaste, ainda que tenho certas ressalvas para fazer aqui.

É muito louco pensar que Fortnite está nessa jornada desde 2017. E que eu estava lá quando o jogo surgiu, no abandonado Modo Salve o Mundo. Até hoje recebo V-Bucks realizando missões diários nesse modo, justamente por ser um membro fundador. Estamos de fato indo para 10 anos de conteúdo em 2027. Uau!

Enfim, deixando toda essa nostalgia de lado, é hora de falar um pouco sobre Fortnite em 2025, e também sobre o evento Fortnitemares.

De volta ao Battle Royale

Depois de quase dois anos sem jogar Fortnite, digo que é como andar de bicicleta, você não esquece. Pode parecer um pouco estranho no começo, sempre há algumas armas novas, a ilha já não tem as mesmas locações conhecidas, apesar de que estar toda decorada para o Halloween me ajudou um pouco a me sentir em casa, afinal nos anos em que jogava regularmente, também participei destes momentos, assim como das festividades natalinas.

Contudo, o que mais me causou estranhamento ao iniciar Fortnite após 2 anos sem contato com o jogo foi o caótico menu atual. Sabe o que me lembrou? Do caos que são jogos com muitos modos de comunidade, como Roblox, que apesar de não jogar, estou sempre vendo meu filho se entreter com esse jogo, que por ser gratuito, toda a criançada da idade dele joga.

A lista de modos de jogo em Fortnite atualmente parece não ter fim. A própria Epic Games tem uma lista oficial com algumas variações do Battle Royale, incluindo um modo rankeado oficial. Felizmente, o modo tradicional, e clássico, de 100 jogadores, pode ser facilmente encontrado na lista, e logo fica em destaque quando utilizado. Ufa.

Fortnite virou essa loucura de jogos com muitos modos da comunidade, e com uma bagagem enorme. Tem modos com Lego e carros, que vou admitir que sequer me aventurei nestas últimas semanas. Fiquei satisfeito em retornar ao bom e velho Battle Royale, enquanto também joguei algumas partidas de Salve o Mundo, só para ganhar uns V-Bucks e comprar alguns itens cosméticos do universo de Scooby-Doo.

Não que o jogo já não fosse assim em 2023. Havia diversos modos alternativos criados por comunidade nessa época, mas sempre me pareceram mais escondidos na apresentação geral do jogo. Mas abrindo o jogo em 2025, parece que a Epic Games abraçou de forma mais forte essa comunidade e dá bem mais visibilidade a essa versatilidade presente no jogo. Tal qual Roblox também o fez nestes últimos anos.

Enfim, jogar o Battle Royale de Fortnite em 2025 continua tão envolvente, imersivo e divertido quanto me lembrava. Não notei exatamente nenhuma mecânica nova de mudar a forma de jogar, e acho que o título como está hoje, não tem mesmo pra onde correr e mudar. A arrancada de correr brevemente, inserida em 2022, foi uma das últimas adições que a meu ver mudaram o ritmo e a dinâmica das partidas. Correr, pular, escalar superfícies já estava no ponto correto quando fiz esse longo hiato. Nada a relatar nesse aspecto.

Sobre as armas, muita coisa está diferente, claro, mas o básico permanece inalterado. Rifles de assalto, espingardas e SMGs (submetralhadoras) parece dominar o jogo. São os tipos que mais estão espalhadas pelo mapa, inclusive dentro de baús. Ainda existem pistolas, revolveres e rifle de precisão (sniper), mas em uma constante muito menor do que me recordo. Inclusive, estranhei tão poucos jogadores brincando de snipers atualmente, mas não consigo concluir se essa é uma boa mudança.

A própria dinâmica de jogadores usando o artifício da construção em tempo real já não é tão eficiente atualmente. Ainda há quem insista nisso, mas nunca parece eficiente, a menos que seja para fugir ou enrolar o confronto. Passei por vários momentos me que o jogador simplesmente se perdeu tentando criar um quadrado ao seu redor e quando deu por si, eu já estava dentro do quadrado atirando nele. Correr em disparada e saltar essas paredes é a melhor tática ofensiva.

Quanto a rifles de assalto, o que percebi agora, e isso era algo que já existia no período em que jogava, mas em menor evidência, diz a respeito dos rifles com a mira ficando em primeira pessoa. A distribuição de rifles com a mira tradicional, com os que colocar a mira em primeira pessoa, está bem mais equilibrado na atual distribuição do jogo. O que acho mais democrático, deixando assim as coisas ao gosto de cada jogador.

