Análise Performance | The Last of Us Part I (PC)

Disponível para PlayStation 5 & PC

O lançamento de The Last of Us Part I marca a chegada de uma das principais franquias da Sony ao PC, desenvolvido pela Naughty Dog e lançado em 2022 para o PlayStation 5, o remake do primeiro jogo da série desembarca nos computadores para um novo público e também se apresenta como uma renovação da aventura original da franquia para jogadores antigos. O port para PC foi realizado pela própria Naughty Dog em parceria com o estúdio Iron Galaxy.

IMPORTANTE: para uma análise com foco em torno do remake e aspectos do jogo em si, sem abordagem sobre aspectos técnicos do PC, não deixem de conferir esta análise que o site publicou em setembro do ano passado, quando o mesmo chegou ao PS5.

Logo de cara o jogo conta com uma otimização de shader necessária, pois sem esperar o tempo total de carregamento (que pode levar 30 minutos ou mais) a experiência do jogo já se inicia comprometida. Inicialmente tentei jogar sem o carregamento de shaders e a cada troca de cena aparecia a palavra AGUARDE enquanto o PC trabalhava para colocar tudo em ordem na cena seguinte, até em que decidi carregar totalmente os shaders e aceitar a longa espera, algo inaceitável quando estamos falando de uma configuração que possui os principais hardwares do momento.

O tempo de carregamento do jogo durante as telas de loading são bem grandes e notáveis, ainda mais ao ser comparado com o carregamento de poucos segundos que Resident Evil 4 (no PC) possui e é outro lançamento do final de março de 2023. Donos de máquinas mais modestas terão uma péssima surpresa com a espera, principalmente se rodarem o jogo em um HDD.

A configuração do PC utilizado para a análise contém um processador Intel Core i5-12600K acompanhado de 32 GB (2x 16 GB) de memória DDR4 TEAMGROUP T-Force Vulcan Z e uma placa de vídeo Gigabyte GeForce RTX 3080 OC 10 GB atualizada com o Driver 531.41 da NVIDIA lançado em 23 de março de 2023, dias antes do lançamento de The Last of Us Part I, trazendo otimizações para ele. Para aproveitar o alto nível de desempenho, o jogo foi avaliado rodando em um armazenamento SSD WD_BLACK SN850 PCIe 4 de 2 TB.

Os benefícios do DualSense dão todo o charme encontrado na versão lançada no PlayStation 5, mas a necessidade de conectar o cabo USB para obter esses recursos pode ser algo que nem todos os jogadores estão dispostos. O uso do teclado e mouse para a jogatina também é uma ótima opção, mas assim como no controle, onde os jogadores encontram uma configuração única de The Last of Us, no teclado também terá que se acostumar com comandos que não seguem o padrão utilizado na maioria dos jogos de ação.

O sistema todo é muito exigido

Durante a minha experiência, pude ver as ventoinhas do PC trabalhando ao extremo, pois muitas vezes, placa de vídeo e processador alcançavam altos níveis de utilização durante a gameplay. Algo que impactou bastante foi o uso da VRAM da placa de vídeo, ela é bem exigida por The Last of Us Part I, tanto que tive que jogar nas configurações gráficas médias para que a minha placa com 10 GB ficasse “com folga” no quesito de VRAM. Ao tentar jogar selecionando as configurações no Alto, o jogo já aponta estar no limite do uso da VRAM, porém, não consegue manter e rapidamente o jogo fecha, sugerindo até mesmo reiniciar em modo gráfico de segurança quando abro novamente.

O maior problema na minha experiência foi na questão dos crashes e stutters, foram incontáveis vezes em que o jogo simplesmente fechou, mesmo com o uso da VRAM não chegando a 100%. Outro recurso muito utilizado por TLOU é memória RAM, utilizando de 26 a 29 GB durante a jogatina. No momento em que escrevo essa análise da performance do jogo, a Naughty Dog prometeu uma atualização com diversas correções para esta semana de 3 a 7 de abril. Até o momento foram lançados dois patches para corrigir a performance, mas que não serviram para consertar essas falhas de desempenho apresentadas no texto.

DLSS e FSR são ferramentas essenciais para o jogo no PC

Os grandes trunfos da atualidade nas placas de vídeo modernas é o uso em games de recursos como DLSS da NVIDIA e o FSR da AMD para conseguir uma taxa de quadros mais altas sem sacrificar a qualidade gráfica. As tecnologias utilizam aprendizado intenso por inteligência artificial que permite o ganho de quadros em placas de vídeo que não entregam um resultado satisfatório, ou até mesmo para ser possível alcançar taxas mais altas para monitores e televisores com taxas de atualização de 120 Hz, 144 Hz, 165 Hz e assim por diante.

