Sea of Thieves | Nos mares amaldiçoados de Cursed Sails! (Relato)

Terminou hoje a temporada de Cursed Sails de Sea of Thieves. Evento sazonal que dominou os mares do game ao longo de todo o mês de agosto. Durante as últimas semanas os jogadores tiveram acesso a diversas novidades em termos de mecânicas e ameaças dentro do mundo do jogo. Parte desse conteúdo vai embora e parte fica de forma permanente daqui em diante. Porém, volto para o que fica mais para o final deste texto.

Prometi, quando escrevi suas impressões, que voltaria a falar de Sea of Thieves sempre que fosse oportuno. E agora é um destes bons momentos. Gostaria de ter feito este texto antes de Cursed Sails ter se encerrado, mas infelizmente o tempo não me permitiu fazer isso um pouco mais cedo. Porém essa expansão é um bom tópico para voltar a falar sobre o jogo e sobre como o mesmo continua recebendo conteúdo e fazendo modificações.

Cursed Sails foi o primeiro grande evento de Sea of Thieves que eu pude participar. Vale lembrar que cheguei um pouco tarde na versão oficial do jogo, tendo o testado no período em que esteve em beta fechado e depois somente após o término do primeiro evento sazonal, The Hungering One, a qual adicionou o tubarão Megalodon dentro das atuais ameaças que podem ser encontradas nos mares do jogo.

A mais recente expansão – que não é bem uma expansão – adicionou uma nova aventura campanha dentro do game, uma nova mecânica que permite que tripulações piratas formem aliança entre si (com a possibilidade de trair uns aos outros quando for oportuno), além de um novo tipo de embarcação para três jogadores e uma nova ameaça em larga escala do jogo: galeões piratas que emergem das profundezas do oceano trazendo consigo uma tripulação de esqueletos armados com canhões de bolas amaldiçoadas de efeitos diversos.

Cursed Sails é aquele tipo de conteúdo que agrega valor ao mundo de Sea of Thieves, pensando novamente em como as coisas podem ser meio vazias dentro do jogo. Aprimora, mas ainda não o torna perfeito. Porém a Rare segue dando passos na direção correta, sem errar ou tropeçar feio no trabalho pós-lançamento a qual tem se comprometido a realizar para sua comunidade online.

Pirataria de um final de semana

Vou ser honesto aqui. Para escrever este texto só pude jogar Cursed Sails agora na última semana da programação de 30 dias a qual esteve no ar. Mais precisamente neste último final de semana (25 de agosto). Passei uma tarde inteira de sábado em mares piratas. Tentando encontrar coisas novas ou diferentes para fazer e que não havia feito dentro do game até então. Entendendo mais de sua gama de opções e atividades.

  • Encalhados no Forte

Participei, por exemplo, de uma das batalhas contra os Fortes de Esqueletos que existem dentro das possibilidades do jogo. Não tinha feito isso ainda, ao menos não de forma tão intensa quanto foi desta vez. Para quem ficou perdido, essa é uma atividade que surge quando há uma nuvem caveira com os olhos verdes brilhantes no céu do jogo.

Estas nuvens aparecem de forma aleatória em mares de Sea of Thives, sempre indicando qual o Forte de Esqueletos onde uma modalidade meio horda está acontecendo. Significa que o jogador precisa ir até lá com sua tripulação e atacar a ilha, que é muito bem protegida por canhões e esqueletos. Sobrevivendo por hordas e mais hordas até que um capitão esqueleto surja e lhe dê uma chave para abrir uma sala de tesouros que fica disponível no local.

Queria poder dizer que deu tudo certo nesse evento. Só que não deu. Aqui estava apenas acompanhando alguns jogadores que, desastradamente, enfiaram a Bergantim (novo barco de 3 pessoas) dentro da baía da ilha. Encalhando-a. Gênios! Batalhamos por algum tempo dentro dela até perceber que nosso barco não sairia de lá de forma alguma, exceto ativando a opção de afundá-lo.