A respeito das armas e itens do evento Fortnitemares, o que mais se destacou nas partidas foi a faca do Ghostface, num item chamado “A Última Chamada“, que transforma seu personagem no próprio Ghostface. Isso ficou sensacional! O fato da arma causar dano massivo, num combate de proximidade, e do aumento da velocidade e da arrancada, torna o uso desse item perigosíssimo. Praticamente mortal.

As únicas vezes que venci um embate de proximidade contra A Última Chamada foi usando os atuais lançadores de foguetes (bazucas) disponíveis na atual temporada, sendo que um deles é justamente o de abóbora, retornando no atual evento de Halloween.

Outro item bem legal lançado agora no Fortnitmares, são os biscoitos scooby, que não só recuperam vida e escudo, concedem um booster temporário na velocidade e stamina ao jogador que continuar consumindo ele constantemente. Além do efeito sonoro típico da corridinha que os personagens da série possuem no desenho animado.

Não vou ficar detalhando aqui todos os itens e armas atuais da temporada ou do evento, mas acho que o jogo tem oferecido opções para tudo quanto é lado. Há uma boa diversidade, da vassoura de bruxa que concede um salto enorme, ao canhão inseticida que permite carregar um tiro de energia explosiva (total Mega Man) e até mesmo da serra elétrica, que tem uma opção de sair em disparada com ela fincada no chão que é muito impressionante o quão fácil é ganhar distância.

Quanto a mudanças que não gostei tanto assim, está na diminuição da disponibilização de veículos pelo mapa. Isso porque quando entrei em hiato do jogo, os veículos haviam acabado de serem introduzidos e foram uma grande novidade nas temporadas de estreia. Mas pelo visto essa mecânica deu uma diminuída. Além disso, achei meio chato entrar num carro e ele assumir uma skin que o jogador tiver customizado isso em seu vestiário. Não sei, estranhei.

Acredito que um último detalhe que vale menção é a respeito do atual mapa. Até porque se tem algo que aprendi com Fortnite em anos, é que entra temporada, sai temporada, o mapa muda, mas não muda tanto assim. E é isso mesmo. Mesmo depois de 2 anos sem entrar no jogo, o mapa ainda tem a mesma pegada em anos. Os locais são novos, claro, mas são os mesmos clichês de sempre. Áreas urbanas, muita floresta e mapa, tem as montanhas (incluindo de neve), as praias e ambientes baseados em certos personagens do jogo.

O acampamento assombrado ficou muito maneiro, especialmente porque colocaram o Jason, como um NPC andando por lá. Não é difícil vencê-lo, mas é angustiante o tempo que leva, enquanto outros jogadores chegam normalmente para lhe matar.

E apesar de não ser uma inserção do evento de Halloween, a espada gigante enfiada em uma pedra e a base do Ranger é um dos pontos alto da atual temporada, que tem o Ranger Vende como último personagem do Passe de Temporada.

Falando no Passe de Temporada, o jogo continua extremamente agradável nesse sentido. Comecei a jogar próximo ao dia 9 de outubro, quando Fortnitemares foi lançado, e faltando alguns dias até o término do evento, e da atual temporada (que vira dia 1º de novembro), meio que fiz 92% de todo o Passe. Estou na última aba do mesmo, próximo de desbloquear a skin de Ranger Branco.

Fortnite continua sendo um excelente jogo que se vende como serviço e que traz conteúdo sazonal que permite que os jogadores ganhem os itens, que não cria barreiras. E eles são tão confiantes, que o sistema de “compre o passe, faça tudo nele e garanta o passe seguinte” continua existindo. Perfeito. Não pretendia comprar o atual passe, principalmente porque não achei que conseguiria completá-lo faltando menos de 30 dias para o término da temporada, mas havia tantas tarefas acumuladas, que não foi nem um pouco difícil. Pelo contrário, foi divertidíssimo!

É um sentimento de gratidão muito diferente de quando me dedico em Disney Speedstorm, onde a cada temporada fico me sentido enganado, por não conseguir ganhar tudo que cada temporada tem a oferecer, e pior, com loot boxes que tratam a comunidade com muito desrespeito. Amém Fortnite por não ter loot box e ser honesto com todos que adquirirem o Passe de Temporada.