The Last of Us aproveita destes recursos, trazendo compatibilidade com DLSS 2 e FSR 2. Eu realizei testes utilizando o DLSS Qualidade e FSR Qualidade e ficou bem evidente que o DLSS consegue entregar um aumento na taxa de quadros de forma mais agradável, mantendo a qualidade de imagem sem perdas significantes. Consegui rodar com 80 FPS travados sem quedas bruscas utilizando o DLSS, na resolução 1440p e também obtendo uma boa performance em 4K.

Considerações (neste momento)

Infelizmente a Sony entregou uma problemática versão para PC de The Last of Us Part I. Uma das principais franquias exclusivas dos consoles PlayStation que era extremamente aguardado por uma legião de jogadores estreou com o pé esquerdo e ainda será necessário muito trabalho para apagar essa imagem ruim deixada pelo seu lançamento.

The Last of Us Part I consegue entregar uma boa narrativa, ótimos gráficos e um gameplay que conta a história muito bem, mas que funcionam com um desempenho abaixo do esperado, abaixo do padrão da Sony que vem entregando ótimos jogos no PC em sua maioria. Para saber mais sobre este remake em si, há aqui no site uma extensa análise do título em seu lançamento no PlayStation 5, publicada ano passado. Também acompanhamos o lançamentos de outras obras da Sony no PC, como os port de Returnal, Sackboy: A Big Adventure, Uncharted Legado dos Ladrões e Spider-Man: Miles Morales. Todos com performances satisfatórias em suas respectivas janelas de lançamentos.

A má otimização e os diversos “truques” para conseguir uma gameplay fluída e constante fazem com que a experiência de The Last of Us Part I (PC) fique abaixo do que foi em sua versão para PlayStation 5. É possível que a Sony e seus estúdios consiga deixar o game satisfatório em algum momento, porém o lançamento é o momento mais importante de um jogo, pois é onde está os jogadores que investiram tempo e dinheiro pela experiência prometida pelo estúdio.

Os jogadores que tiverem um PC com especificações que geralmente rodam todos os games no Alto ou Ultra com facilidade, terão uma experiência mediana em The Last of Us no PC, mas ainda com problemas. Os jogadores com máquinas mais modestas, terão muitos problemas e ainda não poderão usufruir de um dos principais benefícios do remake: as evoluções gráficas. O jogo está sendo vendido na Epic Games Store e na Steam por R$ 249, mesmo valor praticado por outros lançamentos de diversas empresas, incluindo a própria Sony.

Por enquanto, o que posso dizer é que vale aguardar mais algumas semanas. Seguir a Naughty Dog via Twitter e ir acompanhando o feedback da comunidade por lá. Não tenho dúvidas que a situação irá melhorar, contudo, neste momento, é um jogo que infelizmente foi lançado sem o merecido controle de qualidade a qual se espera de um título de tamanha importância. Uma pena, de verdade.

Dando nota

A história é apresentada e contada de uma maneira muito agradável, que deixa o jogador envolvido com o que está acontecendo - 9
Os gráficos no Ultra e Alto são ótimos, dignos de um remake de um dos principais jogos da empresa, porém a necessidade de muitos recursos deixa a experiência comprometida para a maioria dos jogadores - 7
Recursos do DualSense deixam a imersão mais atrativa, mas ainda exige um cabo conectado - 8
O desempenho do jogo exige muita paciência, configuração e uma máquina bem equipada para uma experiência não tão satisfatória em seu lançamento - 4
Seu lançamento poderia ter sido adiado pela segunda vez, mas a empresa não quis se afastar tanto da data de encerramento da série (da HBO) para aproveitar o hype - 6

6.8

Loading

The Last of Us Part I chega ao PC não conseguindo atingir o espetáculo que a obra entrega no PlayStation 5. O jogo é fantástico, narrativa que vincula ao gameplay, jogabilidade fluida, recursos incríveis no DualSense, imersão com a atmosfera e seus personagens. Contudo, o port escorrega feito quando precisa levar tudo isso no PC e manter a mesma performance. Problemas com crashes, texturas, carregamento. Tudo deu errado. Porém, existe a promessa de que tudo será resolvido por patches... resta apenas esperar que isso aconteça o mais breve possível.

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