O que o fez renascer em outro local, bem distante. O certo seria um membro da tribulação ter ido lá buscar e levá-lo até a ilha. Novamente, não fomos nada inteligentes. Todos fomos e quando voltamos a ilha, outro grupo de jogadores já estava levando nossos baús, a qual havíamos deixados no litoral da ilha, atrás de uma pedra.

Dito isso, dá para dizer que Sea of Thieves continua funcionando razoavelmente bem para aqueles jogadores que não querem montar grupos de amigos com horários marcados para jogarem juntos. Eu não tenho disponibilidade e paciência para isso. Gosto da roleta do acaso do matchmaking. Tive essa experiência relatada, que considero até divertida, mesmo com nossa falta de inteligência náutica.

  • Descobrindo a história de Cursed Sails

Em contrapartida, tive outra experiência online nos mares de Sea of Thieves que me deu nos nervos. Ela envolveu o fato de que eu estava querendo realizar a campanha de Cursed Sails, enquanto outros jogadores não estavam pouco se importando para isso.

Aprendi uma lição aqui: existe esse tipo de campanha nestes eventos temporários em que a melhor maneira de não atrapalhar outras pessoas é você fazendo-as sozinho mesmo, com a tripulação com vagas fechadas.

Cometi esse erro de abrir uma tripulação na Bergantim com duas vagas online. Entrariam assim quem estivesse no matchmaking do jogo. Ativei o evento da campanha de Cursed Sails, que envolvia procurar pistas e falar com alguns personagens em um Outpost (Posto Avançado) e fui me guiando conforme as coordenadas me indicavam. O objetivo final seria encontrar um laboratório secreto.

E aí começam a entrar jogadores na minha tripulação. E por mais que você que está lendo isso possa me dizer que eu deveria estar usando um microfone e indicando o que estava fazendo no game, vou me justificar e dizer que não estava afim de fazê-lo. E em minha defesa: há muito jogador dentro de Sea of Thieves que não está fazendo isso, de falar ou sequer ter um microfone. Há muitos que se comunicam apenas pelo menu de texto automático do game, ou com gestos e indicações. E não só em Sea of Thieves. Jogos como Gears of War 4 e Destiny 2 estão lotados de jogadores assim. Não me culpe por ser apenas mais um. Ou talvez me culpem… sei lá.

O grande problema aqui é que por mais que eu indicasse (da minha maneira, por gestos, no mapa e textos automáticos) para aonde estava indo, indicando ter um plano, os jogadores que estavam entrando na minha embarcação só estavam interessados em colocar uma nova jornada na mesa e partir para o ciclo de loot e repetição que existe dentro do game. Porém não era isso que eu estava ali fazendo.

E a campanha de Cursed Sails não ativa como uma jornada normal do jogo, assim como qualquer meta do grupo dos Xexelentos também não se ativa desta forma objetiva. O que acho errado. Isso dificuldade mesmo para qualquer um que está chegando no meio da parada os motivos pela qual um jogador está indo para um certo lugar sem qualquer jornada ativada. Fica parecendo que não há meta, quando na verdade há. Foi difícil. No fim acabei desistindo de fazer a campanha com a tribulação com status de “bem vindo a qualquer um” e a fiz de forma fechada, apenas por convite.

E dá para fazer esse tipo de campanha sozinho. Trata-se mais de uma jornada de conteúdo. Uma personagem sumiu e você passa a seguir pistas por ilhas atrás de seus diários e itens, onde cada um deles vai lhe contando uma história e o motivo pela qual o Galeão de Esqueletos invadiu estes mares. É um tipo de jornada que não envolve batalha alguma. Apenas explorar o mundo do game, sem nenhum tipo de recompensa em baús, exceto a pequenas metas cumpridas na jornada dos Xexelentos.

Mais uma lição aprendida aqui. Nem tudo dá para se fazer online, a menos que você queira ficar explicando a toda hora o que está fazendo para aqueles que vão chegando ao seu navio, presumindo que estes irão lhe escutar. Pequenos marcos de história e exploração dá para fazer sozinho, em seu próprio ritmo. E a historinha de Cursed Sails e da criação das balas de canhão amaldiçoadas é bem interessante, ainda que faço valer a minha opinião, feita anteriormente, de que Sea of Thieves não tem uma presença narrativa muito boa. Seria muito legal se os personagens falassem e gesticulassem aquilo pouco que já falam.

