Le voyage dans la Lune (1902), o nascimento do sci-fi no cinema
A Viagem à Lua (1902)
(Por Gustavo Grangeiro)
Estava navegando pelas águas misteriosas da Internet, buscando imagens da Lua (não me perguntem por que), quando me deparei com a imagem histórica que abre o Post. Imagem representando a chegada do homem à lua, do filme francês de 1902 “Le voyage dans la Lune” de Georges Méliès, e resolvi assistir novamente o filme no Youtube e depois disso é impossível não se fazer um paralelo entre o cinema do inicio do século XX e o cinema do século XXI, o contraste é colossal parece que estamos falando de mídias totalmente diferentes.
A beleza do cinema mudo retratada nesse filme é algo extremamente impactante para nós (pelo menos pra mim), pois o deixa sujeito a varias formas de interpretação, fazendo que algumas cenas precisem ser vistas mais algumas vezes para se ter uma melhor compreensão, considerando que hoje temos o recurso que permite isso, coisa que não existia no inicio do século XX. A posição sempre fixa da câmera nos remete a um teatro, pois toda disposição dos elementos de cada cena está voltada para a posição da câmera.
Sobre o filme, primeiramente, é um clássico, mostrando o quão imaginária (e fantasiosa) era a visão da sociedade da época em relação ao nosso Satélite Natural. Assistindo a película, é praticamente impossível não perceber a influência da obra de Julio Verne, influência essa que nunca foi negada por Méliès, assim como a de H. G. Wells.
Para nós amantes de Star Wars, Star Trek, Stargate, e tantos outros Stars por aí, eis onde tudo começou:
O resumo a seguir contém spoilers, sugiro que assista ao filme primeiro (é curtinho) e depois leia e comente.
A historia é a seguinte (pela minha interpretação) um sábio, astrônomo, visionário (ou sei lá), desenvolve uma técnica baseada em um mega canhão (Massa!!!) capaz de arremessar uma cápsula tripulada para a lua, e divulga essa idéia para um grupo de pessoas a fim de torná-la realidade, depois de algumas confusões, dúvidas e discussões, foi formada uma equipe de 6 astronautas (cosmonautas, malucos, desbravadores, ou qualquer outra denominação) para cumprir a primeira missão lunar, e assim iniciam-se a construção da máquina, no melhor estilo “Revolução Industrial”. A cena da cápsula sendo inserida no canhão é muito bonita, bem coreografada, coisa que se repetiria nos comerciais de TV dos anos 50. Após o lançamento o que vemos é a clássica cena (em animação) da face da lua se aproximando, até ser atingida no olho direito pela cápsula, outra coisa interessante, é que a próxima tomada mostra a cápsula pousando suavemente na superfície na lua, legal mostrar a mesma ação de duas formas diferentes. Quando eles desembarcam, aquela sensação de “desbravando o novo mundo” é muito bem transmitida pra quem assiste, e alguns “efeitos especiais” inesperados são inseridos de forma tão magistral, que precisei voltar o filme para ver novamente. Momento épico é o encontro com os Selenitas (os seres que habitam a lua), a roupagem, a forma de movimentação e as cambalhotas são engraçadas e um pouco assustadoras, e o efeito da explosão no momento da morte dos monstrinhos é muito bem feito também. Porém, eles acabam presos e enviados ao líder dos Selenitas, de onde conseguem escapar através de uma batalha no mínimo caótica, depois entram de volta na cápsula, interessante que um dos desbravadores fica fora para poder puxar a cápsula, e, por isso conseguem regressar ao planeta azul, mas um dos habitantes lunares consegue agarrar a cápsula e acaba vindo clandestinamente para a Terra. A cápsula cai no mar é resgatada e ninguém fica sabendo sobre o paradeiro do ser do espaço, até que momento em que os aventureiros estão recebendo as honrarias pela missão bem sucedida eis uma nova aparição do ETzinho, agora de uma forma mais amistosa (ou domesticada). Filme curto e belíssimo.
Esse filme é tão conceituado que até serviu de inspiração para Billy Corgan e os caras do Smashing Pumpkins no clipe da linda música “Tonight, Tonight”, um dos clipes mais legais dos anos 90, ganhador de vários prêmios inclusive. Assista e tire suas próprias conclusões, com especial atenção para o nome da embarcação que aparece no finalzinho:
Sei que também houve uma homenagem no recente filme “A invenção de Hugo Cabret”, porém, ainda não assisti ao filme, então não tenho o que comentar sobre isso.
Então, é isso o que eu tenho pra dizer, espero que tenham gostado do Post, mas, principalmente espero que tenham curtido o filme, para que sempre que assistirmos a filmes belíssimos, cheios de efeitos fantásticos e em 3D, como Avator, por exemplo, possamos nos lembrar com muita reverência como foi o nascimento da ficção científica no cinema. Assim como Avatar, A Viagem à Lua é um marco na historia da Sétima Arte.
Outra coisa extremamente importante retratada no filme é nunca esquecer de levar um guarda-chuva em viagens espaciais. Além da toalha (é claro), mas isso é outra história.
Para quem ainda não assistiu o filme “A invenção de Hugo Cabret”, eu recomendo que assistam. Vale muito a pena.
O bom de ler esses post, é que desperta bastante à curiosidade de saber.
mais sobre o assunto, em pesquisa no googl descobri que Georges Méliès.
teve a intenção de lucrar com o filme nos Estados Unidos, só que o técnico.
Thomas A. Edison já tinha copias do filme, e em poucos dias o filme já.
estava fazendo sucesso nos Estados Unidos e Edison fez uma fortuna em cima.
do filme.E Georges Méliès nunca conseguiu nenhum dinheiro, pelo contrario.
acabou falindo alguns anos mais tarde.A conclusão que chego é a falta que.
fez um guarda chuva nessa hora nas mãos do Georges Méliès.
Bjs Marido