Considerações finais

Pois é, depois de tudo isso, acho que voltei para Fortnite. Pelo menos para mais algumas temporadas. Inclusive a próxima temporada já tem chamado a atenção pela internet, pois envolverá mais um crossover muito aguardado: com Os Simpsons chegando com força total no mundo do jogo! Tanto em skins de personagens, quanto a mudanças significativas no visual do mapa, que deve ganhar um estilo de desenho animado. Não tem como não ficar para acompanhar mais um pouco a próxima mudanças.

Mas acho que o trunfo desse retorno se deu ao evento de Fortnitemares 2025, muito mais do que o atual conteúdo da quarta temporada do Capítulo 6. Alias, essa divisão de temporada em capítulos, até fez sentido lá em 2020, quando o Capítulo 2 rebootou o mapa inteiro do jogo. Só que agora essa divisão não faz muito sentido e nem deixa muito claro, para jogadores que estão chegando nesse momento, quais as razões para a existência dos capítulos. Talvez seja algo que os desenvolvedores precisem repensar ao longo dos próximos anos.

De toda forma, Fortnite em 2025, continua sendo um jogo de conteúdo sazonal que impressiona demais, e que sinceramente, não parece ter nenhum outro título a altura para tirar sua coroa. O evento de Halloween, com inúmeras skins de personagens licenciados de seus próprios universos (confira aqui todos), demonstra a força da franquia.

O jogo continua utilizando microtransações para se auto sustentar, mas respeita a sua comunidade, entendendo que aquele jogador que não tem tanta grana, é tão importante quanto as baleias (jogadores que gastam mares de dinheiro no jogo), e até mesmo o jogador sem grana, precisa de estímulos e mimos para continuar retornando. O ecossistema do jogo parece equilibrar muito bem estes extremos.

Mas hoje entendo que talvez Fortnite seja um jogo cíclico. Dar um tempo, manter um hiato, pode ser saudável. Porque por mais que entre e saia temporadas, todos os verbos da fórmula continuam. Mesmo que pouco mude, a estrutura é tão bem amarrada, tão imersiva e divertida, que eventualmente, qualquer um que abandone Fortnite, tem a potencial chance de retornar para sua comunidade. Basta um personagem, um evento, uma temporada, com alguma coisa que chame sua atenção e lhe desperte a curiosidade novamente de testar essa magnetizante obra.

Galeria

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Gameplay *via nosso canal no YouTube

 

Dando nota

Evento de Halloween sólido, que surge na reta final de uma temporada normal e rouba toda a atenção! - 9.5
Mesmo após 2 anos sem jogar, Fortnite é como um andar de bicicleta, tudo volta de forma muito natural - 8
Tarefas, ganho de experiência e progredir pelo Passe de Temporada é satisfatório e cria objetivos focados dentro do Battle Royale - 8.5
Mapa e o mundo ainda é repleto de clichês, mas não chega a ser cansativo, apenas parece óbvio - 7.5
Scooby-doo e tantas outras skins famosas dão um gás no hype geral da comunidade - 8
Armas e itens continuam com alta diversidade, proporcionando vários meios de uso e combate - 8
Há uma infinidade impressionante (e um pouco assustadora) de modos de jogo criados pela comunidade - 8.5

8.3

Viciante

Fortnite segue como um dos jogos de conteúdo sazonal mais impressionante em seu segmento, e Fortnitemares 2025 é uma prova de fato dessa afirmação, um evento de menos de 30 dias, mas de muito conteúdo. Skins crossovers que tem tudo a ver com o tema, localidades inseridas no mapa que celebram a data comemorativa, novos chefes e diversão que lhe coloca dentro da imersão da festividade, em paralelo a isso, a atual temporada 4, capítulo 6 segue a pleno vapor, em sua reta final, mesclando evento e temporada em um momento de grande clímax de um ciclo a ser reiniciado. Some tudo isso ao fato de que o título ainda honra seu legado, o passe continua oferecendo boas recompensas, inclusive permitindo a obtenção do passe posterior com os v-bucks obtidos no atual, e todas missões e tarefas são mais do que suficiente para sentir o progresso. O que encontrei, após 2 anos de hiato, é um título que mantém um legado, que sabe respeita os jogadores e recompensá-los por sua fidelidade.

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