  • Batalha contra os galeões de esqueletos

Dando sequência, após ter me aventurado um pouco na batalha contra um Forte de Esqueletos, pegado alguns baús aleatórios com outros jogadores que me deixaram participar um pouco de suas jornadas, e ter me estressado até entender que deveria fazer a jornada de história de Cursed Sails sozinho, resolvi dar uma olhada nos galões de esqueletos nos mares de Sea of Thieves.

Logo notei que faltando apenas alguns dias para que o evento terminasse, não encontrei jogadores no modo de matchmaking interessados em batalhar contra tais embarcações. Novamente aponto uma certa falta de opção de ativação clara e óbvia desse evento dentro do game, tal qual as jornadas são votadas na mesa.

É muito difícil, sem ter que verbalizar e fazer o outro jogador entender sua língua (mesmo que você fale inglês, eu estava jogando parte dessa aventura com um jogador que apenas sabia italiano), tentar indicar a sua tripulação que “ei, não vamos votar em novas jornadas iguais, vamos atrás dos galões de esqueletos“. Não há opção para deixar isso claro dentro das mecânicas do jogo. Sequer é possível presumir que todos saibam a localização destes galões para apontar no mapa do navio.

Porque sim, esse não era um evento que poderia acontecer de forma aleatória dentro do jogo (agora vai ser). Era preciso ir até um certo local do mapa para o evento ser ativado e uma espécie de modo horda surgir, com galeões saindo dos mares para batalhar contra os jogadores. Mais de um, mais de dois. São realmente uma horda, onde você precisa ir eliminando um ou dois de uma vez para que outros fossem surgindo até que o evento encerrasse. A Polygon fez um excelente Guia para isso, por sinal. Afinal nem tudo em Sea of Thieves é claro e objetivamente simples de entender. Especialmente porque parte destas instruções estão nas telas de loading inicial, enquanto o jogo está sendo carregado. Não há um index para se consultar estando já dentro do game.

Não tendo encontrado ninguém que estivesse fazendo o evento, ou alguém que quisesse fazer comigo, apenas me restou pegar um navio para um jogador (a Corveta) e ir até o local onde o evento seria ativado. Não tinha a meta de sobreviver ao evento, obviamente, mas queria vê-lo acontecendo. E pra mim foi divertido o suficiente isso.

A música do jogo muda, torna tudo mais tenso, e os navios imponentes saindo das profundezas do mar ao seu lado é algo muito legal de se observar. Ainda consegui apostar uma corrida contra os galões, saindo da área a qual eles ficam. Tive que retornar até eles para tentar um confronto. Cheguei a trocar alguns tiros com eles, enquanto tentava desesperadamente não ser acertado por seus canhões. Fui bem até ser acertado uma única vez. O suficiente para me afundar.

Não estava atrás do loot. Aliás nunca estou atrás de loot quando estou jogando Sea of Thieves. Queria apenas ver o evento e estes novos inimigos. Pra mim foi suficiente. Até gostaria de ter tentado uma segunda vez, agora com mais experiência. Entretanto quando seu barco afunda em Sea of Thieves ele pode reaparecer em qualquer outro lugar. E no meu caso foi em uma ilha a mais de 10 minutos de distância do evento. Aí não. Muito obrigado.

Nesse ponto o jogo poderia ser mais inteligente e lhe colocar dentro de um raio mais amigável de um evento ou até mesmo de uma tribulação que possa ter lhe afundado. Afim de tornar uma revanche algo mais rápido e prático. Mas não é isso que sempre vai acontecer.

E volta a dizer, estes eventos sazonais do game precisam de melhor exposição dentro das jornadas levantadas pelos jogadores no matchmaking. Da mesma forma que me desagrada como os jogadores do PC podem usar o chat do game de forma mais livre, enquanto no Xbox One são apenas algumas mensagens pré-programadas. Eu não me importaria de abrir uma linha de texto e escrever pelo controle ou até pelo celular para dizer algo extra na parte de comunicação de chat do game.

