Yooka-Laylee | Mais milhões pela nostalgia de Banjo-Kazooie e a velha Rare!

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Mesmo sendo meio que notícia velha – para os padrões da internet – não posso deixar de mencionar o enorme estrondo que Yooka-Laylee causou semanas atrás pelo Kickstarter e que reverberou por todos os sites de games do mundo todo.

Lembrando que lá em outubro de 2013 já havia me impressionado com os 4 milhões de dólares que Mighty No. 9 arrecadou em sua campanha pelo mesmo sistema de financiamento coletivo. O jogo sai em setembro deste ano e por tudo que foi mostrado, me parece exatamente o que foi prometido que seria. Tudo isso só mostrar o poder da nostalgia que os gamers possuem para com um velho gênero de jogos que não está mais no topo das prioridades dos grandes estúdios de desenvolvimento.

Mais uma vez a nostalgia falou mais alto! Em Yooka-Laylee o que impressionou todos do meio foi a rapidez na qual o jogo conseguiu seu financiamento inicial (em menos de 60 minutos do primeiro dia de lançamento da campanha) e logo depois bastou mais alguns dias para que todas as metas iniciais fossem alcançadas logo na primeira semana da campanha que terá 45 dias ao todo. Tudo isso por amor a Banjo-Kazooie e a antiga Rare dos tempos de Super Nintendo e Nintendo 64? Em grande parte sim! Mas há também aqueles que sentem falta simplesmente da pegada que os antigos games da era de ouro dos consoles possuíam e que, hoje em dia, está cada vez mais difícil encontrar tal sentimento, essa alma que os games antigos tinham.

A industrialização do desenvolvimento dos games matou um pouco do charme e da identidade peculiar que alguns games e até mesmo franquias poderiam ter nos tempos modernos. Não é pra menos que o estúdio por detrás de Yooka-Laylee, a Playtonic Games, foi criada por ex-funcionários da Rare, estúdio hoje pertencente aos domínios da Microsoft. Já não dá mais para dizer que a Microsoft é dona da Rare, ao menos, não aquela que muitos conheceram nos tempos de Donkey Kong Country, Star Fox Adventures, Banjo-Kazooie e Conker’s Bad Fur Day. A Microsoft é dona apenas de uma concha vazia, que detém os direitos de franquias incríveis que a Rare criou, mas sem as mentes e as almas que modelaram estes grandes games. Não é diferente do que aconteceu com Mega Man, que continua em poder da Capcom, e hoje é apenas uma mera lembrança, sendo que seu criador trouxe a sua alma e identidade para o futuro Mighty No. 9. O mesmo deve acontecer com Yooka-Laylee, ao menos é o que todos esperam.

Essa questão da alma de um jogo parece cada vez mais relevante no atual mercado de games, ainda que muitos grandes estúdios e distribuidoras ainda não tenham percebido. Halo sem o time da Bungie, Gears of War sem Cliff Bleszinski, God of War dos portáteis feito por outros estúdios menores, Resident Evil sem Shinji Mikami e outros jogos anuais como Assassin’s Creed e Call of Duty que se esmeram apenas em ser mais do que o game do ano anterior e seguem uma receita pronta e padronizada, sem as mãos dos criadores originais para continuar moldando a “alma do game”. Isso é um dos problemas do desenvolvimento atual e é um dos motivos de adorarmos tanto os desenvolvedores indies e seus games ultimamente, já que estes sim continuam na mão de seus idealizadores originais.

Esse processo de industrializar “ideias e criações” não é algo exclusivo dos games. Nos quadrinhos Marvel e DC, por exemplo, é muito comum que personagens famosos passem por fases boas e ruins, dependendo do responsável criativo dos arcos. Isso vai da paixão de cada editor, roteirista e desenhista para com aquele personagem, sendo que as vezes fica claro ao leitor de que quem está escrevendo aquela história está ali só pelo dinheiro, e não pelo amor ao personagem e aquilo que faz.

