Opinião | Um vídeo, a Ignorância e o Sucesso.

Censura vs Liberdade Artística

Creio que já é de conhecimento geral que recentemente o pessoal do “Porta dos Fundos” lançou um vídeo intitulado “Oh, Meu Deus”, fazendo uma sátira ao pessoal que anda vendo o rosto de “santidades” em lugares mais improváveis.

O problema é que o exótico senhor, de acordo com seu Twiiter: “Pastor, Deputado Federal, Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, escritor, cantor, apresentador do Programa Marco Feliciano, sábados as 16hs CNT” Feliciano entrou na jogada e chamou os seus seguidores no Twitter para fazer uma campanha para tirar o vídeo do ar (aqui), e como sabemos que na internet não existe melhor propaganda do que tentar tirar algo do ar, dessa vez não foi diferente, resultado: o vídeo literalmente “bombou” e o campo de comentários do vídeo no Youtube virou “Campo de Batalha”, e é nesse ponto que entra nosso ato de discernir.

Creio que todos têm direito de não gostar do vídeo, isso faz parte do nosso livre arbítrio, e não há nada que possa ser feito para julgar alguém por isso. O Problema é a tentativa de proibir, banir, eliminar, etc., essa censura quase ditadura tentando impor o que se pode ou não se pode ser divulgado, impossibilitando o cidadão de definir o que é melhor para ele. Pois como disse Caetano há muito tempo: “É proibido proibir”.

A atual situação política religiosa do Brasil, cada vez mais se aproxima da realidade totalmente distópica mostrada em V de Vingança (aqui). Primeiramente pelo simples fato de que essas duas palavras (política e religiosa) que não deviam nem estar no mesmo parágrafo, infelizmente estão virando “sinônimo”.

Percebe-se que, nos já citados comentários sobre o vídeo, pouco (ou nada) se fala sobre o seu conteúdo artístico, a discussão gira em torno somente da batalha entre as torcidas rivais, esse campo de batalha se assemelha às verdadeiras brigas de torcidas, no qual o simples fato de alguém “torcer” para o time adversário o torna “inimigo”. Todas essas situações somente contribuem para que o Brasil não evolua e não se desenvolva como potência mundial tanto tecnológica quanto intelectualmente. O Termo “Ignorance is Bliss” (Ignorância é uma dádiva) já não pode ser aplicado, pois um povo Ignorante é um povo manipulável.

Não estou aqui para tomar partido para nenhum lado, até porquê não estou afim de “treta” pra cima de mim, eu só queria usar esse exemplo da “nossa guerra santa diária” para alertar sobre como nós, cidadãos, estamos nos comportando diante de situações que vezes ou outras ganham um âmbito muito maior do que aquele proposto pelos seus idealizadores, simplesmente pela ignorância de uma minoria, onde um produto (o vídeo neste caso) deixa de ser avaliado pela sua forma de arte e passa a ser tratado como uma afronta, alimentando ainda mais a tal Guerra Santa.

Um dos primeiros posts que fiz para o Portallos ainda na época de recrutamento, era sobre uma situação parecida, fazendo referencia ao cartoon “South Park” (aqui) e analisando como seria se ele fosse feito no Brasil, lugar onde a liberdade de expressão é tão distorcida.

Segue abaixo o tal vídeo, segue também um link (aqui) de uma tirinha do blog “Um Sábado Qualquer” falando sobre basicamente a mesma coisa, e que de acordo com o próprio criador do blog, pode ter sido inspiração para a criação do vídeo:

Agradecimentos ao Porta dos Fundos e Um Sábado Qualquer

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4 Comentários

  1. Cara fazer o que né? Mas também, o cara é do PSC, partido onde os candidatos basicamente dizem ": vota em min pq eu sou cristão" Quando um cara desse é eleito ele se sente e age como um representante político da religião dele, ae fica foda. Mais tenso ainda é saber que esse cara é representante Comissão de Direitos Humanos e Minorias e que com tantas coisas pra fazer relativas ao cargo dele, ele está preocupado em fazer mídia pra si próprio.

  2. A repercussão negativa do vídeo só demonstra o quão ruim é qualquer tipo de fanatismo, pois o mesmo cega o senso crítico das pessoas.

    1. Cara, que bom que ainda exista gente como você que mesmo seguindo um culto religioso não se tornou cego através da ignorância de alguns que se dizem "representes divinos".

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