Finalizando

Acho que este não é um texto que caiba ser chamado de análise. Está mais para um relato. Estou aqui contando o que vi e como foi a minha experiência de Sea of Thieves. Acredito que tudo que foi dito nas minhas impressões do game não mudaram com o advento deste novo conteúdo, ainda que de pouco em pouco, quando mais coisas o jogo recebe, mais interessante ele passa a ficar.

A campanha de história, que contou um pouco mais de Cursed Sails foi um jornada bem simples, curta, e até mesmo pouco prática. Obrigar o jogador a ficar saltando de ilha em ilha, atrás de itens escondidos, não é a coisa mais divertida que o jogo poderia me oferecer. Não acharia ruim uma batalha ou se um novo inimigo viesse a surgir ali. Da mesma forma como o jogo me parece meio ineficiente em tornar seus personagens realmente… expressivos. São estáticos demais. Muito me surpreendeu encontrar um papagaio esqueleto que de fato se mexia.

Quanto a parte que interessa, os galões de esqueletos, esteja certo que estes estavam realmente incríveis. Eu não durei muito na minha batalha, mas vi vídeos no You Tube de pessoas que ficaram quase 40 minutos contra estas embarcações. E as diferentes abordagens, dentre atacar de longe ou abordar os esqueletos diretamente em seus navios. Manter as provisões de madeiras e balas de canhões. Tudo isso parece simples dentro do jogo, mas quando é colocado em prática que torna tudo intenso, enquanto há somente alguns segundos para pensar em um contra ataque antes de ver seu próprio navio sendo devorado pelas águas oceânicas.

Ainda estou esperando encontrar caranguejos gigantes nas praias de Sea of Thieves… #torcendo
O que vem a seguir?

Cabe aqui abordar um pouco do que virá daqui em diante em Sea of Thieves. 19 de setembro é a data prevista para o próximo evento se iniciar: Forsaken Shores. Revelado na E3, a próxima expansão vai colocar uma nova ilha dentro do mundo do jogo, com uma atmosfera vulcânica. Detalhes ainda serão revelados, mas é legal já saber que mais coisas virão já em setembro.

Enquanto isso, hoje, o game recebeu o Patch 1.2.4 que exatamente acomoda as novidades de Cursed Sails dentro do mundo do game. Há uma aventura onde as balas de canhões amaldiçoadas serão destravadas aos jogadores, enquanto, assim como o Kraken e Megalodon, os galões de esqueletos vão continuar navegando pelos mares do jogo, mas em aparições mais raras e aleatórias. Será preciso encontrá-los nas próximas vezes. O que nem sempre é uma tarefa fácil, afinal eu nunca vi até hoje um Megalodon aleatório no jogo.

Mas há também outras pequenas novidades. As Alianças continuam sendo uma possibilidade dentro do game, agora com mais de duas tripulações. Barris nas ilhas irão carregar mais de um tipo de item. Haverá uma bandeira especial que irá lhe destacar nos mapas de outros jogadores, permitindo assim que eles venham lhe atacar ou tentar uma aliança. Ou quem sabe jogadores façam isso para emboscar outros jogadores? Abre um leque interessante de possibilidade ter uma bandeira que mostra onde jogadores estão no jogo.

Os Xexelentos retornam a ter novas aventuras menores, semanais, e itens cosméticos próprios, ao menos enquanto Forsaken Shores não faz sua estreia. Última coisa: o botão de inventário do game foi aprimorado para tornar as coisas mais fáceis para os jogadores que querem customizar certos equipamentos.

E é isso. Por enquanto. As aventuras e histórias de piratas ainda não estão com seus dias contados. Sea of Thieves segue com seus mares em expansão! E vou continuar aqui na minha Corveta, talvez na Bergantim… olhando e esperando a minha próxima aventura!

— Aproveito novamente para agradecer à loja Shareplay Store pelo envio do jogo para as impressões originais e assim permitir que a gente possa também continuar de olho nesse conteúdo após o lançamento. Volto a dizer: fortaleça essa iniciativa indo visitar o site da loja para que essa parceria possa acontecer mais vezes.


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