Enfim, voltando ao Yooka-Laylee! A campanha ainda tem um pouco mais de 3 semanas para continuar arrecadando. Até o momento já arrecadou 2,5 milhões de dólares (na página o valor está em Libra, moeda do Reino Unido). A última meta de 2 milhões de libras (o que dá aproximadamente 3,11 milhões de dólares) deve ser alcançada antes do término da campanha – fazendo figa aqui – e assim garantir a todos os apoiadores conteúdo adicional do game de graça.

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Resta torcer para o jogo seja tão divertido e bacana como Banjo-Kazooie foi lá em 1998, quando lançado para o Nintendo 64. Não acho que os novos personagens tenha exatamente o mesmo visual carismático que a dupla original tinha, porém não dava para querer um novo urso e pássaro como protagonistas. O que não significa que não queira mais um novo Banjo-Kazooie pela Microsoft (quero sim!). Só que Yooka-Laylee realmente tem aquele sentimento que há tempos as pessoas queriam sentir da antiga Rare, hoje chamada de Playtonic Games! E que bom que o mercado de games cresceu de tal forma a permitir que estes desenvolvedores possam voltar a ativa, sem as amarras dos grandes estúdios. Podendo apenas ser eles mesmos!

O meio apoio ao game já foi feito. Está garantido a minha cópia digital de Yooka-Laylee para o meu Xbox One. Resta esperar agora outubro de 2016! Fecho a postagem com o link da campanha, um gif animado dos personagens e a arte conceitual do que deve vir a ser um mundo de gelo no game!

Campanha no Kickstarter
https://www.kickstarter.com/projects/playtonic/yooka-laylee-a-3d-platformer-rare-vival

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5 Comentários

  1. “Resta esperar agora outubro de 2016”

    Com certeza vai se cancelado como o Mn9, kkkkkk.

    Mas de resto acho interessante ver que o próprio Mn9 “abriu as portas” para que outros criadores possam fazer coisas independentemente sem precisar dar satisfação para estúdios. O que acho MUITO foda é que os jogos não são exclusivos e vão rodar em tudo, até Linux e Mac. Basicamente uma rasteira na MS/Nintendo/Sony e seus blockbusters exclusivos. [ok, tô exagerando, mas aí é rage meu mesmo, kkkkkkk]

    PS: só acho exagero você ter colocado jogos anuais como “sem alma”, discordo completamente disso. AC e CoD são jogos que tem a “mesma alma” desde sua primeira/segunda aparição e o fato de serem “saturados” é basicamente por causa dos próprios fãs que querem mais e mais e as empresas veem uma oportunidade de mercado nisso. Totalmente justificado em minha opinião ainda mais quando há manutenção da qualidade todo ano. [ok, às vezes pisam na bola, mas são os riscos]

    1. Lucas, tu tá sonhando? Mighty No. 9 não foi cancelado! O_O
      Já tem até parceria para ser lançado em mídia fisica no PS4, tem DLC programado pra sair (que os apoiadores receberão de graça). Tá maluco!?

      Setembro de 2015, data de lançamento confirmadíssimo!

      1. Se me lembro corretamente, a data para ser lançado era um pouco antes de setembro acho, mas aí o japa lá [sempre me esqueço dos nomes…] disse que adiou alguns meses.

        PS: e maluco? Pô, ficou meio exagerado… mas ok, vou levar na esportiva. 😀

        1. Maluco no sentido de “não, cara, não dá notícia errada” e não de “putz, interna no hospício”. hahaha 😉

          Sim, Mighty sairia até junho, mas este era a previsão inicial desde o Kickstarter, e de certo ele estava pronto pra sair no PC (foi pra Gold em março), mas a equipe quis fazer mais além de refinar o port para demais plataformas.

          Em tempo, 15 de setembro. Essa é a data oficial: http://br.ign.com/mighty-no-9/3450/news/mighty-no-9-sera-lancado-em-15-de-setembro

          E ser cancelado ou ser adiado, tem uma diferença gritante entre. Por isso me assustei com sua afirmação errônea. :p

          1. “E ser cancelado ou ser adiado, tem uma diferença gritante entre.”

            Ops, mal uso meu da palavra então. Quis dizer no sentido de que a data foi cancelada, não jogo em si… lol, mals aê.

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