Gekido: Kintaro’s Revenge | Do GBA para uma nova geração de consoles! (Impressões)

Gekido: Kintaro’s Revenge é um clássico game de ação e beat-’em-up em 2D, com movimentação sidescrolling. Desenvolvido pela Naps Team, estúdio que está no mercado desde 1993, localizado em Messina (Itália).

A versão destas impressões foi lançado agora em 2018 para Nintendo Switch (em março), PlayStyation 4 (em maio) e Xbox One (em julho), porém o título é um port do jogo com mesmo nome lançado em novembro do distante ano de 2002 para o Game Boy Advance.  A versão utilizada para o review foi a versão de Xbox One.

Tudo começa em Gekido: Urban Fighters…

Observe o título do game, Gekido: Kintaro’s Revenge. Bem, logo esse Kintaro está querendo se vingar de alguém ou de alguma coisa. Aí que mora o detalhe, este game conta o que acontece após o eventos do game de luta Gekido: Urban Fighters (de PSOne, lançado em 2000).

Este título inicial narra uma história que se passa no ano de 2011 , em uma época onde há grande corrupção e terror, a qual uma jovem garota chamada Angela foi sequestrada. Há rumores de que Kintaro fez um acordo com seres das trevas. Os pais de Angela contratam Travis um detetive particular, para investigar o chefe do crime Kintaro e consequentemente resgatar Angela. Sabendo que a missão de resgatar Angela não será fácil, ele é auxiliado por três lutadores: Michelle, Ushi e Tetsuo. Anotou os detalhes? Boa, agora vamos para a sequência!

… e continua em Gekido: Kintaro’s Revenge

Bom, um ano se passou desde a batalha épica que decidiu o destino da humanidade, e também da jovem Angela. Os presságios escuros mais uma vez contam o retorno de uma presença maligna. Ushi é o último mestre restante da arte antiga de Shin-Ken, e ele invoca Tetsuo, seu discípulo e filho adotado, para investigar alguns acontecimentos estranhos como o aparecimento de zumbis em uma aldeia agrícola distante fora da cidade. Esse enredo só melhora, certo?

Mudanças e novidades, resgatando um clássico

Este novo Gekido compartilha poucas características com o seu antecessor Gekido: Urban Fighters em termos de jogabilidade. Nesta sequência o jogo passou a ser bidimensional, tal como os famosos e antigos Final Fight e Streets of Rage (não estou me referindo ao novo). Caso não tenha notado a semelhança, assista mais uma vez ao trailer e os antigos games de Streets of Rage vão reaparecer em suas memórias.

Mas estas mudanças são um pouco óbvias pensando que o primeiro saiu no primeiro PlayStation, enquanto sua sequência saiu no pequeno GBA. Admito que levei um choque ao ver o jogo rodando no Xbox One, pois parecia que estava vendo um jogo realmente de Game Boy Advance, sem acrescentar nada aos gráficos lá de 2003. A sensação é de que a imagem foi esticada para aparecer na TV e de que na época era mais bonita na pequena tela do portátil da Nintendo.

A jogabilidade sofre de imediato por ser um título vindo de um portátil, e que não teve qualquer modernização para o um console de tamanho porte da atual geração. Com dois botões acessíveis ao polegar direito e outros dois para os indicadores, o jogo não consegue oferecer uma variedade muito grande de combos. Os dois botões de rosto servem para murros e pontapés, enquanto que o RT permite que a nossa personagem salte alto o suficiente para podermos aplicar um pontapé no inimigo que se encontra à uma razoável distância, sem que este nos trave com os seus golpes.

Há algumas novidades nesta nova versão, como o modo Survival onde devemos encarar ondas de inimigos sucessivamente até passar para a próxima fase. E se você gosta de beat-’em-up difíceis e desafiadores então definitivamente este modo vai fazer você suar frio – já que o aumento da dificuldade é constante e devemos vencer todas as “fases” sequencialmente, e só há apenas uma vida.

O modo Relic Hunter é outra novidade. Nele sua missão é encontrar as relíquias espalhadas em fases montadas aleatoriamente, em um formato labiríntico, que obrigam a nos fazer ir e vir de um canto a outro para poder abrir portas trancadas. Isso é explicado por um  personagem que nos dá a missão ao dizer que forças estranhas modificaram as saídas das salas, que lhe transporta de cavernas a castelos em uma simples saída de porta. Encontre a chave em uma sala e após isso encontre a porta correta onde poderá usar esta chave para enfim encontrar a relíquia em questão.

As fases também são recheadas de armadilhas como conjuntos de rodas espinhosas que rolam pela tela e blocos esmagadores que aparecem do nada quando você pisa ao lado deles. Sim, você passara o jogo inteiro tomando dano que é simplesmente impossível de prever e escapar, bem-vindo ao mundo de Gekido pixelado gafanhoto.

Outra novidade que pode passar despercebida, já que nem todo mundo vai ter jogado a versão antiga, é que as músicas sofreram um leve ajuste, e digamos que elas são interessantes por nos dar aquela adrenalina na hora dos combates contra os vários inimigos. Mas nada que você vai cantarolar por aí como acontece com outros games.

Sobre a jogabilidade

Os controles mostram-se competentes para aquilo que pretendem fazer. Mas não espere ser perdoado pelos inimigos ao cometer um erro, pois em fração de segundos o número deles aumenta e estão todos em cima de você. Uma solução para isso é que podemos escolher jogar a dois, o que aparentemente deve ajudar a resfriar os ânimos dos inimigos.

Ao invés de simplesmente caminhar em linha reta para passar de fase, aqui somos obrigados a ir de um local para outro, subir ou descer escadas, saltar sobre buracos, desviar de obstáculos e acima de tudo encontrar as chaves para abrir caminhos anteriormente bloqueados.

Quer um conselho? Seja agressivo, nunca pare de se mexer, esteja sempre atento e não subestime ninguém, especialmente os inimigos voadores (durma no ponto e simples morcegos/corvos vão acabar com você).

Outra dica, saiba fazer os poucos combos que o jogo oferece. Dar simples socos e chutes em diferentes sucessões de botões pode fazer render diferentes combos que são úteis para variadas situações. Você pode até manter a combinação entre inimigos. Por exemplo: soco, chute, soco, chute, soco, chute, esta é a combinação mais prejudicial no jogo, mas é bem lenta, então eu a uso principalmente nos chefões.

Há também um super movimento (pressionando ao mesmo tempo soco (A) + chute (B)), que é o seu maior amigo e também o seu maior inimigo? Não entendeu? É que este golpe não causa muito dano, mas chuta multidões para longe de você dando um tempo para respirar. Ele fica marcado ao lado da sua vida e tem um tempo de recarga, mas usá-lo antes que esteja pronto terá um custo na sua barra de vida. Cabe avaliar o seu uso, já que você pode inclusive usá-lo no meio de algum combo, multiplicando os danos nos inimigos e controlado a multidão.

Aprenda também a decorar os movimentos dos inimigos, afinal eles são muito simples e geralmente consistem em apenas um ou dois movimentos. Fugir pode ser uma saída, então em momentos de desespero e loucura, com você trancado contra inimigos em algum canto a tela, você pode sair correndo e tomar um fôlego para voltar a luta.

Considerações finais

Os desenvolvedores aparentemente melhoraram as animações presentes para apresentar a narrativa do game, até porque elas não ficariam visíveis tiradas do antigo portátil e enviadas para a TV tantos anos após o seu lançamento.

Esperava sinceramente por uma polidez melhor, alguma melhora gráfica, talvez fazer um remake como tantas empresas fazem com jogos antigos não teria sido uma má ideia. Certamente tais preocupações poderiam deixar melhores impressões para os jogadores de hoje em dia a respeito de um game portátil lançado em 2002.

Da forma como está, Gekido Kintaro’s Revenge é um beat-’em-up limitado, mas que carrega uma história interessante e uma dificuldade desafiadora. Convide um amigo para jogar com você, talvez dividindo esta experiência ela não seja tão frustrante e a dificuldade diminua um pouco.

Lembrado que começamos o game com 5 vidas e elas permanecem as mesmas durante suas investidas contra as fases, termine a primeira fase com somente uma vida restante e mesmo com o sistema de salvamento, você sempre vai começar a segunda fase com essa única vida, o que vai dificultar muito terminar o game.

Mas a repetição traz a melhoria, e sei por mim mesmo; na primeira jogada cheguei a passar para segunda fase com somente 1 das 5 vidas restantes. Em nova tentativa foram duas vidas, enquanto na terceira tentativa foram três vidas ao chegar na segunda fase do jogo. São melhorias que dão uma injeção ânimo para as possibilidades de encarar novas fases e ir adiante do jogo e seus novos inimigos.

Se gosta de apertar botões freneticamente, ou busca algum desafio acima da média, dê uma olhada em Gekido Kintaro’s Revenge, mas não vá com muita cede ao pote pois pode acabar se afogando. Pegue-o em alguma promoção (ele está no dia de publicação destas impressões custando 18 reais na Microsoft Store). Mas tenha em mente que trata-se de um jogo das antigas, com ideias e gráficos antigos. Tem que ter uma certa nostalgia por este tipo de pérola.

Galeria

Extra | 22 Minutos do Início – Capítulo 1, The Deathtoll Rises

Boa diversidade de cenários e ambientes
Gráficos estão ultrapassados
Dificuldade soa um tanto desequilibrada
Trilha sonora melhorada e agitada
Modos extras são uma ótima adição
Beat-'em-up das antigas, de amassar botão
Suporte coop para 2 jogadores, só local

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